São João de Brito

Sábado, 04 de fevereiro de 2012


Nasceu em Lisboa, Portugal, no ano de 1647. Seu pai, Salvador Pereira de Brito; sua mãe, D. Brites Pereira. No ano de 1640, seu pai foi enviado pelo rei Dom João IV para ser governador no Brasil, lugar onde faleceu. São João de Brito, com sua mãe e seus irmãos, ficaram na corte. Desde cedo, São João dava testemunho da busca de viver em Deus.

Com sua saúde fragilizada, certa vez os médicos chegaram a perder as esperanças, mas sua mãe, voltando-se para o céu em oração e intercessão, fez também uma promessa a São Francisco Xavier e o pequeno João recobrou a saúde milagrosamente.

São João passou um ano com uma batina, pois isso fazia parte do cumprimento da promessa; mais do que isso, Deus foi trabalhando a vocação em seu coração até que, com 15 anos apenas, ele entrou para a Companhia de Jesus.

Em 1673, foi ordenado sacerdote e enviado para evangelizar na Índia. Viveu em Goa, depois no Sul da Índia, onde aprofundou-se nos estudos e todo aquele lugar, toda aquela região conheceu o ardor deste apóstolo.

Homem que comunicava o Evangelho com a vida, ele buscava viver a inculturação para que muitos se rendessem ao amor de Deus num diálogo constante com as culturas, o que não quer dizer que sempre encontrou acolhimento.

Junto aos povos de Maravá, ele evangelizou e muitos foram batizados; mas, ao retornar desta missão, ele e outros catequistas acabaram sendo presos por soldados pagãos e anticristãos e fizeram de tudo para que este sacerdote santo renunciasse a fé, mas ele renunciou a própria vida e estava aberto para o martírio se fosse preciso. O rei chegou a condená-lo, mas um príncipe quis ouvir a doutrina que ele espalhava e muitos mudavam de vida, abandonavam os deuses e a conclusão daquele príncipe pagão era de que aquela doutrina era justa e santa. São João foi libertado junto com os outros.

Não demorou muito, por obediência, voltou para Portugal, mas o seu coração queria, de novo, retornar para a Índia e até mesmo ser mártir. Foi o que aconteceu.

Passado um tempo, após dar seu testemunho em vários colégios dos jesuítas, ser sinal para Portugal do quanto o amor a Cristo e à Igreja não pode ter medidas. Retornando à Índia, novamente evangelizando em Maravá, foi preso. Desta vez, até um príncipe pagão chegou a se converter. Mas o rei se revoltou, mandou prender aquele padre. No ano de 1693, ele foi degolado. Sofreu muito antes disso, mas tudo ofereceu por amor a Cristo e pela salvação das almas.

São João de Brito, modelo para todos nós de que o amor a Cristo, à Igreja e a salvação das almas não pode ter medidas.

São João de Brito, rogai por nós!


Primeira Leitura (1 Reis 3,4,13) Leitura do primeiro livro dos Reis.

3 4 Foi o rei a Gabaon para ali oferecer um sacrifício, porque esse era o lugar alto mais importante, e ofereceu mil holocaustos sobre o altar de Gabaon. 5 O Senhor apareceu-lhe em sonhos em Gabaon durante a noite, e disse-lhe: "Pede-me o que queres que eu te dê". 6 Salomão disse: "Vós destes com liberdade vossa graça ao vosso servo Davi, meu pai, porque ele andou em vossa presença com fidelidade, na justiça e retidão de seu coração para convosco; em virtude dessa grande benevolência, destes-lhe um filho que hoje está sentado no seu trono. 7 Sois vós, portanto, ó Senhor meu Deus, que fizestes reinar o vosso servo em lugar de Davi, meu pai. Mas eu não passo de um adolescente, e não sei como me conduzir.

8 E, sem embargo, vosso servo se encontra no meio de vosso povo escolhido, um povo imenso, tão numeroso que não se pode contar, nem calcular. 9 Dai, pois, ao vosso servo um coração sábio, capaz de julgar o vosso povo e discernir entre o bem e o mal; pois sem isso, quem poderia julgar o vosso povo, um povo tão numeroso?"

10 O Senhor agradou-se dessa oração, e disse a Salomão: 11 "Pois que me fizeste esse pedido, e não pediste nem longa vida, nem riqueza, nem a morte de teus inimigos, mas sim inteligência para praticar a justiça, 12 vou satisfazer o teu desejo; dou-te um coração tão sábio e inteligente, como nunca houve outro igual antes de ti e nem haverá depois de ti. 13 Dou-te, além disso, o que não me pediste: riquezas e glória, de tal modo que não haverá quem te seja semelhante entre os reis durante toda a tua vida". — Palavra do Senhor. — Graças a Deus.

Salmo responsorial 118/119

Ó Senhor, ensinai-me os vossos mandamentos!

Como um jovem poderá ter vida pura? Observando, ó Senhor, vossa palavra.

De todo o coração eu vos procuro, não deixeis que eu abandone a vossa lei!

Conservei no coração vossas palavras, a fim de que eu não peque contra vós. Ó Senhor, vós sois bendito para sempre; os vossos mandamentos ensinai-me!

Com meus lábios, ó Senhor, eu enumero os decretos que ditou a vossa boca.

Seguindo vossa lei, me rejubilo muito mais do que em todas as riquezas.

Evangelho (Marcos 6,30-34)

— O Senhor esteja convosco. — Ele está no meio de nós. — Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos. — Glória a vós, Senhor!

6 30 Os apóstolos voltaram para junto de Jesus e contaram-lhe tudo o que haviam feito e ensinado.

