São João Nepomuceno Neumann

Quinta-feira, 05 de janeiro de 2012


São João Nepomuceno Neumann, natural de Boêmia, nasceu no ano de 1911. Ao ser despertado para o chamado à vida sacerdotal, fez toda a sua formação, mas foi acolhido nos Estados Unidos, em Nova York, pelo Bispo Dom João. Ali, foi ordenado. Como padre, buscou ser fiel à vontade do Senhor. São João pertenceu a congregação dos padres redentoristas e, ao exercer vários cargos, sempre foi marcado pelo serviço de humildade, de ser servo de Deus e servir ao Senhor por amor aos irmãos.

O Espírito Santo pôde contar com ele também para o episcopado, ser um dos sucessores dos apóstolos. Como bispo, participou em cerca de oitenta igrejas e cerca de cem colégios; até a própria Sé, na Filadélfia, foi construída através do seu serviço, do seu ministério episcopal.

São João Nepomuceno Neumann, modelo de pastor e defensor da liberdade que salva e liberta. Uma imagem, um reflexo do Bom Pastor.

Em 1960, ele partiu para a glória do Senhor.

São João Nepomuceno Neumann, rogai por nós!


Hoje:

Criação da 1ª Tipografia no Brasil


Leituras

Primeira Leitura (1 João 3,11-21)
Leitura da primeira carta de são João.

3 11 Pois esta é a mensagem que tendes ouvido desde o princípio: que nos amemos uns aos outros.

12 Não façamos como Caim, que era do Maligno e matou seu irmão. E por que o matou? Porque as suas obras eram más, e as do seu irmão, justas.

13 Não vos admireis, irmãos, se o mundo vos odeia.

14 Nós sabemos que fomos trasladados da morte para a vida, porque amamos nossos irmãos. Quem não ama permanece na morte.

15 Quem odeia seu irmão é assassino. E sabeis que a vida eterna não permanece em nenhum assassino.

16 Nisto temos conhecido o amor: (Jesus) deu sua vida por nós. Também nós outros devemos dar a nossa vida pelos nossos irmãos.

17 Quem possuir bens deste mundo e vir o seu irmão sofrer necessidade, mas lhe fechar o seu coração, como pode estar nele o amor de Deus?

18 Meus filhinhos, não amemos com palavras nem com a língua, mas por atos e em verdade.

19 Nisto é que conheceremos se somos da verdade, e tranqüilizaremos a nossa consciência diante de Deus,
20 caso nossa consciência nos censure, pois Deus é maior do que nossa consciência e conhece todas as coisas.

21 Caríssimos, se a nossa consciência nada nos censura, temos confiança diante de Deus,


Salmo 99/100

Aclamai o Senhor, ó terra inteira!

Aclamai o Senhor, ó terra inteira,
servi ao Senhor com alegria,
ide a ele cantando jubilosos!

Sabei que o Senhor, só ele, é Deus,
ele mesmo nos fez, e somos seus,
nós somos seu povo e seu rebanho.

Entrai por suas portas dando graças
e em seus átrios com hinos de louvor;
dai-lhe graças, seu nome bendizei!

Sim, é bom o Senhor e nosso Deus,
sua bondade perdura para sempre,
seu amor é fiel eternamente!


EVANGELHO (João 1,43-51)

1 43 No dia seguinte, tinha Jesus a intenção de dirigir-se à Galiléia. Encontra Filipe e diz-lhe: "Segue-me".

44 (Filipe era natural de Betsaida, cidade de André e Pedro.)

45 Filipe encontra Natanael e diz-lhe: "Achamos aquele de quem Moisés escreveu na lei e que os profetas anunciaram: é Jesus de Nazaré, filho de José".

46 Respondeu-lhe Natanael: "Pode, porventura, vir coisa boa de Nazaré?" Filipe retrucou: "Vem e vê".

47 Jesus vê Natanael, que lhe vem ao encontro, e diz: "Eis um verdadeiro israelita, no qual não há falsidade".

48 Natanael pergunta-lhe: "Donde me conheces?" Respondeu Jesus: "Antes que Filipe te chamasse, eu te vi quando estavas debaixo da figueira". 49 Falou-lhe Natanael: "Mestre, tu és o Filho de Deus, tu és o rei de Israel".

