São Guilherme

Sábado, 25 de junho de 2011


Com grande devoção, hoje, lembramos a santidade de vida de São Guilherme, que nasceu em Vercelli, Itália, no ano de 1085. Órfão muito cedo, foi morar com os familiares que em nada o impediram de seguir Jesus e realizar seus anseios de vida religiosa.

Quando tinha apenas 14 anos, Guilherme saiu com vestes penitenciais para visitar o Santuário de Santiago de Compostela, na Espanha, visando expressar sua caminhada espiritual. Aconteceu que desejava peregrinar para a Terra Santa, mas devido a turbulências políticas, desviou-se e acabou se retirando no Monte Partênio (Monte da Virgem) e ali permaneceu em silêncio, penitência e oração.

São Guilherme, ao começar a construção do Santuário de Nossa Senhora do Monte Virgine, com o tempo, teve de organizar a comunidade dos monges formada a partir de sua total consagração. E desta forma nasceu o primeiro dos vários mosteiros fundados pelo Santo.

Combatente contra o mal, durante os 67 anos de existência ele não admitiu o pecado em sua vida, tanto que diante da malícia de uma mulher, ele preferiu jogar-se em brasas acesas do que nos braços do pecado; e por graça foi preservado milagrosamente de qualquer ferimento.

São Guilherme, rogai por nós!


Primeira Leitura (Gênesis 18,1-15)

O Senhor apareceu a Abraão nos carvalhos de Mambré, quando ele estava assentado à entrada de sua tenda, no maior calor do dia. Abraão levantou os olhos e viu três homens de pé diante dele. Levantou-se no mesmo instante da entrada de sua tenda, veio-lhes ao encontro e prostrou-se por terra. “Meus senhores, disse ele, se encontrei graça diante de vossos olhos, não passeis avante sem vos deterdes em casa de vosso servo. Vou buscar um pouco de água para vos lavar os pés. Descansai um pouco sob esta árvore. Eu vos trarei um pouco de pão, e assim restaurareis as vossas forças para prosseguirdes o vosso caminho; porque é para isso que passastes perto de vosso servo.” Eles responderam: “Faze como disseste.”

Abraão foi depressa à tenda de Sara: “Depressa, disse ele, amassa três medidas de farinha e coze pães.” Correu em seguida ao rebanho, escolheu um novilho tenro e bom, e deu-o a um criado que o preparou logo. Tomou manteiga e leite e serviu aos peregrinos juntamente com o novilho preparado, conservando-se de pé junto deles, sob a árvore, enquanto comiam. E disseram-lhe: “Onde está Sara, tua mulher?” “Ela está na tenda”, respondeu ele. E ele disse-lhe: “Voltarei à tua casa dentro de um ano, a esta época; e Sara, tua mulher, terá um filho.”

Ora, Sara ouvia por detrás, à entrada da tenda. (Abraão e Sara eram velhos, de idade avançada, e Sara tinha já passado da idade.) Ela pôs-se a rir secretamente: “Velha como sou, disse ela consigo mesma, conhecerei ainda o amor? E o meu senhor também é já entrado em anos.” O Senhor disse a Abraão: “Por que se riu Sara, dizendo: ‘Será verdade que eu teria um filho, velha como sou?’ Será isso porventura uma coisa muito difícil para o Senhor? Em um ano, a esta época, voltarei à tua casa e Sara terá um filho.” Sara protestou: “Eu não ri”, disse ela, pois tinha medo. Mas o Senhor disse-lhe: “Sim, tu riste.”

Salmo Lucas 1

O Senhor se lembrou de mostra sua bondade.

A minha alma engrandece ao Senhor , e se alegrou o meu espírito em Deus, meu salvador.

Pois ele viu a pequenez de sua serva,
eis que agora as gerações hã de chamar-me de bendita.
O Poderoso fez por mim maravilhas
e santo é o seu nome!

Seu amor, de geração em geração,
chega a todos os que o respeitam.
De bens saciou os famintos
e despediu, sem nada, os ricos.

Acolheu Israel, seu servidor,
fiel ao seu amor,
como havia prometido aos nossos pais,
em favor de Abraão e de seus filhos para sempre.


Evangelho (Mateus 8,5-17)

Naquele tempo, entrou Jesus em Cafarnaum. Um centurião veio a ele e lhe fez esta súplica: "Senhor, meu servo está em casa, de cama, paralítico, e sofre muito". Disse-lhe Jesus: "Eu irei e o curarei". Respondeu o centurião: "Senhor, eu não sou digno de que entreis em minha casa. Dizei uma só palavra e meu servo será curado. Pois eu também sou um subordinado e tenho soldados às minhas ordens. Eu digo a um: ´Vai´, e ele vai; a outro: ´Vem´, e ele vem; e a meu servo: ´Faze isto´, e ele o faz".

Ouvindo isto, cheio de admiração, disse Jesus aos presentes: "Em verdade vos digo: não encontrei semelhante fé em ninguém de Israel. Por isso, eu vos declaro que multidões virão do Oriente e do Ocidente e se assentarão no Reino dos céus com Abraão, Isaac e Jacó, enquanto os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes".