31 Ele disse-lhes: "Vinde à parte, para algum lugar deserto, e descansai um pouco". Porque eram muitos os que iam e vinham e nem tinham tempo para comer. 32 Partiram na barca para um lugar solitário, à parte.

33 Mas viram-nos partir. Por isso, muitos deles perceberam para onde iam, e de todas as cidades acorreram a pé para o lugar aonde se dirigiam, e chegaram primeiro que eles.

34 Ao desembarcar, Jesus viu uma grande multidão e compadeceu-se dela, porque era como ovelhas que não têm pastor. E começou a ensinar-lhes muitas coisas.

— Palavra da Salvação.

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Trabalhando na hora do descanso..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Desculpem-me o título da reflexão, mas é isso mesmo! Os apóstolos de Jesus, depois de um final de semana cheio de atividades, reuniões, pregações e celebrações, resolveram procurar Jesus na Segunda Feira para contarem dos resultados positivos de tantos trabalhos, feitos com tanto amor e alegria. Mas Jesus notou que eles estavam cansados, precisavam de retirar-se para um local ermo, descansar um pouco, descontrair e jogar algumas conversas fora, Jesus não era um homem carrancudo e tempo inteiro falando sério, ensinando, pois quando estava a sós com os discípulos, é exatamente como nós com os amigos mais chegados, quando ficamos a vontade, conta-se uma história engraçada e se dá muita risada. Faz-se alguma piada sobre alguém do grupo... Ah que gostoso imaginar um Jesus de Nazaré assim tão humano como a gente...

A agitação do trabalho pastoral era muito grande, gente que ia e que vinha para reuniões, celebrações, encontros, exatamente como é a comunidade em finais de semana. Então na Segunda Feira pegaram uma barca e decidiram dar um passeio para o outro lado, claro que teria oração de louvor e agradecimento, haveria momento para a partilha da experiência missionária, um outro para as orientações de Jesus, mas tudo com muita descontração.

E quando já estavam bem a vontade, começando a jogarem conversa fora e traziam naqueles rostos uma inexplicável alegria por estarem ali juntos, ao chegarem á outra margem, já, com o carvão e a carne para um churrasco, quem sabe... Espantaram-se ao ver a multidão que os esperava ali na outra margem. As pessoas estavam maravilhada e contagiada com a alegria daquele grupo, a pregação dos apóstolos e aquele jeito ensinado por Jesus, fora uma estratégia que havia dado certo, não importava que era uma segunda Feira, dia de descanso para os ministros e pastorais, o povo não queria ficar longe daquele grupo fantástico que tinha uma proposta totalmente nova de vida, de uma religião marcada acima de tudo pela alegria de sentir tão de perto o amor de Deus.

Os apóstolos talvez ficaram meio chateados "Pronto, acabou-se a nossa folga..." Mas Jesus sentiu compaixão das pessoas porque eram como ovelhas sem pastor, isso é, não tinham uma referência importante ou uma liderança autêntica para seguirem, e Jesus começou e ensinar-lhes muitas coisas mostrando que atenção, carinho, amor e compaixão para com as pessoas da comunidade, não tem dia e nem hora pois a vida de quem se consagrou a Deus e aos irmãos na comunidade, já não nos pertence...

2. A compaixão de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Com este texto Marcos prepara a primeira narrativa da partilha dos pães. Encontramos aqui um relato básico, com vários temas que se repetem ao longo dos evangelhos: a) os discípulos já estão em missão e mantêm contato com Jesus; b) Jesus preocupa-se com o seu resguardo e o dos discípulos, em lugar deserto, para repouso e tempo "para comer", ou seja, para alimentarem-se da palavra e da oração; c) eles estão continuamente sendo assediados pelas multidões; d) a multidão é insistente e Jesus tem compaixão por eles; e) Jesus ensina muitas coisas.

São estas as situações fundamentais na missão: a) manter-nos em contato com Jesus, em comunidade, no recolhimento e na oração; b) acolhermos a todos que vêm a nós, particularmente os mais excluídos, sem rejeições; c) estarmos preparados para o "ensino", não como algo intelectual, mas como descoberta e revelação da presença de Jesus na vida das pessoas.

A compaixão é a característica maior que nos move à prática libertadora.

Oração Pai, dá-me as disposições necessárias para eu realizar bem a missão recebida de Jesus, tendo-o sempre como modelo.

3. OVELHAS SEM PASTOR
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

As multidões não davam sossego a Jesus e aos discípulos. Era-lhes difícil encontrar tempo e lugar para estarem a sós com o Mestre, e descansar das fadigas da missão. Às vezes, nem tinham tempo para comer, tal era o afluxo de gente. Quando sabiam que Jesus estava se dirigindo para algum lugar, corriam para lá, chegando antes dele. Era como se fossem ovelhas em busca de um pastor.

A situação de abandono do povo sensibilizava profundamente Jesus. Daí o extremo interesse com que as pessoas ouviam Jesus falar, e a ânsia de serem beneficiadas por ele. E sempre encontravam acolhida por parte do Mestre.

A atitude de Jesus estava em estreita relação com o serviço ao Reino, para o qual fora enviado. Esse Reino comportava a Boa Nova de libertação para os pobres, e deveria devolver aos seus corações a esperança há muito perdida pelo descaso com que eram tratados. A Jesus competia, por assim dizer, re-humanizá-los, tirando-os da marginalização a que foram relegados, e abrir-lhes uma perspectiva de vida para além de suas dores e sofrimentos.

O Mestre apresentou-se como líder deste grande movimento de recuperação da dignidade humana, dando atenção ao povo sofrido e propondo-lhe o Reino como ideal.

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