São Francisco Xavier

Sábado, 03 de novembro de 2011


A Igreja que na sua essência é missionária, teve no século XV e XVI um grande impulso do Espírito Santo para evangelizar a América e o Oriente. No Oriente, São Francisco Xavier destacou-se com uma santidade que o levou a ousadia de fundar várias missões, a ponto de ser conhecido como "São Paulo do Oriente". Francisco nasceu no castelo de Xavier, na Espanha, a 7 de abril de 1506, sofreu com a guerra, onde aprendeu a nobreza e a valentia; com dezoito anos foi para Paris estudar, tornando-se doutor e professor.

Vaidoso e ambicioso, buscava a glória de si até conhecer Inácio de Loyola, com quem fez amizade; e que sempre repetia ao novo amigo: "Francisco, que adianta o homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma?" Com o tempo, e intercessão de Inácio, o coração de Francisco foi cedendo ao amor de Jesus, até que entrou no verdadeiro processo de conversão; o resultado se vê no fato de ter se tornado cofundador da Companhia de Jesus. Já como Padre, e empenhado no caminho da santidade, São Francisco Xavier foi designado por Inácio a ir em missão para o Oriente. Na Índia, fez frutuoso trabalho de evangelização que abrangeu todas as classes e idades, ao avançar para o Japão, submeteu-se em aprender a língua e os seus costumes, a fim de anunciar um Cristo encarnado. Ambicionando a China para Cristo, pôs-se a caminho, mas em uma ilha frente a sua nova missão, veio a falecer por causa da forte febre e cansaço.

Esse grande santo missionário entrou no Céu com quarenta e seis anos, e percorreu grandes distâncias para anunciar o Evangelho, tanto assim que se colocássemos em uma linha suas viagens, daríamos três vezes a volta na Terra. São Francisco Xavier, com dez anos de apostolado, tornou-se merecidamente o Patrono Universal das Missões ao lado de Santa Teresinha do Menino Jesus.

São Francisco Xavier, rogai por nós!


Hoje:

Dia da Propaganda,Dia do Orientador Educacional


Leituras

Primeira Leitura (Isaías 30,19-21.23-26)
Leitura do livro do profeta Isaías.

Assim fala o Senhor, o santo de Israel: 30 19 "Sim, povo de Sião, que habitas em Jerusalém, não terás mais de que chorar. À voz de tua súplica ele te fará misericórdia; assim que a ouvir, ele te atenderá.

20 (Quando o Senhor vos tiver dado o pão da angústia e a água da tribulação) aquele que te instrui não se esconderá mais, e verás com teus olhos aquele que te ensina.

21 Ouvirás com teus ouvidos estas palavras retumbarem atrás de ti: ´É aqui o caminho, andai por ele, quando te desviares quer para a direita, quer para a esquerda´.

23 (O Senhor) dará chuvas às sementes com que proverdes o solo e o pão que produzir a terra será nutritivo e saboroso. Naquele dia teu gado pastará em vastas pastagens;
24 os bois e os asnos, que trabalham a terra, comerão uma forragem salgada que será joeirada com a pá e com a peneira.

25 Então, em todo monte alto e em toda colina elevada haverá arroios de água corrente, no dia da grande mortandade, em que desabarão as fortalezas.

26 Então a luz da lua será viva como a do sol, e a do sol brilhará sete vezes mais (como a luz de sete dias), no dia em que o Senhor pensar a chaga de seu povo e curar as contusões dos golpes que recebeu".


Salmo 146/147A

Felizes são aqueles que esperam no Senhor!

Louvai o Senhor Deus, porque ele é bom;
cantai ao nosso Deus, porque é suave:
ele é digno de louvor, ele o merece!
O Senhor reconstruiu Jerusalém,
e os dispersos de Israel juntou de novo.

Ele conforta os corações despedaçados,
ele enfaixa suas feridas e as cura;
fixa o número de todas as estrelas
e chama a cada uma por seu nome.

É grande e onipotente o nosso Deus,
seu saber não tem medida nem limites.
O Senhor Deus é o amparo dos humildes,
mas dobra até o chão os que são ímpios.


Evangelho (Mateus 9,35-10,1.6-8)

9 35 Jesus percorria todas as cidades e aldeias. Ensinava nas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino e curando todo mal e toda enfermidade.

36 Vendo a multidão, ficou tomado de compaixão, porque estava enfraquecida e abatida como ovelhas sem pastor.

37 Disse, então, aos seus discípulos: "A messe é grande, mas os operários são poucos.

38 Pedi, pois, ao Senhor da messe que envie operários para sua messe".

10 1 Jesus reuniu seus doze discípulos. Conferiu-lhes o poder de expulsar os espíritos imundos e de curar todo mal e toda enfermidade.

6 "Ide antes às ovelhas que se perderam da casa de Israel.

7 Por onde andardes, anunciai que o Reino dos céus está próximo.

8 Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. Recebestes de graça, de graça dai!"


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Reunião de emergência..."

