São Jacinto
Quarta-feira, 17 de agosto de 2011
O santo de hoje nasceu no ano de 1183 em Cracóvia (Polônia) e chamava-se Jacó. Com o apoio da família, ingressou para a vida religiosa tendo conhecido São Domingos de Gusmão em Roma no ano de 1221. Desta forma, passou a fazer parte da Família Dominicana. Os Dominicanos, por sua vez, deram-lhe o nome de Frei Jacinto.
Documentos seguros indicam-nos que era pregador em Cracóvia, em 1228, no convento da Santíssima Trindade, e que pregava a cruzada contra os Prussianos em 1238. Morreu a 15 de agosto de 1257.
Era parente do Bispo de Cracóvia e durante a sua vida foram fundados os conventos de Breslau, Sandomir e Dantziga. Em 1228, a partir do capítulo geral dominicano de Paris, Jacinto juntamente com outros dominicanos foram transferidos para Rússia, onde sua evangelização atingiu também os Balcãs, a Prússia e a Lituânia. Substituíram os Cistercienses, menos bem preparados. Mas os Tártaros, em 1241 e 42, destruíram numerosos conventos e fizeram muitos mártires.
Depois da passagem deles, a obra apostólica foi retomada e Jacinto retornou à Cracóvia. Jacinto é considerado o apóstolo da Polônia. Desde 1260, três anos após sua morte, o seu túmulo atraía peregrinos. O culto dele abrangeu toda a Polônia. Foi canonizado pelo Papa Clemente VIII, em 1954.
São Jacinto, rogai por nós!
Leituras
Primeira Leitura (Juízes 9,6-15)
Naquele tempo, juntaram-se então todos os siquemitas com todos os de Bet-Melo, e vieram junto do terebinto da estela que havia em Siquém, onde proclamaram rei Abimelec.
Sabendo disso, subiu Joatão ao cimo do monte Garizim e exclamou: "Ouvi-me, homens de Siquém, para que Deus vos ouça! As árvores resolveram um dia eleger um rei para governá-las e disseram à oliveira: ´reina sobre nós!´
Mas ela respondeu: ´renunciarei, porventura, ao meu óleo que constitui minha glória aos olhos de Deus e dos homens, para colocar-me acima das outras árvores?´ E as árvores disseram à figueira: ´vem tu, e reina sobre nós!´ Mas a figueira disse-lhes: ´poderia eu, porventura, renunciar à doçura de meu delicioso fruto, para colocar-me acima das outras árvores?´ E as árvores disseram à videira: ´vem tu, reina sobre nós!´
Mas a videira respondeu: ´poderia eu renunciar ao meu vinho que faz a alegria de Deus e dos homens, para colocar-me acima das outras árvores?´ E todas as árvores disseram ao espinheiro: ´vem tu, reina sobre nós!´ E o espinheiro respondeu: ´se realmente me quereis escolher para reinar sobre vós, vinde e abrigai-vos debaixo de minha sombra; mas, se não o quereis, saia fogo do espinheiro e devore os cedros do Líbano!´
Salmo 20/21
Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra.
Ó Senhor, em vossa força o rei se alegra;
quanto exulta de alegria em vosso auxílio!
O que sonhou seu coração, lhe concedestes;
não recusastes os pedidos de seus lábios.
Com bênção generosa o preparastes;
de ouro puro coroastes sua fronte.
A vida ele pediu e vós lhe destes,
longos dias, vida longa pelos séculos.
É grande a sua glória em vosso auxílio;
de esplendor e majestade o revestistes.
Transformastes o seu nome numa bênção
e o cobristes de alegria em vossa face.
Evangelho (Mateus 20,1-6)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: "Com efeito, o Reino dos céus é semelhante a um pai de família que saiu ao romper da manhã, a fim de contratar operários para sua vinha. Ajustou com eles um denário por dia e enviou-os para sua vinha. Cerca da terceira hora, saiu ainda e viu alguns que estavam na praça sem fazer nada.
Disse-lhes ele: - ´Ide também vós para minha vinha e vos darei o justo salário´. Eles foram. À sexta hora saiu de novo e igualmente pela nona hora, e fez o mesmo. Finalmente, pela undécima hora, encontrou ainda outros na praça e perguntou-lhes: - ´Por que estais todo o dia sem fazer nada?´ Eles responderam: - ´É porque ninguém nos contratou´. Disse-lhes ele, então: - ´Ide vós também para minha vinha´.
Ao cair da tarde, o senhor da vinha disse a seu feitor: - ´Chama os operários e paga-lhes, começando pelos últimos até os primeiros´. Vieram aqueles da undécima hora e receberam cada qual um denário. Chegando por sua vez os primeiros, julgavam que haviam de receber mais. Mas só receberam cada qual um denário. Ao receberem, murmuravam contra o pai de família, dizendo: - ´Os últimos só trabalharam uma hora e deste-lhes tanto como a nós, que suportamos o peso do dia e do calor´.
