São Gregório Barbarigo

Segunda-feira, 18 de junho de 2012


Nasceu em Veneza no ano de 1625 dentro de uma família nobre, que proporcionou a ele uma formação intelectual muito boa e também integral.

Ele conheceu o Cristianismo através do testemunho de sua família. Seguir a Cristo supõe renúncia, cruz, decisões grandes e pessoais.

No meio dos estudos ele se tornou um diplomata europeu e, ali, dava testemunho de Igreja e Cristianismo, mas dentro de si havia o chamado ao sacerdócio.

Deixou tudo: bens e carreira e foi ordenado sacerdote. Tornou-se cada vez mais um servo na Igreja e foi escolhido para ser assessor do Papa. Não demorou muito e ele foi ordenado Bispo de Bérgamo (onde fez um maravilhoso trabalho apostólico). Em seguida foi transferido para Pádua, onde cuidou principalmente da formação do Clero, para colocar em prática todas as decisões do Concilio de Trento.

Era um homem de oração. Não existirá um santo na Igreja que não tenha vivido seriamente a vida penitencial e a vida de oração.

São Gregório era um homem de grandes atividades, porque tinha grande intimidade com o Senhor. Tantos trabalhos teve que, com 72 anos, foi atestada a sua morte. Morreu de tanto trabalhar.

São Gregório Barbarigo, rogai por nós!


Hoje:

Dia do Químico, Imigração Japonesa


Leituras

Leitura (1 Reis 21,1-16)
Leitura do primeiro livro dos Reis.

21 1 Passado tudo isso, aconteceu o seguinte: Nabot de Jezrael possuía uma vinha nessa cidade, ao lado do palácio de Acab, rei de Samaria.
2 Acab disse a Nabot: "Cede-me tua vinha, para que eu a transforme numa horta, porque está junto de minha casa. Dar-te-ei em troca uma vinha melhor, ou se o preferires, pagar-te-ei em dinheiro o seu valor".
3 Nabot, porém, respondeu a Acab: "Deus me livre de ceder-te a herança de meus pais!"
4 Acab voltou para a sua casa sombrio e irritado, por ter Nabot de Jezrael recusado ceder-lhe a herança de seus pais. Estendeu-se na cama com o rosto voltado para a parede, e não quis comer.
5 Jezabel, sua mulher, veio ter com ele e disse-lhe: "Por que estás de mau humor e não queres comer?"
6 Ele respondeu: "Falei a Nabot de Jezrael, propondo-lhe que me vendesse a sua vinha, ou, se o preferisse, que a trocasse comigo por outra melhor; mas ele respondeu-me: Não te cederei a minha vinha".
7 Jezabel, sua mulher, disse-lhe: "Não és tu, porventura, o rei de Israel? Vamos! Come, não te incomodes. Eu te darei a vinha de Nabot de Jezrael". 8 Escreveu ela, então, uma carta em nome do rei, selou-a com o selo real, e mandou-a aos anciãos e aos notáveis da cidade, concidadãos de Nabot. 9 Eis o que dizia na carta: "Promulgai um jejum, fazei sentar Nabot num lugar de honra,
10 e mandai vir diante dele dois homens inescrupulosos que o acusem, dizendo: 'Este amaldiçoou a Deus e ao rei. - Conduzi-o em seguida para fora da cidade e apedrejai-o até que morra!'"
11 Os homens da cidade, os anciãos e os notáveis, concidadãos de Nabot, fizeram o que ordenava Jezabel, segundo o conteúdo da carta que lhes tinha mandado.
12 Promulgaram um jejum e fizeram Nabot sentar-se num lugar de honra.
13 Vieram então os dois miseráveis, colocaram-se diante dele e fizeram publicamente a deposição seguinte contra ele: "Nabot amaldiçoou a Deus e ao rei". Depois disto, levaram-no para fora da cidade, onde foi apedrejado e morreu.
14 E mandaram dizer a Jezabel: "Nabot foi apedrejado e morto".
15 Quando ela soube que Nabot fora apedrejado e morto, foi dizer a Acab: "Vai e toma posse da vinha que Nabot de Jezrael te recusara vender. Ele já não vive; está morto".
16 Acab, tendo ouvido dizer que Nabot morrera, levantou-se e dirigiu-se para a sua vinha, para tomar posse dela.


Salmo 5

Atendei o meu gemido, ó Senhor!

Escutai, ó Senhor Deus, minhas palavras,
atendei o meu gemido!
Ficai atento ao clamor da minha prece,
ó meu rei e meu Senhor!

Não sois um Deus a quem agrade a iniqüidade,
não pode o mau morar convosco;
nem os ímpios poderão permanecer
perante os vossos olhos.

Detestais o que pratica a iniqüidade
e destruís o mentiroso.
Ó Senhor, abominais o sanguinário,
o perverso e enganador.


Evangelho (Mateus 5,38-42)

5 38 Disse Jesus:"Tendes ouvido o que foi dito: Olho por olho, dente por dente.
39 Eu, porém, vos digo: não resistais ao mau. Se alguém te ferir a face direita, oferece-lhe também a outra.
40 Se alguém te citar em justiça para tirar-te a túnica, cede-lhe também a capa.
41 Se alguém vem obrigar-te a andar mil passos com ele, anda dois mil.
42 Dá a quem te pede e não te desvies daquele que te quer pedir emprestado".


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. “Isso não vai ficar assim!”

