São João Berchmans

Sexta-feira, 12 de agosto de 2011


Hoje, lembramos o jovem que viveu, durante apenas vinte e dois anos, numa total entrega e amor ao Cristo. São João Berchmans nasceu na Bélgica, em 1599, de família pobre, porém, rica na vida e nas virtudes cristãs.

Tocado pelo testemunho de paciência heróica da mãe diante da fatal enfermidade e, motivado pelo pai viúvo, o qual abraçou o Sacerdócio Católico, ele começou a estudar em um Colégio dos Jesuítas até entrar na Companhia. Ao ser encaminhado para os estudos de Filosofia e Teologia de Malines para Roma, João mostrou com a vida seu amor a Mãe de Deus lutando contra o pecado: "Antes, mil vezes morrer, do que cometer o mais leve pecado ou transgredir uma regra da Ordem".

São João Berchmans que fez de sua vida comum sua maior penitência, pegou uma grave enfermidade a qual aceitou com alegria; por isso deitou-se no chão, em sinal de humildade e recebeu os últimos Sacramentos. Testemunha-se que - com o crucifixo, o livro da Regra e o terço apertados sobre o peito - disse: "São estes os meus três tesouros, em cuja companhia quero morrer", desta maneira é que despedido de todos, foi para a Eternidade repetindo: "Jesus! Maria!".

São João Berchmans, rogai por nós!


Hoje: Dia Nacional da Artes


Leituras

Primeira Leitura (Josué 24,1-13)

Naqueles dias, Josué convocou a Siquém todas as tribos de Israel, seus anciãos, seus chefes, seus juízes e seus oficiais. Eles apresentaram-se diante de Deus, e Josué disse a todo o povo: "Eis o que diz o Senhor, Deus de Israel: outrora, vossos ancestrais, Taré, pai de Abraão e de Nacor, habitavam além do rio e serviam a deuses estrangeiros.

Tomei vosso pai Abraão do outro lado do Jordão e conduzi-o à terra de Canaã. Multipliquei sua descendência e dei-lhe Isaac, ao qual dei Jacó e Esaú, e dei a este último a montanha de Seir; Jacó, porém, e seus filhos desceram ao Egito. Depois mandei Moisés e Aarão e feri o Egito com tudo o que fiz no meio dele; e em seguida vos tirei de lá.

Fiz sair vossos pais do Egito e, quando chegastes ao mar, os egípcios perseguiram vossos pais com carros e cavaleiros até o mar Vermelho. Os israelitas clamaram ao Senhor, o qual pôs trevas entre vós e os egípcios, e fez vir o mar sobre eles, cobrindo-os. Vistes com os vossos olhos o que fiz aos egípcios, e depois disso habitastes muito tempo no deserto.

Conduzi-vos em seguida à terra dos amorreus, que habitavam além do Jordão. Eles combateram contra vós, mas eu os entreguei em vossas mãos; tomastes posse de sua terra e eu os exterminei diante de vós. Balac, filho de Sefor, rei de Moab, combateu contra Israel. Mandou chamar Balaão, filho de Beor, para vos amaldiçoar. Mas eu não quis ouvir Balaão, e ele teve de vos abençoar; e tirei-vos da mão de Balac.

Passastes o Jordão e chegastes a Jericó. Combateram contra vós os homens dessa cidade, bem como os amorreus, os ferezeus, os cananeus, os hiteus, os gergeseus, os heveus e os jebuseus, e eu os entreguei todos nas vossas mãos. Mandei adiante de vós vespas que expulsaram os dois reis dos amorreus, não com a vossa espada, nem com o vosso arco. Desse modo, dei-vos uma terra que não lavrastes, cidades que não construístes, onde agora habitais, vinhas e oliveiras que não plantastes, das quais comeis agora os frutos".


Salmo 135/136

Eterna é a sua misericórdia!

Demos graças ao Senhor, porque ele é bom:
porque eterno é seu amor!
Demos graças ao Senhor, Deus dos deuses:
porque eterno é seu amor!
Demos graças ao Senhor dos senhores:
porque eterno é seu amor!

Ele guiou pelo deserto o seu povo:
porque eterno é seu amor!
E feriu por causa dele grandes reis:
porque eterno é seu amor!
Reis poderosos fez morrer por causa dele:
porque eterno é seu amor!

Repartiu a terra deles como herança:
porque eterno é seu amor!
Como herança de Israel, seu servido:
porque eterno é seu amor!

De nossos inimigos libertou-nos:
porque eterno é seu amor!


Evangelho (Mateus 19,3-12)

Naquele tempo, os fariseus vieram perguntar-lhe para pô-lo à prova: "É permitido a um homem rejeitar sua mulher por um motivo qualquer?" Respondeu-lhes Jesus: "Não lestes que o Criador, no começo, fez o homem e a mulher e disse: ´Por isso, o homem deixará seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher; e os dois formarão uma só carne?´ Assim, já não são dois, mas uma só carne. Portanto, não separe o homem o que Deus uniu".