Depois, dirigindo-se ao centurião, disse: "Vai, seja-te feito conforme a tua fé". Na mesma hora o servo ficou curado. Foi então Jesus à casa de Pedro, cuja sogra estava de cama, com febre. Tomou-lhe a mão, e a febre a deixou. Ela levantou-se e pôs-se a servi-los. Pela tarde, apresentaram-lhe muitos possessos de demônios. Com uma palavra expulsou ele os espíritos e curou todos os enfermos. Assim se cumpriu a predição do profeta Isaías: "Tomou as nossas enfermidades e sobrecarregou-se dos nossos males".

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. A Salvação é Graça e Dom imerecido

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Olha que interessante, as palavras que hoje dizemos na Santa Missa, quando o Sacerdote nos apresenta o Cordeiro de Deus, originaram-se de um homem do mundo Romano, um Centurião, que tinha a seu comando cem homens, alguém que não pertencia a comunidade da Sinagoga, em resumo, alguém de fora...., que mais do que nunca precisaria de um grande milagre de Jesus, para começar a crer Nele. Note-se que na conversa inicial, ele não pediu uma cura do seu servo, que era paralítico, isso é, não se movimentava, e estava acamado, muito mal de saúde...

A iniciativa foi de Jesus que manifestou-se em duas ações: Eu irei, e curarei. A sua presença na casa do centurião seria um momento de Glória para Jesus, quem sabe, esse Oficial daria um belo testemunho dele diante dos seus superiores e subordinados, como testemunha ocular do milagre realizado em sua casa. Entretanto há aqui uma clara intenção do evangelista São Mateus, em provocar na sua comunidade judaica uma reflexão profunda da aceitação ou não da Palavra de Deus em Jesus manifestada, Palavra Poderosa e libertadora, Palavra da Salvação, como aclamamos no final da proclamação do Santo evangelho. Aqui podemos nos reportar a força Criadora da Palavra relatada em gênesis, e Deus disse Faça-se ! e as coisas foram se fazendo...

Essa Palavra Divina manifestada em plenitude e Verdade em Jesus de Nazaré, tem essa Força Criadora, renovadora, e vivificante...por isso o Centurião irá concluir, no seu encontro com o Senhor “Sou muito pequeno e insignificante para que o Senhor entre na minha vida, mas basta-me a tua Palavra e o meu Servo será curado”. Diferente de muitos Judeus e lideranças, que queriam condenar a Jesus e por isso viviam pedindo a ele um sinal de que era o Messias, esse Homem de fora da comunidade, não exige sinal algum mas confia no Poder da sua Palavra.

Essa iniciativa de Deus que busca o homem para dar-lhe uma vida nova, é manifestada plenamente em Jesus, não é mérito do homem, mas pura Graça de Deus, por isso, também na casa de Pedro, sem dizer uma única palavra, ele a toma pela mão e a faz levantar-se, mostrando-nos que a Palavra de Deus, não é uma simples expressão Verbal, como muitos imaginam, mas uma Força Nautural que brota do coração de Deus e atinge o coração do homem, curando-o, renovando-o, fortalecendo-o, em sua caminhada em busca da Plenitude...

2. Deus entre nós

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Neste evangelho temos as narrativas do segundo e terceiro milagres de Jesus, da série de dez que Mateus reuniu nos capítulos 8 e 9. Após a exaltação da fé do centurião, da cura à distância do seu criado, e da cura da sogra de Pedro, Mateus menciona as diversa curas e exorcismos entre as multidões. Os possessos e doentes vão a Jesus, e não às sinagogas, buscando a libertação da doutrina opressora e excludente dos fariseus.

Estas narrativas de milagres de cura e exorcismo reforçam a imagem de Jesus como a presença de Deus entre nós, libertando e omunicando vida. Esta comunicação de vida se dá no convívio diário, nas relações fraternas cheias de amor, seja no ambiente familiar, seja nos grupos sociais de excluídos.

3. EU NÃO SOU DIGNO!

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Vários elementos da cena evangélica são dignos de nota. Quem se aproxima de Jesus é um pagão, militar romano, em serviço na Palestina. Jesus não se deixa levar pelo preconceito judaico contra os pagãos e o acolhe. O centurião não pediu algo para si ou para algum de seus familiares ou pessoas mais próximas. Ele suplicou a cura de seu servo. São raros gestos deste tipo. Os superiores, em geral, não se importam com seus subalternos. O centurião confessa sua indignidade de receber Jesus em sua casa.

Certamente, não porque vivesse na pobreza. Reconhecendo a alta dignidade do Senhor, ele se sabia indigno de poder privar de sua intimidade. Acolher alguém em casa era sinal de profunda comunhão. É também possível que, tendo conhecimento da força do poder taumatúrgico de Jesus, pensasse em dispensá-lo da fadiga de ir até sua casa. A palavra de Jesus podia surtir efeito mesmo à distância.

É notável também a declaração de Jesus. Jamais, entre seus concidadãos judeus, havia encontrado uma fé assim tão pura e profunda.

Diante destas experiências, Jesus foi percebendo a boa vontade dos pagãos para acolher o evangelho anunciado por ele. Ou seja, a salvação não estava destinada apenas ao judeus. Também os gentios estavam em condições de usufrir de seus benefícios. A atitude do centurião era um exemplo disto.

Oração Senhor Jesus, dá-me uma fé pura e profunda, como a do centurião, que me leve a reconhecer a grandeza de teu poder e minha indignidade de aproximar-me de ti.