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quantas vezes não ouvimos essa frase, dita por alguém em um momento de revolta e indignação, quantas vezes nós mesmos nãom pensamos ou falamos essa frase, talvez trêmulo pela raiva ou ofensa recebida. Essa frase é perigosa porque cria dentro da gente o espírito de Vingança que Jesus combate nesse evangelho. Frases do tipo “Sou cristão mas não sou bobo”, ou “Sou bom mas...não mexa comigo”, ou ainda “Sou bom mas não levo desaforo para casa”.Claro que a maioria delas são ditas em um momento de muita raiva e indignação e as vezes fica o dito pelo não dito, pois gostamos de falar essas frases na frente das pessoas, para que elas vejam quem somos.

Mas elas refletem, sem dúvida alguma, o mal do espírito de vingança presente na sociedade e quando dizemos essas frases estamos divulgando essa cultura da violência. Certa ocasião perguntaram a um agressor de mulher, que fora condenado pela Lei Maria da Penha, o porquê do seu comportamento tão violento e cruel com a esposa. Ele respondeu que quando criança e na pré-adolescência, cresceu vendo a mãe apanhar do padrasto quase todo dia e ele achava que isso era normal.

Qual a melhor forma de se combater essa cultura de morte e de violência, que todos os dias se faz presente no quotidiano da vida, nas famílias, nos jogos de futebol, nas torcidas das grandes equipes, na política e até na comunidade? A resposta encontramos nas palavras de Jesus nesse evangelho: Eu porém vos digo...

Esta afirmativa que abre as orientações que Jesus vai dar sobre esse assunto, é essencial para nós cristãos, é o Senhor que está falando, e suas palavras se opõe á Lei de Talião, que era a Lei da Vingança. A questão é, como agir diante da violência, como agir quando nós somos as vítimas, por também tem disso, ás vezes trabalhamos bem com a questão do perdão, quando a coisa é com o outro, mas e quando nós é que fomos agredidos, humilhados, ofendidos, caluniados, injustiçados? Muitas vezes colocamos um peso muito maior, do que quando se trata do irmão.

A espiral da violência só termina quando ela é interrompida e neste evangelho, Jesus orienta esse procedimento porque exatamente é essa a vontade de Deus. Examinemos com grande atenção a nossa conduta, na comunidade e fora dela, talvez não sejamos vingadores implacáveis, como permitia a Lei do Talião, mas precisamos nos convencer que “certas vingancinhas” e atos mesquinhos, em nossa relações, com aqueles de quem não gostamos, ou que nos deram motivos para não os amar, são igualmente detestáveis perante Deus e assim agimos, é sinal de que as palavras de Jesus ainda não penetraram em nosso coração o suficiente, para experimentarmos o seu Santo e Bendito Amor, gratuito e incondicional.

2. Rompendo com a cadeia de violência

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Na sequência da fala de Jesus, no Sermão da Montanha, Mateus insere uma série de seis antíteses, contrapondo o ensinamento de Jesus à doutrina tradicional dos escribas e fariseus. "Ouvistes o que foi dito... Eu, porém, vos digo...". Jesus vem revelar que qualquer doutrina ou lei só tem valor na medida em que contribua para a libertação e a promoção da vida.

No evangelho de hoje temos a quinta antítese. A lei do talião era a expressão do culto ao espírito vingativo e cruel, com a perpetuação da violência: a vingança exige "vida por vida, olho por olho, dente por dente, pé por pé, queimadura por queimadura, ferida por ferida, golpe por golpe" (Ex 21,23-25)!

Jesus remove o mau espírito de vingança pela prática da bem-aventurança da mansidão. A contraposição à lei do talião é expressa, no evangelho, através de uma ênfase literária simbólica, "oferecer a outra face... dar também o manto... caminhar dois quilômetros...", o que significa: renunciar absolutamente a reagir à violência pela violência. Contudo, aquele que sofre a violência não deve se intimidar, e é até conveniente questionar o agente da violência, em vista de corrigi-lo, inclinando-o à conversão.

Rompendo com a cadeia de violência, o discípulo deve aplicar-se ao amor sem limites, na construção da paz.

3. CONTRA A RETALIAÇÃO

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A Lei de Talião - "olho por olho, dente por dente" - não encontrou guarida no ensinamento de Jesus. Aquele princípio legal havia sido importante para coibir as arbitrariedades no caso de violência ilimitada, para fazer valer o direito. E funcionava como mecanismo de controle da selvageria e do barbarismo, nas relações interpessoais. Era um passo em direção às relações humanas civilizadas.

O discípulo do Reino submete-se a uma lógica diferente. Recusa-se a entrar no jogo do malvado, de forma a desarticular, no seu nascedouro, a espiral da violência. Responde o mal com o bem, não se valendo do que lhe garante o direito. O direito de retaliação é substituído pelo princípio da misericórdia no trato mútuo.

A reação paradoxal que Jesus sugeriu aos seus discípulos, diante da violência, tem uma finalidade concreta: mostrar as possibilidades extremas de aplicação do seu ensinamento. Quem é movido por um amor incondicional ao próximo, descentrando-se de si mesmo, será capaz de fazer gestos radicais para coibir a violência, sem responder com a mesma moeda.

O discípulo, na linha das Bem-aventuranças, caracteriza-se como manso e pacífico. Por ser manso, recusa-se terminantemente a recorrer à violência. Por ser pacífico, tudo faz para que os laços com o próximo não sejam rompidos. Mesmo à custa de gestos paradoxais!

Oração