São Francisco Xavier

Segunda-feira, 03 de dezembro de 2012


A Igreja que na sua essência é missionária, teve no século XV e XVI um grande impulso do Espírito Santo para evangelizar a América e o Oriente. No Oriente, São Francisco Xavier destacou-se com uma santidade que o levou a ousadia de fundar várias missões, a ponto de ser conhecido como "São Paulo do Oriente". Francisco nasceu no castelo de Xavier, na Espanha, a 7 de abril de 1506, sofreu com a guerra, onde aprendeu a nobreza e a valentia; com dezoito anos foi para Paris estudar, tornando-se doutor e professor.

Vaidoso e ambicioso, buscava a glória de si até conhecer Inácio de Loyola, com quem fez amizade; e que sempre repetia ao novo amigo: "Francisco, que adianta o homem ganhar o mundo inteiro se perder a sua alma?" Com o tempo, e intercessão de Inácio, o coração de Francisco foi cedendo ao amor de Jesus, até que entrou no verdadeiro processo de conversão; o resultado se vê no fato de ter se tornado cofundador da Companhia de Jesus. Já como Padre, e empenhado no caminho da santidade, São Francisco Xavier foi designado por Inácio a ir em missão para o Oriente. Na Índia, fez frutuoso trabalho de evangelização que abrangeu todas as classes e idades, ao avançar para o Japão, submeteu-se em aprender a língua e os seus costumes, a fim de anunciar um Cristo encarnado. Ambicionando a China para Cristo, pôs-se a caminho, mas em uma ilha frente a sua nova missão, veio a falecer por causa da forte febre e cansaço.

Esse grande santo missionário entrou no Céu com quarenta e seis anos, e percorreu grandes distâncias para anunciar o Evangelho, tanto assim que se colocássemos em uma linha suas viagens, daríamos três vezes a volta na Terra. São Francisco Xavier, com dez anos de apostolado, tornou-se merecidamente o Patrono Universal das Missões ao lado de Santa Teresinha do Menino Jesus.

São Francisco Xavier, rogai por nós!


Hoje:

Dia Internacional do Portador de Deficiência


Leituras

Leitura (Isaías 2,1-5)
Leitura do livro do profetas Isaías.

2 1 Visão de Isaías, filho de Amós, acerca de Judá e Jerusalém.
2 No fim dos tempos acontecerá que o monte da casa do Senhor estará colocado à frente das montanhas, e dominará as colinas. Para aí acorrerão todas as gentes,
3 e os povos virão em multidão: "Vinde, dirão eles, subamos à montanha do Senhor, à casa do Deus de Jacó: ele nos ensinará seus caminhos, e nós trilharemos as suas veredas". Porque de Sião deve sair a lei, e de Jerusalém, a palavra do Senhor.
4 Ele será o juiz das nações, o governador de muitos povos. De suas espadas forjarão relhas de arados, e de suas lanças, foices. Uma nação não levantará a espada contra outra, e não se arrastarão mais para a guerra.
5 Casa de Jacó, vinde, caminhemos à luz do Senhor.


Salmo 121/122

Que alegria quando me disseram:
"Vamos à casa do Senhor!"

Que alegria quando ouvi que me disseram:
"Vamos à casa do Senhor!"
E agora nossos pés já se detêm,
Jerusalém, em tuas portas.

Para lá sobem as tribos de Israel,
as tribos do Senhor.
Para louvar, segundo a lei de Israel,
o nome do Senhor.
A sede da justiça lá está
e o trono de Davi.

Rogai que viva em paz Jerusalém,
e em segurança os que te amam!
Que a paz habite dentro de teus muros,
tranqüilidade em teus palácios!

Por amor a meus irmãos e meus amigos,
peço: "A paz esteja em ti!"
Pelo amor que tenho à casa do Senhor,
eu te desejo todo bem!


Evangelho (Mateus 8,5-11)

Naquele tempo, 8 5 entrou Jesus em Cafarnaum. Um centurião veio a ele e lhe fez esta súplica:
6 "Senhor, meu servo está em casa, de cama, paralítico, e sofre muito".
7 Disse-lhe Jesus: "Eu irei e o curarei".
8 Respondeu o centurião: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado.
9 Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu digo a um: 'Vai', e ele vai; a outro: 'Vem', e ele vem; e a meu servo: 'Faze isto', e ele o faz".
10 Ouvindo isto, cheio de admiração, disse Jesus aos presentes: "Em verdade vos digo: não encontrei semelhante fé em ninguém de Israel.
11 Por isso, eu vos declaro que multidões virão do Oriente e do Ocidente e se assentarão no Reino dos céus com Abraão, Isaac e Jacó".


