São João Nepomuceno Neumann
Quarta-feira, 05 de janeiro de 2011
São João Nepomuceno Neumann, natural de Boêmia, nasceu no ano de 1911. Ao ser despertado para o chamado à vida sacerdotal, fez toda a sua formação, mas foi acolhido nos Estados Unidos, em Nova York, pelo Bispo Dom João. Ali, foi ordenado. Como padre, buscou ser fiel à vontade do Senhor. São João pertenceu a congregação dos padres redentoristas e, ao exercer vários cargos, sempre foi marcado pelo serviço de humildade, de ser servo de Deus e servir ao Senhor por amor aos irmãos.
O Espírito Santo pôde contar com ele também para o episcopado, ser um dos sucessores dos apóstolos. Como bispo, participou em cerca de oitenta igrejas e cerca de cem colégios; até a própria Sé, na Filadélfia, foi construída através do seu serviço, do seu ministério episcopal.
São João Nepomuceno Neumann, modelo de pastor e defensor da liberdade que salva e liberta. Uma imagem, um reflexo do Bom Pastor.
Em 1960, ele partiu para a glória do Senhor.
São João Nepomuceno Neumann, rogai por nós!
[Canção Nova]
Santos: Carlos Marchioni (franciscano), Cira de Kilkeary (virgem), Emiliana de Roma (virgem), Gaudêncio de Gnesen (monge, bispo), Geríaco de Valkenberg (eremita), João Nepomuceno Neumann (bispo de Filadélfia), Simeão, o Estilita (eremita da Síria), Sinclética da Macedônia (virgem), Talida de Antinoé (virgem), Telésforo (papa, mártir), Alacrino de Casamari (monge, bispo, bem-aventurado), Diego José de Cádiz (presbítero, bem-aventurado), Maria Repetto (religiosa, bem-aventurada).
Antífona: O povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para os que habitavam nas sombras da morte, uma luz resplandeceu. (Is 9,2)
Oração: Ó Deus, luz de todas as nações, concedei aos povos da terra viver em perene paz e fazei resplandecer em nossos corações aquela luz admirável que vimos despontar nos povo da antiga aliança. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leituras
Leitura: I Carta de São João (1Jo 4, 11-18)
O Pai enviou o seu Filho como salvador do mundo
Caríssimos, se Deus nos amou assim, nós também devemos amar-nos uns aos outros. Ninguém jamais viu a Deus. Se nos amamos uns aos outros, Deus permanece conosco e seu amor é plenamente realizado entre nós. A prova de que permanecemos com ele, e ele conosco, é que ele nos deu o seu Espírito. E nós vimos, e damos testemunho, que o Pai enviou o seu Filho como salvador do mundo. Todo aquele que proclama que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece com ele, e ele com Deus.
E nós conhecemos o amor que Deus tem para conosco, e acreditamos nele. Deus é amor: quem permanece no amor, permanece com Deus, e Deus permanece com ele. Nisto se realiza plenamente o seu amor para conosco: em nós termos plena confiança no dia do julgamento, porque, tal como Jesus, nós somos neste mundo. No amor não há temor. Ao contrário, o perfeito amor lança fora o temor, pois o temor implica castigo, e aquele que teme não chegou à perfeição do amor.
Palavra do Senhor!
Comentário da I Leitura
Se nos amamos, Deus permanece conosco
A vida cristã age em dupla dimensão: vertical e horizontal. A primeira nos faz tomar consciência do amor infinito do Pai que "mandou seu Filho como salvador do mundo" (versículo 14) e quer viver em nós (versículo 16). A perfeita união realiza-se particularmente na comunhão eucarística: nossa carne, nosso sangue misturam-se à carne e ao sangue de Deus; somos transformados e divinizados. "Não somos nós que transformamos Deus em nós - afirma Santo Agostinho - mas somos transformados nele".
A segunda dimensão do amor fraterno, o amor aos irmãos, é uma consequência e um sinal do amor de Deus (versículo 12). Também este aspecto da caridade fraterna tem sua plena realização na Eucaristia: "Participando realmente do corpo do Senhor ao romper do pão eucarístico, somos elevados à comunhão com ele e entre nós". Este amor torna-se no cristão força transformadora e operativa, capaz de afugentar todo temor (versículo 18). [MISSAL COTIDIANO, Paulus, 1997]
Salmo: 71(72)[1], 2.10-11.12-13 (R/.cf.11)
As nações de toda a terra hão de adorar-vos, ó Senhor!
