São Daniel Comboni

Segunda-feira, 10 de outubro de 2011


São Daniel Comboni nasceu em Limone (Itália), em 1831. Único sobrevivente de oito irmãos. Aos dez anos ingressou num internato de Verona. Quando tinha dezessete anos, ouvindo contar as vicissitudes dos missionários na África, decidiu dedicar sua vida à evangelização dos africanos. Em 1854 é ordenado sacerdote, quando contava 23 anos de idade. Depois de uma cuidadosa preparação, estudando árabe, medicina, música etc., partiu para África em 1857. Estando lá, impressionou-se com a terrível situação dos escravos. A prática do tráfico de escravos estava de tal maneira arraigada que, no Egito e no Sudão, o único local onde os escravos encontravam asilo eram as missões de Daniel Comboni. Após dois anos, teve de regressar à Itália. Mas Comboni não desanima e idealiza um projeto que ele chamou "Plano para a regeneração da África". A idéia central do projeto era salvar a África por meio dos próprios africanos. Propunha-se fundar escolas, hospitais, universidades, ao longo de toda a costa africana. Nestes centros formariam-se os futuros cristãos, professores, enfermeiros, sacerdotes e religiosas, que depois penetrariam no interior, a fim de evangelizar as populações africanas e promover o seu desenvolvimento. Fundou em 1867 o Instituto para as Missões na África que deu lugar ao que hoje são os Missionários Combonianos. Em 1877 é ordenado Bispo da África Central e logo a seguir ordena sacerdote um antigo escravo, primeiro padre africano daqueles lugares, quando na Europa alguns ainda negavam ao africano a evidência de ser pessoa. Grande missionário, Comboni era capaz de atravessar o deserto para fundar um centro missionário no sul do Sudão, como também empenhava-se em falar para associações missionárias, Bispos, em Paris, Colônia (Alemanha) etc, com o objetivo de arrecadar auxílio econômico e de pessoal, organizando grupos e equipes de missionários para a Missão na África Central. Morreu aos 50 anos, a 10 de outubro de 1881, no meio desta gente que tanto amou. No momento da morte abençoa os seus companheiros dizendo: "Não temais; eu morro, mas a minha obra não morrerá". Beatificado por João Paulo II a 17 de março de 1996, São Daniel Comboni foi canonizado pelo mesmo Sumo Pontífice em 5 de outubro de 2003.

São Daniel Comboni, rogai por nós!


Hoje: Dia Mundial da Alimentação, Dia Mundial da Defesa Civile Semana da Ciência e Tecnologia


Leituras

Primeira Leitura (Romanos 1,1-7)
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.

Paulo, servo de Jesus Cristo, escolhido para ser apóstolo, reservado para anunciar o Evangelho de Deus; este Evangelho Deus prometera outrora pelos seus profetas na Sagrada Escritura, acerca de seu Filho Jesus Cristo, nosso Senhor, descendente de Davi quanto à carne, que, segundo o Espírito de santidade, foi estabelecido Filho de Deus no poder por sua ressurreição dos mortos; e do qual temos recebido a graça e o apostolado, a fim de levar, em seu nome, todas as nações pagãs à obediência da fé, entre as quais também vós sois os eleitos de Jesus Cristo, a todos os que estão em Roma, queridos de Deus, chamados a serem santos: a vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e da parte do Senhor Jesus Cristo!


Salmo 97/98

O Senhor fez conhecer a salvação.

Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.

O Senhor fez conhecer a salvação
e, às nações, sua justiça;
recordou o seu amor sempre fiel
pela casa de Israel.

Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Aclamai o Senhor Deu, ó terra inteira,
alegrai-vos e exultai!


Evangelho (Lucas 11,29-32)

Naquele tempo, afluía o povo e ele continuou: "Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não se lhe dará outro sinal senão o sinal do profeta Jonas.

Pois, como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem o será para esta geração. A rainha do meio-dia levantar-se-á no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque ela veio dos confins da terra ouvir a sabedoria de Salomão! Ora, aqui está quem é mais que Salomão.

Os ninivitas levantar-se-ão no dia do juízo para condenar os homens desta geração, porque fizeram penitência com a pregação de Jonas. Ora, aqui está quem é mais do que Jonas".


*COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A importância do SINAL

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Às vezes me ocorre certos pensamentos estranhos, hoje em pleno trânsito fiquei imaginando como seria se não tivéssemos os Sinais Verde, amarelo e vermelho, dos nossos Semáforos, ou dos Faróis, como dizem os mais antigos, certamente seria o caos, como é que eu iria saber se posso ou não avançar em um cruzamento, se não houvesse nada para sinalizar essa possibilidade?