O senhor, porém, observou a um deles: - ´Meu amigo, não te faço injustiça. Não contrataste comigo um denário? Toma o que é teu e vai-te. Eu quero dar a este último tanto quanto a ti. Ou não me é permitido fazer dos meus bens o que me apraz? Porventura vês com maus olhos que eu seja bom?´ Assim, pois, os últimos serão os primeiros e os primeiros serão os últimos".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. O Amor que se doa por igual...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
O Amor humano sempre leva em conta o merecimento, não adianta querer tapar o sol com a peneira, somos assim mesmo: amamos muito quem merece e muito pouco ou quase nada os que nos decepcionam. E em nosso conceito sobre Deus atribuímos a ele esse nosso jeito de amar, criando um Deus á imagem e semelhança do homem, que ama muito e abençoa com suas Graças quem merece, mas que permanece indiferente com os que não merecem, e até castiga implacavelmente quem erra e leva uma vida desregrada.
As vezes até não nos implicamos com o fato de Deus amar também a outras pessoas, que nem são da nossa Igreja e ainda outros, que nem cristãos são, mas, exigimos que ele nos ame mais que a todos porque somos isso e aquilo, porque fazemos tal e tal coisa e daí elencamos diante dele as nossas virtudes, apresentando um Curriculum impecável. É esse o problema do pessoal contratado por primeiro, e que “madrugou” no duro serviço da colheita. Nenhum deles protestou pelo fato do Senhor ter dado uma moeda de ouro, começando pelos da última hora, porém, a gritaria e protesto tiveram início quando receberam também a mesma moeda de ouro, exatamente igual aos que nem chegaram a “suar” a camisa.
Por que será que sempre achamos que merecemos mais de Deus? Porque avaliamos o nosso cristianismo pelas coisas que fazemos e que, sempre achamos que fazemos demais, nos esforçamos mais que os outros, e até merecíamos um prêmio. A parábola tem como foco o grandioso amor de Deus, a sua misericórdia e justiça, na relação com os homens, dando a todos a mesma oportunidade de experimentar desse amor, e irradiá-lo com os irmãos e irmãs.
No caso, os madrugadores poderiam muito bem fazerem uma grande festa convidando também os de última hora, para celebrarem a bondade daquele Patrão, entretanto, em vez disso, ficaram furiosos e revoltados contra o Patrão, lembrando de certo modo, o irmão mais velho do Filho Pródigo, que recusou-se a entrar na Festa, para partilhar com a alegria do irmão que havia sido perdoado.
2. Com fé em Jesus, aderiram prontamente ao seu chamado
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Esta parábola visa as comunidades de Mateus. Aos seus discípulos judeo-cristãos, carregados com observâncias tradicionais, é proposto que aceitem o convívio com os discípulos de Jesus convertidos do mundo gentílico aos quais nada é imposto da parte das tradições do judaísmo.
Os convertidos do judaísmo (trabalhadores do dia inteiro), com um longo tempo de tradição, estão em pé de igualdade com os convertidos do mundo gentílico (trabalhadores do fim do dia) sem aquela tradição. Estes últimos, com fé em Jesus, aderiram prontamente ao seu chamado.
3. OPERÁRIOS DA ÚLTIMA HORA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Os adversários de Jesus irritavam-se com a acolhida que ele dispensava a todos quantos eram vítimas da marginalização social e religiosa de sua época. Sua extraordinária misericórdia levava-o a fazer-se solidário das vítimas do desprezo e da arrogância. Todos, sem distinção, tinham lugar no seu coração.
A parábola do proprietário de uma plantação de uvas ilustra esta sua disposição interior. A bondade do vinhateiro levou-o a sair sucessivas vezes para contratar operários para sua plantação, de modo a não haver indivíduos ociosos na praça. Até mesmo uma hora antes de terminar o expediente diário, ele saiu à procura de desocupados para lhes dar trabalho. Surpreendente é que, na hora de acertar as contas, os da última hora receberam tanto quanto os da primeira hora. Isto foi motivo de protesto para estes últimos, que consideraram injustiça receber salário idêntico aos que trabalharam pouco.
O dono da vinha - imagem de Deus - age com misericórdia e bondade. E se recusa a fazer discriminações indevidas entre os seus diaristas. Uma justiça, falsamente entendida, tê-lo-ia levado a pagar aos últimos uma quantia bem inferior do que aquela paga aos primeiros. No caso de Deus, consistiria em conceder salvação abundante a uns, e relegar os demais a uma espécie de desprezo.
Entretanto, como o modo divino de agir vai na direção contrária, a justiça é superada pela misericórdia. E todos são, igualmente, objetos de seu amor.