São Leão Magno
Sábado, 10 de novembro de 2012
O santo de hoje mostrou-se digno de receber o título de "Magno", que significa Grande, isto porque é considerado um dos maiores Papas da história da Igreja, grande no trabalho e na santidade. São Leão Magno nasceu em Toscana (Itália) no ano de 395 e depois de entrar jovem no seminário, serviu a diocese num sacerdócio santo e prestativo.
Ao ser eleito Papa, em 440, teve que evangelizar e governar a Igreja numa época brusca do Império Romano, pois já sofria com as heresias e invasões dos povos bárbaros, com suas violentas invasões. São Leão enfrentou e condenou o veneno de várias mentiras doutrinais, porém, combateu com intenso fervor o monofisismo que defendia, mentirosamente, ter Jesus Cristo uma só natureza e não a Divina e a humana em uma só pessoa como é a verdade. O Concílio de Calcedônia foi o triunfo da doutrina e da autoridade do grande Pontífice. Os 500 Bispos que o Imperador convocara, para resolverem sobra a questão do monofisismo, limitaram-se a ler a carta papal, exclamando ao mesmo tempo: "Roma falou por meio de Leão, a causa está decidida; causa finita est".
Quanto à dimensão social, Leão foi crescendo, já que com a vitória dos desordeiros bárbaros sobre as forças do Império Romano, a última esperança era o eloquente e santo Doutor da Igreja, que conseguiu salvar da destruição, a Itália, Roma e muitas pessoas. Átila ultrapassara os Alpes e entrara na Itália. O Imperador fugia e os generais romanos escondiam-se. O Papa era a única força capaz de impedir a ruína universal. São Leão sai ao encontro do conquistador bárbaro, acampado às portas de Mântua. É certo que o bárbaro abrandou-se ao ver diante de si, em atitude de suplicante, o Pontífice dos cristãos e retrocedeu com todo o seu exército.
Dentre tantas riquezas em obras e escritos, São Leão Magno deixou-nos este grito: "Toma consciência, ó cristão da tua dignidade, já que participas da natureza Divina".
Entrou no Céu no ano de 461.
São Leão Magno, rogai por nós!
Hoje:
Dia do Trigo
Leituras
Leitura (Filipenses 4,10-19)
Leitura da carta de são Paulo aos Filipenses.
4 10 Fiquei imensamente contente, no Senhor, porque, finalmente, vi reflorescer o vosso interesse por mim. É verdade que sempre pensáveis nisso, mas vos faltava oportunidade de mostrá-lo.
11 Não é minha penúria que me faz falar. Aprendi a contentar-me com o que tenho.
12 Sei viver na penúria, e sei também viver na abundância. Estou acostumado a todas as vicissitudes: a ter fartura e a passar fome, a ter abundância e a padecer necessidade.
13 Tudo posso naquele que me conforta.
14 Contudo, fizestes bem em tomar parte na minha tribulação.
15 Vós que sois de Filipos, bem sabeis como, no início do meu ministério evangélico, quando parti da Macedônia, nenhuma comunidade abriu comigo contas de deve-haver, senão vós somente.
16 Já por duas vezes mandastes para Tessalônica o que me era necessário.
17 Não é o donativo em si que eu procuro, e sim os lucros que vão aumentando a vosso crédito.
18 Recebi tudo, e em abundância. Estou bem provido, depois que recebi de Epafrodito a vossa oferta: foi um suave perfume, um sacrifício que Deus aceita com agrado.
19 Em recompensa, o meu Deus há de prover magnificamente a todas as vossas necessidades, segundo a sua glória, em Jesus Cristo.
Salmo 111/112
Feliz o aquele que respeita o Senhor!
Feliz o homem que respeita o Senhor
e que ama com carinho a sua lei!
Sua descendência será forte sobre a terra,
abençoada a geração dos homens retos!
Feliz o homem caridoso e prestativo,
que resolve seus negócios com justiça.
Porque jamais vacilará o homem reto,
sua lembrança permanece eternamente!
Seu coração está tranqüilo e nada teme,
e confusos há de ver seus inimigos.
Ele reparte com os pobres os seus bens,
permanece para sempre o bem que fez,
e crescerão a sua glória e seu poder.
Evangelho (Lucas 16,9-15)
Naquele tempo, 16 9 disse Jesus aos seus discípulos: "Fazei-vos amigos com a riqueza injusta, para que, no dia em que ela vos faltar, eles vos recebam nos tabernáculos eternos.
10 Aquele que é fiel nas coisas pequenas será também fiel nas coisas grandes. E quem é injusto nas coisas pequenas, sê-lo-á também nas grandes.
11 Se, pois, não tiverdes sido fiéis nas riquezas injustas, quem vos confiará as verdadeiras?
12 E se não fostes fiéis no alheio, quem vos dará o que é vosso?
13 Nenhum servo pode servir a dois senhores: ou há de odiar a um e amar o outro, ou há de aderir a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e ao dinheiro".
14 Ora, ouviam tudo isto os fariseus, que eram avarentos, e zombavam dele.
15 Jesus disse-lhes: "Vós procurais parecer justos aos olhos dos homens, mas Deus vos conhece os corações; pois o que é elevado aos olhos dos homens é abominável aos olhos de Deus".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Um trabalho de Formiguinha
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Lembro-me dos tempos na Fábrica de Cimento, quando participava de algumas reuniões na área comercial, ouvindo palestras motivacionais que eram feitas para que os funcionários tomassem consciência do trabalho em equipe, de acordo com a moderna gestão.
