São João Eudes

Sexta-feira, 19 de agosto de 2011


O santo deste dia foi definido por São Pio X como "autor, pai, doutor, apóstolo, promotor e propagandista da devoção litúrgica aos sagrados Corações de Jesus e Maria". São João Eudes nasceu na Normandia, em 1601, num tempo em que o século XVII estava sendo marcado pelo jansenismo, quietismo e filosofismo.

Ao viver numa família religiosa, João estranhou quando externando seu desejo de consagrar-se a Deus encontrou barreiras com o seu pai, que não foram maiores do que o chamado do Senhor, por isto com 24 anos estava sendo ordenado Sacerdote. Homem de Deus, soube colher e promover os frutos do Espírito para a época, tanto assim que foi importantíssimo para a renovação e formação do Clero, evangelização das massas rurais e difusão da espiritualidade centrada nos Corações de Jesus e de Maria, a qual venceu com o amor afetivo de Deus as friezas e tentações da época.

São João Eudes com suas inúmeras missões e escritos influenciou fortemente todo o seu país e o mundo cristão. Depois de fundar a Congregação de Jesus e Maria (Eudistas), ao lado do ramo feminino chamada Refúgio de Nossa Senhora da Caridade, São João Eudes entrou no Céu em 1680 e foi canonizado em 1925.

São João Eudes, rogai por nós!


Leituras

Primeira Leitura (Rute 1,1.3-6.14-16.22)

No tempo que governavam os juízes, sobreveio uma fome na terra. Um homem partiu de Belém de Judá, com sua mulher e seus dois filhos, indo morar nos campos de Moab.

Elimelec, marido de Noêmi, morreu, deixando-a com seus dois filhos. Estes casaram com mulheres moabitas, chamadas uma Orfa e outra Rute. Viveram lá aproximadamente dez anos. Maalon e Quelion morreram ficando Noêmi só, sem seus dois filhos e sem seu marido.

Então, levantou-se Noêmi e partiu da região de Moab com suas duas noras, porque ouviu dizer que o Senhor tinha visitado o seu povo e lhe tinha dado pão.

Então elas desataram de novo a chorar. Orfa beijou a sua sogra, porém Rute não quis separar-se dela.

"Eis que tua cunhada voltou para o seu povo e para os seus deuses", disse-lhe Noêmi; "vai com ela".

"Não insistas comigo", respondeu Rute, "para que eu te deixe e me vá longe de ti. Aonde fores, eu irei; aonde habitares, eu habitarei. O teu povo é meu povo, e o teu Deus, meu Deus".

Foi assim que voltaram dos campos de Moab, Noêmi e sua nora Rute, a moabita. Chegaram a Belém quando se começava a segar a cevada.


Salmo 145/146

Bendize, ó minha alma, ao Senhor!

É feliz todo homem que busca
seu auxílio no Deus de Jacó
e que põe no Senhor a esperança.
O Senhor fez o céu e a terra,
fez o mar e o que neles existe.

Faz justiça aos que são oprimidos;
ele dá alimento aos famintos,
é o Senhor quem liberta os cativos.

O Senhor abre os olhos aos cegos,
o Senhor faz erguer-se o caído;
o Senhor ama aquele que é justo.
É o Senhor quem protege o estrangeiro.

Ele ampara a viúva e o órgão,
mas confunde os caminhos dos maus.
O Senhor reinará para sempre!
Ó Sião, o teu Deus reinará
para sempre e por todos os séculos!


Evangelho(Mateus 22,34-40)

Naquele tempo, sabendo os fariseus que Jesus reduzira ao silêncio os saduceus, reuniram-se e um deles, doutor da lei, fez-lhe esta pergunta para pô-lo à prova: "Mestre, qual é o maior mandamento da lei?" Respondeu Jesus: "Amarás o Senhor teu Deus de todo teu coração, de toda tua alma e de todo teu espírito.

Este é o maior e o primeiro mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: ´Amarás teu próximo como a ti mesmo´. Nesses dois mandamentos se resumem toda a lei e os profetas".

COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. O Mandamento essencial...