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A situação é de emergência... Jesus vê a multidão enfraquecida e abatida, sem rumo ou direção e provavelmente sem esperança, parecem ovelhas sem pastor, sem saber que rumo tomar e a mercê dos lobos vorazes, sem um abrigo seguro e pastagens verdejantes. Jesus poderia, quem sabe, denunciar a situação aos governantes da época, acionar os responsáveis para cuidar do povo, melhor ainda, poderia convocar uma reunião com os Líderes religiosos para alertá-los sobre a situação triste do povo, chamando-os assim as suas responsabilidades...

Mas no Reino de Deus não há departamentos em separado para cada problema a ser resolvido, não há super estruturas para atender as demandas sociais, nem telefones de emergência ou campanhas de conscientização, tem que se virar com que se tem á mão, é proibido ficar esperando dos outros, das instituições responsáveis, das pastorais, das associações, como dizia aquele refrão de Geraldo Vandré "Quem sabe faz a hora não espera acontecer".

Jesus tem em mãos um grupo de doze homens que não foram treinados para situações de emergência, que não são peritos em nada e nem atuam na promoção humana. Jesus primeiro identifica o problema... "a messe é grande e os operários são poucos", depois lhes ensina uma oração muito eficiente "Pedi ao Senhor da messe que envie operários...”, ou seja, "olha Senhor, se precisar a gente está aqui..." E em seguida convoca os doze para uma aula prática emergencial. Primeiro lhes transmite confiança, conferir-lhes poder significa mostrar do que eles são capazes, Jesus fez e eles também poderão fazê-lo, promover uma ampla ação libertadora e curar as enfermidades.

Deverão procurar os que se perderam, aqueles que estão no fundo do poço, mas o mais importante é o anúncio de que o Reino já chegou e se o reino está próximo, não mais poderá haver doenças, mortes ou qualquer tipo de alienação ou preconceito (Os leprosos eram considerados impuros). E por fim a mais importante de toda instrução, antes de partirem para essa missão de emergência, a fim de socorrem a multidão perdida: dar de graça, sem nada querer em troca, aproveitar do sofrimento do outro, para comprar sua consciência é o mais horroroso de todos os pecados diante de Deus, que pode ser praticado por um Discípulo Missionário. Tirar qualquer vantagem do irmão ou da irmã, que estou ajudando, é crime que merecerá sempre o repúdio do Céu!

Será que os miseráveis de hoje, os infelizes, tristes, deprimidos e desgraçados, os excluídos e marginalizados, podem contar com a compaixão das nossas comunidades? A resposta tem que estar no coração de cada um de nós, que estamos hoje em lugar dos primeiros discípulos e que somos constantemente convocados pelo Senhor que nos envia na direção da grande massa dos Sem Esperança...

2. É preciso orar ao Senhor

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Após caracterizar o messianismo de Jesus com a narrativa de dez milagres, reunidos em um bloco nos capítulos 8 e 9 de seu evangelho, Mateus faz um sumário do ministério de Jesus.

A tarefa é grande, o caminho é longo, as multidões que acorrem, estão abatidas, cansadas, tomadas por doenças e enfermidades decorrentes de suas precárias condições de vida, frutos de sua exclusão social. Estão como ovelhas sem pastor. São como uma messe que aguarda a colheita. É preciso orar ao Senhor para que envie mais trabalhadores para esta tarefa.

Diante deste quadro exposto Jesus faz o envio missionário dos doze discípulos, escolhidos como apóstolos. Na sua missão, as curas e exorcismos exprimem o restabelecimento da dignidade humana por um novo relacionamento interpessoal, fraterno e partilhado, característico do Reino dos Céus, tendo em vista a vida plena para todos.

3. A PRESENÇA DO REINO

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A presença de Jesus na história humana reacendeu a esperança no coração do povo, esmagado pela doença e relegado à própria sorte por ter sido abandonado pelos líderes da nação. O anúncio da chegada do Reino representou uma mudança significativa na vida desta gente. A cura das doenças revelava a abundância de vida compartilhada por Deus com a humanidade sofredora.

O envio dos discípulos em missão teria como finalidade tirar o povo da situação de abandono, pois, doravante, este encontraria naqueles seus aliados.

O próprio Jesus foi um ferrenho aliado do povo, com o qual se fazia solidário. A missão dos discípulos consistiria em ampliar o raio desta solidariedade, estendendo-a a todos os pobres do mundo. Como Jesus, eles deveriam proclamar a chegada do Reino e até revelar sua presença com a expulsão dos espíritos impuros e a cura das doenças e enfermidades. E tudo isto, mediante um serviço caracterizado pela gratuidade. Ou seja, a presença dos discípulos, junto ao povo sofredor, deveria tão-somente levá-lo a desfrutar dos bens do Reino de Deus. Nada mais!

Portanto, os discípulos foram chamados a ser sinais da presença do Reino de Deus, a exemplo de Jesus. Onde quer que estivessem, o Reino se faria presente por meio deles.