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Um Deus que ama e se comove com nossas súplicas

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Não dá dúvidas de que esse evangelho põe em evidência a Fé desse Centurião, o respeito e a humildade com que se aproximou de Jesus, chamando-o de “Senhor” e a oração de súplica que marcou esse encontro com Jesus.

Mas não podemos deixar de refletir também sobre o grande Amor Misericordioso de Deus que ali se manifestou em Jesus, primeiro na pessoa daquele Centurião, mas que é um sinal desse amor por toda a humanidade.

Note-se que Jesus não o interrogou para saber se ele tinha Fé, se tinha vontade de ser seu discípulo, se estava mesmo disposto a ser seu seguidor. Diante da oração de súplica, que, aliás, não pediu nada, mas apenas constatou a grave enfermidade do servo, a iniciativa foi de Jesus “Eu irei e o curarei”.

Pessoas ao nosso redor, muito queridas, e na maioria das vezes nós próprios, padecemos desse “mal” do pecado, que nos deixa paralíticos, porque impede-nos de viver o amor e de ajudar sinceramente as pessoas em nossas relações.

Nossas orações diante de Jesus devem ser iguais a essa oração do Centurião, para serem sinceras. Nos colocar diante dele com nossas misérias, fraquezas e limitações, em um Espírito contrito e orante, dando também a abertura no coração e na alma, para que Ele possa agir com o seu poder restaurador. A mesma dificuldade do Centurião é a nossa, pois não nos julgamos dignos de acolher em nossa vida a preciosa e valiosa Graça Operante e Santificante, que o Senhor cheio de misericórdia nos oferece, entretanto, tudo isso vem com a Palavra e isso nos basta para que o esperado “Milagre” aconteça. O Centurião reconhecia o poder dessa Palavra e estava aberto para acolhê-la, ciente de que ela produziria uma ação eficaz na Vida do seu servo. Exatamente por isso á sua Fé é enaltecida diante dos presentes.

Não são as nossas ações ou medidas rigorosas, de obediência a algum preceito, que nos libertam e nos curam de nossos “pecados” mas o Poder da Palavra do Senhor, manifestada claramente no Verbo Divino, Jesus de Nazaré, o Filho de Deus.

2. Fé que leva à adesão a Jesus

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Esta narrativa envolvendo o centurião romano circulava nas primeiras comunidades cristãs em duas versões um pouco diferenciadas. Assim temos a versão de Mateus, no evangelho de hoje, e a de Lucas, próximas entre si, e a versão de João (cf. Jo 4,43-53) mais diferenciada. Na narrativa de Mateus há uma preocupação de destacar a fé que opera a cura à distância. É um estímulo ao fortalecimento da fé nas comunidades após a morte de Jesus, que não o têm mais visivelmente presente.

Fica também em destaque o universalismo do chamado de Jesus. A fé que leva à adesão a Jesus não está restrita aos que se submetem à Lei que regia o Templo e as sinagogas, mas está ao alcance de qualquer povo ou nação, sem exclusões.

Hoje tende a se consolidar uma fé ecumênica que une as diversas religiões e igrejas, com o objetivo comum da promoção da vida e da dignidade humana. É um caminho e uma fonte de esperança de um mundo novo fraterno e pacífico.

3. A ACOLHIDA DO SENHOR

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O oficial romano é um exemplo de disponibilidade para acolher o Senhor. Sendo um romano, não nutria a esperança na vinda do Messias, como o Povo de Deus. Era um chefe militar, sob cujas ordens estava uma centena de soldados. Tal condição colocava-o numa situação que, com muita facilidade, poderia tê-lo levado à soberba e ao autoritarismo. Exercendo seu cargo numa terra estrangeira, corria o risco de mostrar-se prepotente e opressor da população local.

Entretanto, ele não se deixou levar por nenhuma dessas tentações. O terrível sofrimento de um subalterno paralítico tocou fundo o seu coração. Seu amor solidário manifestou-se no interesse sincero de lutar para o seu servo obter a cura. Por isso, não receou suplicá-la a Jesus, nem lhe pareceu inconveniente colocar-se como subalterno e totalmente dependente do Mestre. Deste modo, ao amor pelo servo doente juntou-se uma fé entranhada a Jesus. Fé e amor permitiram, pois, ao homem pagão deixar a ação de Deus atuar em sua vida.

O mesmo acontece com o discípulo do Reino: será digno de acolher o Senhor, na medida em que a fé o amor forem os eixos de sua ação, levando-o a romper os limites do egoísmo e a sair de si, para encontrar Jesus que passa em sua vida.