Na relação com o cliente o Diretor pediu toda a atenção do pessoal da linha de frente, com os chamados "Formiguinhas" do consumo, ele dizia que não se pode só focar os grandes clientes , gigantes da construção civil, mas é necessária uma atenção especial aos pequenos, aquele pedreiro que compra dois sacos de cimento na Loja da esquina, o que ele acha do produto, o que ele pensa, pois sem o consumo dessas formiguinhas, a meta não será atingida, já que eles, naquela ocasião, eram responsáveis por uma fatia de 60 por cento da produção.
O Cristianismo é algo de alcance mundial, entretanto, ele se constitui de pequenos gestos do dia a dia, que vão dando visibilidade á nossa Fé. Muitas vezes fazemos planejamento de grandes coisas, entretanto, no dia a dia vamos levando de qualquer jeito, sem se importar com o nosso testemunho ,naquele momento em que estamos caminhando a pé, ou no trânsito, ou na fila de um banco, ou conectados na internet em alguma rede social, na Feira livre, em meio a torcida em um jogo de futebol, no pagamento de pequenas contas, e vai por aí afora. Tudo o que vivemos em cada momento do dia a dia durante a semana, depois vamos celebrar na missa dominical. E o que foi que vivemos? Houve gestos pequenos de solidariedade, de atenção, de ajuda a alguém, de uma gentileza? Vejam bem que Jesus diz em um outro evangelho, que até quem der um copo de água a um desses pequenos, não ficará sem a sua recompensa....Aí está, em todas essas pequenas coisas vamos confirmando a nossa Fé e a nossa opção por Jesus e o seu Reino.
Saber conquistar as pessoas, fazer muitos amigos, mesmo com a riqueza injusta, ( aqui, Jesus nos lembra da atitude daquele administrador desonesto, estão lembrados? A reflexão do dia de ontem...) isso significa dizer, que devemos ter uma boa estratégia.
Na conclusão do evangelho Jesus explica o por quê da importância dos pequenos gestos, é que não podemos estar divididos, celebrar algo grandioso no domingo, e depois nos dias da semana, nos pequenos gestos e atitudes, jogar tudo fora, dando um péssimo testemunho no trânsito, na família, na relação com as pessoas. Então a coerência e a fidelidade são extremamente importantes nas pequenas coisas de nossa Vida. Lembre-se, os grandes empreendimentos nada mais são do que a soma de pequenos projetos, o Reino de Deus é o maior de todos os empreendimentos, mas ele é feito exatamente das nossas pequenas atitudes, que tendo por única referência o evangelho, vão dando no dia a dia uma bela visibilidade ao Reino que Jesus inaugurou no meio de nós...
2. A riqueza iníqua
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Esta fala de Jesus complementa a parábola do administrador desonesto e esperto (Lc 16,1-8). A tônica é a iniquidade do dinheiro e os fariseus são mencionados como sendo amigos do dinheiro, e zombavam de Jesus.
Na tradição cristã antiga, os Padres da Igreja tinham grande empenho em denunciar a injustiça da acumulação de riqueza. Isto porque tinham consciência de que esta acumulação se faz com o sacrifício das maiorias humildes, tímidas e submissas. Estes Padres da Igreja já proclamavam o sentido social dos bens da criação. A riqueza iníqua acumulada por alguns é obtida pela espoliação dos demais. Assim, cabe a justa partilha dos bens para que todos tenham condições dignas de vida.
Hoje, os arrogantes e poderosos adoradores do dinheiro desrespeitam os direitos humanos e matam pela fome e pela guerra. Tornam-se assim detestáveis para Deus e para os povos.
3. SER FIEL EM TUDO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
O discípulo prima pela fidelidade total ao Reino. Não abre mão de ser fiel nem nas pequenas coisas. Sua vida, portanto, não está dividida entre a fidelidade a Deus e a fidelidade ao dinheiro. É impossível conciliar as exigências de ambos. Por isso, quem ama a Deus recusa-se a nortear sua vida pelas exigências do dinheiro. Quem ama o dinheiro é porque não aceita ser guiado pela vontade de Deus.
Enquanto o amor a Deus exige a partilha dos bens, o amor ao dinheiro leva a concentrá-los. Quem ama a Deus, vê no próximo um irmão a quem deve amar e socorrer. Quem ama o dinheiro transforma-o em objeto de exploração e não tem escrúpulos de usá-lo para satisfazer os próprios caprichos. O amor a Deus leva, também, a amar a natureza, à qual se busca proteger e preservar.
O amor ao dinheiro, quando se visa somente o lucro, considera-a como fonte inesgotável e barata de riqueza e dela usufrui, sem remorso de destrui-la. O amor a Deus leva o discípulo a pautar sua vida pela Lei de Deus. O amor ao dinheiro incentiva o indivíduo a orientar-se pelo próprio egoísmo, transformado em lei suprema de seus atos.
Não existe meio termo, quando o discípulo é colocado diante destas duas opções. Por outro lado, é inútil querer acobertar, com ares de piedade, suas más ações, movidas pelo amor ao dinheiro. Deus conhece o coração das pessoas e sabe em quem ele está centrado.
Oração Senhor Jesus, dá-me um coração indiviso, centrado unicamente na vontade do Pai, e que não se deixa contaminar pelo amor ao dinheiro.