São Guilherme

Segunda-feira, 25 de junho de 2012


Com grande devoção, hoje, lembramos a santidade de vida de São Guilherme, que nasceu em Vercelli, Itália, no ano de 1085. Órfão muito cedo, foi morar com os familiares que em nada o impediram de seguir Jesus e realizar seus anseios de vida religiosa.

Quando tinha apenas 14 anos, Guilherme saiu com vestes penitenciais para visitar o Santuário de Santiago de Compostela, na Espanha, visando expressar sua caminhada espiritual. Aconteceu que desejava peregrinar para a Terra Santa, mas devido a turbulências políticas, desviou-se e acabou se retirando no Monte Partênio (Monte da Virgem) e ali permaneceu em silêncio, penitência e oração.

São Guilherme, ao começar a construção do Santuário de Nossa Senhora do Monte Virgine, com o tempo, teve de organizar a comunidade dos monges formada a partir de sua total consagração. E desta forma nasceu o primeiro dos vários mosteiros fundados pelo Santo.

Combatente contra o mal, durante os 67 anos de existência ele não admitiu o pecado em sua vida, tanto que diante da malícia de uma mulher, ele preferiu jogar-se em brasas acesas do que nos braços do pecado; e por graça foi preservado milagrosamente de qualquer ferimento.

São Guilherme, rogai por nós!


Leituras

Leitura (2 Reis 17,5-8.13.18)
Leitura do segundo livro dos Reis.

17 5 Depois atacou Samaria e assediou-a por três anos.
6 No ano nono do reinado de Oséias, o rei da Assíria apoderou-se de Samaria e deportou os israelitas para a Assíria, estabelecendo-os em Hala, às margens do Habor, rio de Gozan, e nas cidades da Média. Causas da ruína de Israel 7 Assim aconteceu porque os filhos de Israel tinham pecado contra o Senhor, seu Deus, que os tinha tirado do Egito e libertado da opressão do faraó, rei dos egípcios. Eles adoraram outros deuses,
8 adotaram os costumes das nações que o Senhor tinha expulsado diante dos israelitas e seguiram os costumes estabelecidos pelos reis de Israel. 13 O Senhor tinha advertido Israel e Judá pela boca de seus profetas e videntes:"Renunciai às vossas más ações; guardai meus mandamentos e minhas leis; observai toda a lei que prescrevi a vossos pais e que vos transmiti pelos meus servos, os profetas".
14 Mas eles não o quiseram ouvir, e endureceram o seu coração, como o tinham feito seus pais, que se tornaram infiéis ao Senhor, seu Deus.
15 Desprezaram os seus preceitos e a aliança estabelecida com seus pais, não atenderam às advertências que lhes tinha feito, e seguiram as vaidades, tornando-se eles mesmos vaidades; apesar de ter-lhes o Senhor proibido seguir as pisadas dos povos que os cercavam,
18 Por isso, o Senhor ficou profundamente indignado contra os israelitas e lançou-os para longe de sua face. Só a tribo de Judá subsistiu.


Salmo 59/60

Vossa mão nos ajude, ouvi-nos, Senhor!

Rejeitastes, ó Deus, vosso povo
e arrasastes as nossas fileiras;
vós estáveis irado; voltai-vos!

Abalastes, partistes a terra,
reparai suas brechas, pois treme.
Duramente provastes o povo
e um vinho atordoante nos destes.

Quem me leva à cidade segura,
e a Edom quem me vai conduzir
se vós, Deus, rejeitais vosso povo
e não mais conduzis nossas tropas?

Dai-nos, Deus, vosso auxílio na angústia;
nada vale o socorro dos homens!
Mas com Deus nós faremos proezas,
e ele vai esmagar o opressor.


Evangelho (Mateus 7,1-5)

7 1 Disse Jesus: "Não julgueis, e não sereis julgados.
2 Porque do mesmo modo que julgardes, sereis também vós julgados e, com a medida com que tiverdes medido, também vós sereis medidos.
3 Por que olhas a palha que está no olho do teu irmão e não vês a trave que está no teu?
4 Como ousas dizer a teu irmão: Deixa-me tirar a palha do teu olho, quando tens uma trave no teu?
5 Hipócrita! Tira primeiro a trave de teu olho e assim verás para tirar a palha do olho do teu irmão".


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. JULGAMENTO...