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Vamos aqui imaginar as 680 leis, entre prescrições e proibições, que regiam a prática judaica, como uma enorme e frondosa árvore, de muitos ramos e folhas. A pergunta que o Sabichão da Lei faz a Jesus seria mais ou menos essa “Qual dos ramos dessa árvore é o mais importante” Em um ambiente legalista e de excessivo rigorismo na prática da Lei, fazer uma pergunta capciosa dessa, evidenciava uma segunda intenção, era um ardil, uma cilada, uma pergunta maldosa, onde o interlocutor não estava interessado na resposta, mas sim em uma justificativa, a partir dela., para condenar a quem respondera.

Jesus de maneira sábia desmonta essa armadilha e retomando o exemplo das Leis religiosas, como uma frondosa árvore, Jesus vai dizer que o mais importante é a raiz, de fato, o amor a Deus e ao próximo é a Raiz do Cristianismo, é a essência da verdadeira Religião. Jesus, além de não cair na armadilha que lhe armaram, tirou vantagem da situação e fez um ensinamento espetacular, não suprimindo nenhuma das Leis em vigor, porem, afirmando categoricamente que nenhuma delas era válida, caso não fosse cumprido aquilo que é o essencial em uma Lei Divina: o Amor a Deus e ao próximo.

Portanto, religião adquire agora um sentido novo, reunindo em uma única lei esses dois amores, a Deus e aos irmãos, gerando assim o compromisso em viver como irmãos e irmãs, Filhos e Filhas do mesmo Deus que é Pai.

2. O amor a Deus identifica-se e concretiza-se com o amor ao próximo

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Este episódio é relatado pelos três evangelistas sinóticos. Em Marcos o diálogo ocorre entre um escriba e Jesus, de maneira pacífica. Em Mateus e também em Lucas, um fariseu se dirige a Jesus com malícia, para tentá-lo.

Entre os escribas e os fariseus discutia-se esta questão sobre qual seria o maior mandamento. Na Lei encontravam-se mais de seiscentos mandamentos a serem observados pelo povo. A opinião majoritária inclinava-se para a observância do sábado, como sendo o maior mandamento.

Jesus já demonstrara liberdade em relação a ele, infringindo esta observância sabática. Agora, Jesus responde apresentando os mandamentos do amor a Deus e o amor ao próximo como sendo os maiores. O amor a Deus identifica-se e concretiza-se com o amor ao próximo. E a Lei e os Profetas se resumem neste mandamento do amor.

No Sermão da Montanha Jesus também afirma que a Lei e os Profetas equivalem ao preceito de fazer aos outros tudo aquilo que queremos que seja feito a nós. Jesus nos leva à compreensão de que o amor a si mesmo só se realiza no amor ao próximo, e neste amor de comunhão fraterna comunga-se com o próprio Deus.

3. A CENTRALIDADE DO AMOR

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Os mestres da Lei e os fariseus davam a todos os mandamentos a mesma importância. Parecia-lhes ser uma falta de respeito classificá-los segundo diferentes graus de importância. Se todos correspondiam à vontade de Deus, deveriam ser levados igualmente a sério e vividos com a mesma intensidade.

Acontece que os mandamentos foram maximamente multiplicados, a ponto de se tornarem um emaranhado de normas e prescrições. Por outro lado, até mesmo coisas irrelevantes eram objeto de prescrições legais, de forma colocar a vida diária numa espécie de camisa de força legalista.

Com este pano de fundo, entende-se a pergunta levantada pelo mestre da Lei a respeito do "maior mandamento". Embora sua intenção fosse fazer Jesus cair numa armadilha, ele compreendia que os mandamentos não tinham todos igual valor.

A resposta de Jesus apela para o amor a Deus e o amor ao próximo, como resumo de todos os mandamentos. "Deles decorre toda a Lei, assim como os profetas." Eles são a chave de interpretação de toda a Bíblia, onde as coisas só têm sentido se conduzem ao amor.

Somente quem ama está em condições de compreender os ensinamentos bíblicos. O motivo é simples: apenas o amor coloca o ser humano em perfeita sintonia com o Deus da Bíblia.