São Gregório Magno

Sábado, 03 de setembro de 2011


Hoje, celebramos a memória deste Magno (Grande) de Cristo: São Gregório I. Nascido em Roma no ano 540, numa família nobre que muito o motivou à vida pública.

Gregório (cujo nome significa "vigilante"), chegou a ser um ótimo prefeito de Roma, pois era desapegado dos próprios interesses devido sua constante renúncia de si mesmo. Atingido pela graça de Deus, São Gregório chegou a vender tudo o que tinha para auxiliar os pobres e a Igreja.

São Bento exercia forte influência na vida de Gregório, por isso, além de ajudar a construir muitos mosteiros, entrou para a vida religiosa do "Ora et Labora".

Homem certo, no lugar certo, este foi Gregório que era alguém de senso de dever, de medida e dignidade. Além da intensa vida interior, bem percebida quando escreveu sobre o 'ideal do pastor':" O verdadeiro pastor das almas é puro em seu pensamento. Sabe aproximar-se de todos, com verdadeira caridade. Eleva-se acima de todos pela contemplação de Deus."

Com a morte do Papa da época, São Gregório foi o escolhido para "sentar" na Cátedra de Pedro no ano de 590, e assim chefiar com segurança a Igreja num tempo em que o mundo romano passava para o mundo medieval.

São Gregório Magno, Papa e Doutor da Igreja que conquistou o Céu com 65 anos de idade (no ano 604), deixou marcas em todos os campos, valendo lembrar que na Liturgia há o Canto Gregoriano, o qual eleva os corações a Deus, fonte e autor de toda santidade.

São Gregório Magno, rogai por nós!


Hoje: Dia da Policia Militar, Dia do Biólogo, Dia do Guarda Civil


Leituras

Primeira Leitura (Colossenses 1,21-23)

Há bem pouco tempo, sendo vós alheios a Deus e inimigos pelos vossos pensamentos e obras más, eis que agora ele vos reconciliou pela morte de seu corpo humano, para que vos possais apresentar santos, imaculados, irrepreensíveis aos olhos do Pai.

Para isto, é necessário que permaneçais fundados e firmes na fé, inabaláveis na esperança do Evangelho que ouvistes, que foi pregado a toda criatura que há debaixo do céu, e do qual eu, Paulo, fui constituído ministro.


Salmo 53/54

Quem me protege e me ampara é meu Deus!

Por vosso nome, salvai-me, Senhor,
e dai-me a vossa justiça!
Ó meu Deus, atendei minha prece
e escutai as palavras que eu digo!

Quem me protege e me ampara é meu Deus;
é o Senhor quem sustenta minha vida!
Quero ofertar-vos o meu sacrifício
de oração e com muita alegria;
quero louvar, ó Senhor, vosso nome,
quero cantar vosso nome, que é bom!


Evangelho (Lucas 6,1-5)

Em dia de sábado, Jesus atravessava umas plantações; seus discípulos iam colhendo espigas (de trigo), as debulhavam na mão e comiam. Alguns dos fariseus lhes diziam: "Por que fazeis o que não é permitido no sábado?"

Jesus respondeu: "Acaso não tendes lido o que fez Davi, quando teve fome, ele e os seus companheiros; como entrou na casa de Deus e tomou os pães da proposição e deles comeu e deu de comer aos seus companheiros, se bem que só aos sacerdotes era permitido comê-los?" E ajuntou: "O Filho do Homem é senhor também do sábado".

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. É proibido proibir...

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Eu me lembro dessa música de Caetano Veloso que era uma crítica ao autoritarismo do governo militar, claro que muito bem dissimulado, para não se pego pela censura. Quando a relação Homem-Deus se apoia no mero legalismo, temos Religião das Proibições, que segue mil e uma normas mas nunca consegue compreender o verdadeiro sentido da Vida em comunhão com Deus, mas esta supõe uma total liberdade, a vivência do evangelho é uma proposta que requer do homem uma resposta.

Mais uma vez os discípulos de Jesus, usando dessa liberdade, saciam a fome ao passar por um trigal em dia de sábado, atraindo a atenção de alguns Fariseus que vai lembrar a Jesus as proibições do Dia de Sábado.

E mais uma vez Jesus lhes explica, com toda paciência, que quando se vive na Liberdade dos Filhos e Filhas de Deus, é proibido proibir, pois a consciência e a razão do homem é iluminado pela Luz de Deus que o ajuda a discernir o que é certo do que é errado. Jesus recorre a própria tradição de Israel fazendo referência a Davi, o grande Rei que soube se deixar conduzir por esta luz interior, na qual baseava todas as suas atitudes.

A Fé não é a assinatura de um contrato de normas rigorosas a seguir, a verdadeira religião não é Freio, como ainda dizem alguns “entendidos”, mas sim uma adesão incondicional a Pessoa de Jesus Cristo, que torna-se desta maneira a única e verdadeira referência para todos os nossos atos.

2. A vontade de Deus é a prática da misericórdia

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Os diversos conflitos de Jesus com os fariseus e demais líderes religiosos de Israel refletem o distanciamento de Jesus em relação à instituição religiosa do judaísmo.

A rigidez da observância do sábado se apoiava em um texto tardio do livro do Êxodo que afirmava: "todo aquele que trabalhar neste dia será punido com a morte" (Ex 31,15; 35,2). É a expressão do sagrado considerado como acima e contra a vida. O Templo e as observâncias legais estão superados por Jesus. A vontade de Deus é a prática da misericórdia que consolida o amor e fortalece os laços de fraternidade e gera a paz.

Os discípulos de Jesus eram censurados por estarem arrancando as espigas e debulhando-as em um dia de sábado, o que os fariseus consideravam como realização de um trabalho, o que era proibido neste dia.

Jesus desconsidera esta proibição, alegando que o mais importante era a necessidade dos discípulos se alimentarem. E, autodenominando-se como o Filho do Homem, o Filho de Deus encarnado, afirma sua autoridade para suprimir as exigências legais opressoras.

3. O SENHOR DO SÁBADO

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Sendo Jesus o Filho do Homem, pleno de poderes recebidos do Pai, podia agir com liberdade diante da tradição. Pouca importância tinha para ele as distinções minuciosas e as interpretações casuístas que corriam nos ambientes farisaicos. No caso do repouso sabático, colocava-se acima dos limites sutis entre as ações proibidas e aquelas permitidas, no dia consagrado ao Senhor.

Daí sua atitude de indiferença quanto ao fato de seus discípulos, ao atravessar um trigal em dia de sábado, terem apanhado espigas e comê-las. Em que este gesto representava um desrespeito a Deus? Por que classificá-lo como pecaminoso e, por isso, proibi-lo? Jesus não via nele motivos para censurar seus discípulos, e impedi-los de praticar esta ação.

Se Davi tomou a liberdade de saciar sua fome com pães consagrados, que só aos sacerdotes era permitido comer, o Filho do Homem estava agindo muito mais corretamente com os seus discípulos! Sua superioridade em relação ao antigo rei de Israel permitia-lhe liberá-los da submissão às prescrições judaicas.

Jesus concedia, assim, aos discípulos uma liberdade desconhecida no mundo dos mestres da Lei e dos fariseus. A ação de Jesus fundava-se num dado que seus adversários desconheciam: sua condição de Filho de Deus.