Dai ao rei vossos poderes, Senhor Deus, vossa justiça ao descendente da realeza! Com justiça ele governe o vosso povo, com equidade ele julgue os vossos pobres.
Os reis de Társis e das ilhas hão de vir e oferecer-lhe seus presentes e seus dons; e também os reis de Seba e de Sabá hão de trazer-lhes oferendas e tributos. Os reis de toda a terra hão de adora-lo, e todas as nações hão de servi-lo.
Libertará o indigente que suplica e o pobre ao qual ninguém quer ajudar. Terá pena do indigente e do infeliz, e a vida dos humildes salvará.
(Leituras paralelas para este salmo completo: 2Sm 23, 1-7)
Evangelho: Marcos (Mc 6, 45-52)
Jesus caminha sobre as águas
Depois de saciar os cinco mil homens, Jesus obrigou os discípulos a entrarem na barca e irem na frente para Betsaida, na outra margem, enquanto ele despedia a multidão. Logo depois de se despedir deles, subiu ao monte para rezar. Ao anoitecer, a barca estava no meio do mar e Jesus sozinho em terra. Ele viu os discípulos cansados de remar, porque o vento era contrário. Então, pelas três da madrugada, Jesus foi até eles andando sobre as águas, e queria passar na frente deles.
Quando os discípulos o viram andando sobre o mar, pensaram que era um fantasma e começaram a gritar. Com efeito, todos o tinham visto e ficaram assustados. Mas Jesus logo falou: "Coragem, sou eu! Não tenhais medo!" Então subiu com eles na barca. E o vento cessou. Mas os discípulos ficaram ainda mais espantados, porque não tinham compreendido nada a respeito dos pães. O coração deles estava endurecido. Palavra da Salvação!
(Leituras paralelas: Mt 14, 22-33; Jo 6,16-21)
Comentário o evangelho
"Coragem, sou eu! Não tenhais medo!"
Jesus e os discípulos se despedem do povo. Ele fica sozinho no monte para orar, assim como fazia Moisés e Elias, pois a oração faz parte da sua missão e pode ser preparatória para um acontecimento importante; os discípulos entram na barca e seguem para o mar (da Galileia) durante toda aquela noite. Eis que se aproxima a aurora, momento oportuno do auxílio divino e então Jesus caminha sobre a água. Os discípulos não são capazes de reconhecer o Mestre; pelo contrário, sentem medo frente ao “fato inusitado”. Jesus se identifica: “Sou eu”. O Antigo Testamento, sobretudo no Pentateuco, nos lembra da clássica frase da auto apresentação de Javé: “Eu sou”. E Jesus conclui com a clássica frase de salvação: “não temais”. Mesmo assim os discípulos continuam sem entender, ou seja, para usar a expressão usual do momento, a “ficha ainda não havia caído” e só cairia após a ressurreição do nosso Senhor.
Os evangelistas sempre apresentam o caráter de um Jesus que sempre recorre à oração, não apenas para dar exemplo e testemunho, mas inda porque se sente verdadeiro homem necessitado, portanto, em sintonia com Deus. Confortado pela oração, aproxima-se Jesus dos discípulos já desanimados. Quantas vezes nos sentimos também desanimados pela correria, às vezes até sem sentido, do dia a dia: desilusão, a falta de fé, desconfiança, incompreensões, provocações que a vida nos reserva, sacudidas pelo vento de tendências opostas, desatinos. Já diria Jó: “A vida do homem é uma luta” (Jó 7,1). O “planejamento estratégico” do homem consiste em identificar qual é o verdadeiro sentido da sua vida, para só depois corrigir ou aperfeiçoar o seu rumo.
Jesus está sempre a nos lembrar: “Coragem, sou eu, não temais!”. Quando estamos na tribulação, quase sempre esquecemos que junto a nós há a presença divina que pode até não nos tirar das dificuldades naquele momento pontual (nem sempre entendemos os desígnios do Senhor), mas sempre está a nos estender as suas mãos nos propondo soluções, nos “ensinando a pescar”. Tais saídas muitas vezes só são vislumbradas pelas lentes da oração através da fé e da determinação dos discípulos. Coragem!
Everaldo S. Salvador, ofs; [email protected]]