Então precisamos dos benditos Sinais, entretanto, eles de nada adiantariam se a gente não conhecesse o significado de cada um deles, e o mais importante, lhe déssemos crédito. Certamente que conhecer os sinais de trânsito, todo condutor conhece, porque foi obrigado a ter essa informação em seu aprendizado, mas será que eles acreditam, isto é, obedecem a sinalização? O número de acidentes de trânsito em cruzamentos demonstra que muitos não acreditam no que sinalizam os nossos Semáforos. Amarelo, preste atenção: vai mudar o sinal; Vermelho: pare imediatamente, não ultrapasse; Verde: pode passar. A questão é que, no mesmo instante em um cruzamento, passam centenas de veículos, e todos têm que conhecer e acreditar nos sinais, colocando em prática o que está sendo sinalizado.

Melhor exemplo não há, para refletir esse evangelho, pois usando de uma pedagogia espetacular, Jesus usa esse método dos sinais para inaugurar a presença do seu Reino. Ontem, hoje e sempre, no mundo haverá pessoas que virão o sinal, acreditarão nele e viverão de acordo com o que lhes foi sinalizado, outros, ao contrário, não darão a mínima, embora tenham conhecimento e vejam os sinais.

Esse sinal, mais que convincente, é Jesus de Nazaré, o Filho de Deus encarnado em nossa natureza humana, pois o homem tem toda sua existência para fazer essa experiência com Jesus Cristo, é verdade que há os que ainda não o conhecem, e aqui a reflexão cobra de cada um de nós cristãos uma missionaridade mais autêntica, de uma igreja que sai de si mesma e vai ao encontro do outro lá onde ele vive, onde trabalha, onde estuda.

Fecharia a reflexão fazendo uma pergunta importante: Será que os Sinais do Reino de Deus, que nossas comunidades cristãs mostram ao mundo, são sinais convincentes? Que Jesus nós anunciamos, que evangelho nós pregamos, que Cristianismo nós vivemos? O sinal de Jonas convenceu os Ninivitas, Salomão e o dom Divino da sua sabedoria, atraiu até a Rainha de Sabá. Cristo Jesus é superior a todos esses sinais, mas será que o estamos mostrando ao mundo ou nossa luz anda meio apagada, como cristãos vagalumes, acendem um pouquinho, de vez em quando, nos finais de semana, mas depois logo apagam...

2. Mais que a sabedoria de Salomão

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Lucas não identifica quem é que busca um sinal, contudo Mateus (Mt 12,38) e Marcos (Mc 8,11) identificam o grupo de escribas e fariseus. A este grupo Jesus qualifica de geração perversa, o que reaparecerá várias vezes nos evangelhos de Mateus e de Lucas. Há uma clara rejeição da operação de sinais ou milagres por parte de Jesus.

Neste sentido, dois exemplos da tradição do Antigo Testamento são citados. A pregação de Jonas foi o sinal que foi percebido e acolhido pelos ninivitas, que se converteram. As multidões que seguem e acolhem Jesus, particularmente ao participarem da partilha dos pães, em vez de tocar os corações dos chefes do judaísmo, irritava-os.

A sabedoria de Salomão, conforme os textos elaborados na tradição, foi um sinal percebido pela rainha do Sul (Sabá) que veio ouvi-lo. Jesus se apresenta como ultrapassando esta sabedoria de Salomão.

O grande sinal de Jesus, que se perpetua ao longo do tempo, é a veracidade de sua palavra e a comunicação de seu amor.

3. COMO RECONHECER JESUS

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Muitas pessoas exigiam de Jesus sinais espetaculares como pré-requisito para darem o passo da fé. Com isso pensavam estar dispensados de optar livremente por ele. A opção resultaria da convicção intelectual, pois diante de um feito miraculoso, extraordinário, seria impossível não reconhecer Jesus como Messias.

A recusa de Jesus foi peremptória. Não lhes seria dado nenhum sinal que pudesse poupar as multidões do risco de escolher. Tinham Jesus diante de si. Suas palavras e seus gestos miraculosos eram bem conhecidos. De forma alguma, ele iria pressionar as pessoas a darem o passo da fé, pois tinha pleno respeito pela liberdade humana.

O Mestre, porém, permanecia atento à má vontade de seus interlocutores. No passado, os habitantes de Nínive, que eram pagãos, haviam se convertido ao ouvir a pregação de um desconhecido: Jonas. A rainha do Sul, uma pagã, também, viera de longe para deixar-se instruir por Salomão. Quanto a ele - Jesus - os seus contemporâneos apesar de o terem próximo de si, falando uma linguagem perfeitamente inteligível e dando mostras da origem divina de seus ensinamentos, não se sentiam motivados a acolhê-los. Portanto, os pagãos tiveram mais sensibilidade para acolher a salvação de Deus, do que os membros do povo eleito.