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Querido Discípulo Anônimo, este evangelho parece que traz um ensinamento tão fácil: Não julgar as pessoas, e a gente tem um cuidado todo especial por causa disso, pois quando vamos fazer uma dura crítica a alguém, dizemos farisaicamente “Não é que eu queira julgar”, e em seguida acabamos com a imagem do próximo. Tem alguma forma nova para falar desse evangelho, sem repetir a mesmice?
(Aprendiz)

Caro Aprendiz, primeiro que um evangelho nunca é a mesmice, pois sempre nos traz coisas novas, e cada leitura orante bem feita, nos permite novo modo de Ver as pessoas e os acontecimentos. O ensinamento de Jesus, Nosso Deus e Senhor, de fato é simples e fácil de ser compreendido: Devemos sempre olhar para as pessoas e os acontecimentos com os olhos de Deus.

Em um primeiro momento haveria uma incoerência, poderá você argumentar, pois Deus é nosso único e autêntico Juiz, entretanto, seu critério de julgamento é totalmente diferente do nosso. Ele não nos olha com severidade e rigorismo moral, mas sempre com benevolência e bondade infinita, a misericórdia e compaixão sempre em Deus falam mais alto.

Os Fariseus, que prezavam sua conduta pelo seguimento da Lei, e o aprimoramento moral, olhavam para as pessoas a partir de si mesmas, colocando-se como referência e exigindo das mesmas essa conduta. Não era Deus a referência, mas eles próprios. Tinha em seus olhos esta trave que os impedia de perceberem o quanto Deus os amava em Jesus Cristo, e assim, viviam e praticavam a religião do merecimento.

Fujamos sempre desse Farisaísmo que influencia ainda hoje as nossas comunidades cristãs, e compreendamos nossa vocação a qual fomos chamados por Deus, não para julgar, mas para amar a todas as pessoas e assim sendo, iremos com certeza poder contar com a misericórdia Divina no dia do nosso Julgamento.

2. O harmonioso convívio comunitário

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Ao longo do Sermão da Montanha são abordados vários aspectos característicos do Reino dos Céus: a responsabilidade dos discípulos, os pontos fundamentais que Jesus inova em relação à antiga Lei, a intimidade com o Pai, o desapego das riquezas. Agora as palavras de Jesus se constituem em orientação e norma para o harmonioso convívio comunitário. A rejeição do "julgar" se refere ao julgamento condenatório, que deve ser descartado.

O convívio humano comporta discernimento e avaliações. Porém, quem faz um julgamento condenatório está condenando a si mesmo. Neste sentido é feita a comparação baseada em antigas normas de contratos comerciais de troca de cereais: a mesma medida deve ser aplicada a ambas as partes. O hábito de criticar com frequência oculta a fuga de uma autoavaliação.

A crítica exacerbada ofusca a lucidez. A autocrítica sincera leva à humildade e à misericórdia para com os outros. A qualificação "hipócrita" pode sugerir que o texto teria sido originalmente dirigido aos fariseus, sendo depois aplicado à comunidade.

Na humildade, na acolhida e na valorização do irmão constrói-se a comunidade viva e aberta que transforma o mundo.

3. NÃO SEJA JUÍZ DO PRÓXIMO

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

O discípulo está terminantemente proibido de julgar. Essa proibição deve ser bem entendida. Julgar diz respeito à decisão sobre a salvação ou a condenação do próximo. Somente a Jesus compete dizer qual será a sorte eterna de uma pessoa. A ninguém mais!

Quando alguém se arvora em juiz dos outros, comete uma série de equívocos. Ele tende a ser excessivamente severo e rigoroso, a ponto de faltar de misericórdia. A condenação do próximo parece dar-lhe prazer e não sua salvação. Em contrapartida, o juiz alheio prima por minimizar seus próprios pecados e limitações, mesmo sendo graves e dignos de reprovação. A forma minuciosa como a vida alheia é analisada de nada serve para que ele perceba a enormidade de suas faltas.

É pura hipocrisia preocupar-se com os pequenos defeitos dos outros e conviver tranqüilamente com os próprios erros. Antes de querer bisbilhotar a vida do próximo, para condená-lo, o hipócrita deveria por ordem na própria casa, para não ser vítima da condenação querida para o outro.

O critério de juízo a ser aplicado por Deus corresponderá ao que cada um usou no trato com os irmãos. Rigor impiedoso será usado com os impiedosos. Misericórdia infinita encontrará quem tiver sido misericordioso. O discípulo prudente não pode se enganar.

Oração Senhor Jesus, que eu não queira ser juiz do meu próximo e, sim, use para com ele a mesma misericórdia que espero receber de ti.