Disseram-lhe eles: "Por que, então, Moisés ordenou dar um documento de divórcio à mulher, ao rejeitá-la?" Jesus respondeu-lhes: "É por causa da dureza de vosso coração que Moisés havia tolerado o repúdio das mulheres; mas no começo não foi assim. Ora, eu vos declaro que todo aquele que rejeita sua mulher, exceto no caso de matrimônio falso, e desposa uma outra, comete adultério. E aquele que desposa uma mulher rejeitada, comete também adultério". Seus discípulos disseram-lhe: "Se tal é a condição do homem a respeito da mulher, é melhor não se casar!"

Respondeu ele: "Nem todos são capazes de compreender o sentido desta palavra, mas somente aqueles a quem foi dado. Porque há eunucos que o são desde o ventre de suas mães, há eunucos tornados tais pelas mãos dos homens e há eunucos que a si mesmos se fizeram eunucos por amor do Reino dos céus. Quem puder compreender, compreenda".

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Matrimonio Cristão, uma questão de originalidade... (O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Quando se paga algo com notas de cinquenta reais, estas são examinadas minuciosamente para saber se são autênticas, no mercado de peças para veículos, a original custa bem mais.

Qualquer mercadoria que não seja original, se compra por uma bagatela. Na minha juventude, fui enganado por um amigo da “onça” que me deu um falso relógio Oriente, a troco de uma marca legítima que eu tinha adquirido na loja. Enfim, quando se fala de originalidade, fala-se de algo valioso por si, pela marca que traz, pelas características de fabricação e acima de tudo pela qualidade, que não se discute.

Mas quando se fala de uma relação conjugal entre um homem e uma mulher, parece que a relação adulterada ocupou o lugar da original, segundo o projeto de Deus, a palavra adultério, que parece tão pesada e tão incoerente com o conceito que se tem hoje da vida conjugal, nada mais é do que isso: uma relação adulterada, inventada pelo homem, que tomou o projeto original de Deus e o banalizou totalmente, hoje as Instituições governamentais, através dos nossos Legisladores, têm o disparate de chamar de Família, a união de pessoas do mesmo sexo.

A Igreja é a única que defende a relação original, pois não se pode abrir mão de um Plano Divino sobre o Homem e a Mulher, e ao ser apresentada a questão a Jesus, simplesmente ele aponta para o modelo original, o homem e a mulher se tornam uma só carne e devem viver a comunhão por toda a vida.

Jesus está afirmando que, a separação, o divórcio, e todas as outras formas de união que o homem inventou, para atender as suas conveniências, estão fora do projeto original, e são, portanto falsas; daí não ser permitido que os Ministros Sagrados abençoem qualquer uma dessas uniões, porque são ilegítimas, e abençoa-las seria o mesmo que atribuir a uma peça falsificada o mesmo valor que uma original. Acho que ninguém aceitaria comprar uma peça falsificada, pagando por ela o mesmo valor de uma original.

Nas relações comerciais isso se chama falcatrua, golpe, enganação, cambalacho, e na vida cristã isso se chama Pecado do adultério, porque se toma uma obra prima, criada com tanto carinho pelo CRIADOR, e a descaracteriza totalmente tornando-a uma grotesca caricatura.

Precisa se conhecer melhor a DEUS através de Jesus Cristo, para saber valorizar tudo o que Ele fez, para que o homem atinja a plenitude do seu Ser.

2. O fundamento da união é o amor

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

A Lei de Moisés dava ao homem o direito de despedir sua mulher e entre os rabinos debatia-se sobre os motivos que o justificariam. Os fariseus, provocativamente, perguntam a opinião de Jesus sobre quais seriam estes motivos.

Descartando a Lei de Moisés, que era conivente com a dureza dos corações daqueles homens, Jesus, referindo-se à criação do homem e da mulher por Deus, e sua união em uma só carne, nega, simplesmente tal direito do homem.

O fundamento da união é o amor, em vista da felicidade de ambos. A fala final de Jesus é a referência para a tradicional opção pelo celibato religioso para o exclusivo compromisso com o serviço do Reino.

3. SUPERANDO UMA MENTALIDADE

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Jesus recusou-se a pactuar com a mentalidade de certas correntes rabínicas de sua época, no tocante à indissolubilidade do matrimônio. O modo superficial como colocavam o problema levava-os a se desviarem do projeto original de Deus.

A introdução do divórcio, na Lei mosaica, era uma forma de concessão divina à dureza de coração do povo. "No começo não foi assim." Isto é, o divórcio não estava, originalmente, nos planos de Deus. Se a humanidade fosse menos obstinada e mesquinha, seria desnecessário prever o direito de o homem repudiar sua mulher.

No projeto divino, o matrimônio corresponderia a uma união tão profunda entre os esposos, a ponto de se tornarem uma só carne. A comunhão, assim pensada, exclui qualquer possibilidade de separação. Esta corresponderia a privar o corpo humano de um de seus membros. O esposo separado da esposa e, vice-versa, seria, pois, um corpo mutilado.

O discípulo do Reino sabe precaver-se da mentalidade divorcista leviana, esforçando-se por comungar com o pensar de Deus. E se recusa a agir como os fariseus, preocupados em conhecer os motivos pelos quais o marido pode repudiar sua mulher. O casal cristão, pelo contrário, interessa-se por conhecer aquilo que pode uni-lo mais ainda, de forma a consolidar a união realizada por Deus. E nada poderá separá-lo.