50 Jesus replicou-lhe: "Porque eu te disse que te vi debaixo da figueira, crês! Verás coisas maiores do que esta".

51 E ajuntou: "Em verdade, em verdade vos digo: vereis o céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem".


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "A Superação de barreiras"

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Essa experiência profunda com Jesus Cristo, o Filho de Deus, não acontece em um passe de mágica, Jesus não é como uma Jibóia, cobra que costuma hipnotizar o roedor, atraindo-o ao seu alcance para abocanhá-lo. Ao contrário, ele nos propõe, nos chama, mas sempre respeita as nossas decisões, afinal quer nos fazer livres e não escravos...

Na nossa Vida somos marcados por muitos preconceitos, de cor, de etnias, de raça, e até de religião, não podemos permitir que esses preconceitos nos impeçam de conhecer Jesus e de fazer com ele essa experiência tão necessária para descobrir quem somos, e encontrarmos a nossa realização como pessoa humana, Filhos e Filhas do Pai Eterno.

Natanael era um bom cristão, porém muito fechado em seu grupo, sua comunidade, sua igreja, costumava meditar a Palavra de Deus em baixo de uma Figueira, então isso significa que ele buscava a Deus de coração sincero e quando isso acontece, Jesus nos encontra primeiro, a iniciativa é sempre dele.

Filipe anunciou Jesus a Natanael, mas quando este soube da sua origem, Nazaré, colocou objeção para fazer a experiência. A Vila de Nazaré tinha de tudo e sua fama, nos meios religiosos, não era lá muito boa, era quase que impossível que de Nazaré viesse um Profeta poderoso.

Mas Natanael não se deixou prender a esse preconceito, aceitou o convite de Filipe "Vem e vê" e na comunidade Natanael conheceu Jesus e ali deu o seu testemunho, tornando pública a sua Fé "Tu és o Filho de Deus, Tu és o Rei de Israel..."

O texto mais uma vez evidencia a importância da Comunidade, como lugar teológico para se fazer a experiência de Deus manifestado em Jesus. Para tanto é necessário superar dificuldades, desafios e preconceitos, para se viver a comunhão em Cristo e com os irmãos e irmãs.

Quem não participa de uma comunidade cristã, porque não consegue superar os desafios e preconceitos para se viver a comunhão, nunca verá o Céu aberto e os anjos de Deus subindo e descendo sobre o Filho do Homem. Só vê o Céu aberto quem aceita viver a comunhão com a Igreja Santa e Pecadora, vivendo o amor fraterno junto aos irmãos e irmãs.

O egoísmo fecha-NOS as portas do céu, e anula qualquer possibilidade de experimentar Deus em nossa vida.

2. Jesus chama discípulos

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

No quarto dia após a declaração de João Batista aos sacerdotes e levitas enviados de Jerusalém (Jo 1,19), Jesus completa o grupo de seus próprios discípulos, que já eram discípulos de João. Agora chama Filipe e Natanael. Filipe, André e Pedro eram de Betsaida, situada ao norte do lago da Galileia, em território de gentios, sob grande influência helênica. Filipe e André são nomes gregos. Percebe-se, assim, que em torno de João Batista reuniam-se gentios e judeus. Assim também vai sendo formado o discipulado de Jesus. Dessa maneira vai se estruturando o ministério de Jesus, caracterizado pela dimensão universalista do seu anúncio e de seu dom.

3. SUPERANDO OS PRECONCEITOS

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Os primeiros discípulos foram obrigados a superar a barreira dos preconceitos para poder acolher Jesus como Messias e se tornar seus seguidores. Natanael não podia aceitar que de Nazaré, cidade mal-afamada, pudesse sair algo de bom, muito menos um Messias. A pecha de nazaretano desdobrava-se num rosário de outras evocações tomadas como negativas. Ele era pobre, de família sem prestígio, um indivíduo sem expressão moral ou cultural. Enfim, um desclassificado.

Pela insistência de Filipe, Natanael se predispôs a ir ver Jesus. Seu preconceito contrastou com a idéia altamente positiva que Jesus tinha a respeito dele. Jesus considerava-o um israelita íntegro, sem dolo nem fingimento. Em outras palavras, um indivíduo em cuja palavra se podia inteiramente confiar. O próprio Jesus confiou nele e lhe fez uma solene revelação.

A atitude de Jesus deixou Natanael desarmado, levando-o a abrir mão de seus preconceitos. Numa atitude própria de discípulo, Natanael reconheceu Jesus como um Rabi, ou seja, mestre, digno de veneração e respeito. Reconheceu-o, também, como Filho de Deus, cuja origem superava as possibilidades humanas, fazendo dele mais do que um simples filho de José da Galiléia. Reconheceu-o, ainda, como Rei de Israel, o Messias que reavivaria a esperança no coração do povo. Logo, de Nazaré também podia sair coisa boa.