São Leonardo de Porto Maurício
Sexta-feira, 26 de novembro de 2010
Lembramos hoje a santidade do sacerdote que, pela sua vida e missão, mereceu ser constituído pelo Papa Pio XI, como Patrono dos sacerdotes que, em qualquer parte da terra, se consagram às missões populares católicas. São Leonardo, o grande missionário do século XVIII, como lhe chamou Santo Afonso Maria de Ligório, nasceu em Porto Maurício, perto de Gênova, Itália, a 20 de dezembro de 1676. Aconteceu que Leonardo perdeu muito cedo sua mãe, tendo sido criado e educado pelo seu tio. Encontrou cedo sua vocação ao Sacerdócio, por isso, ao renunciar a si mesmo, foi para Roma formar-se no Colégio da Companhia de Jesus.
Por causa da sua inocência e sólida virtude, conquistou a simpatia e a alta consideração de seus superiores, que nele viam outro angélico Luís Gonzaga. Entrou para a Ordem Franciscana, no Convento de São Boaventura, e com 26 anos já era Padre. Começou a vivenciar toda a riqueza do Evangelho e a radicalidade típica dos imitadores de Francisco, por isso ocupou posições cada vez maiores no serviço à Ordem, à Igreja e para com todos. Devoto da Virgem Maria, que lhe salvou a vida num tempo de incurável doença (tuberculose), São Leonardo de Porto Maurício era devotíssimo do Sagrado Coração de Jesus na forma da adoração ao Jesus Eucarístico.
Foi, no século XVIII, o grande apóstolo do santo exercício da Via-Sacra. Era um grande amante da pobreza radical e franciscana. Toda a vida, penitências e orações de São Leonardo convergiam para a salvação das almas. Era tal a unção, a caridade ardente e o entusiasmo que repassava em suas pregações, que o célebre orador Bapherini, encanecido já no exercício da palavra, sendo enviado por Clemente XII a ouvir os sermões de Leonardo para depois o informar a este respeito, desempenhou-se da sua missão dizendo "que nunca ouvira pregador mais arrebatador, que o efeito de seus discursos era irresistível, que ele próprio não pudera reter as lágrimas".
São Leonardo era digno sucessor de Santo Antônio de Lisboa, de São Bernardino de Sena e de São João Capistrano. O próprio Pontífice Bento XIV quis ouvir o famoso missionário, e para isso chamou-o a Roma, em 1749, a fim de preparar os fiéis para o Ano Santo. Depois de derramar-se por Deus e pelos outros, São Leonardo de Porto Maurício, não se tornou mártir, como tão desejava, mas deu toda sua vida no dia-a-dia até adoecer e entrar no Céu a 26 de novembro de 1751, no Convento de São Boaventura, em Roma, onde, 54 anos antes, se consagrara ao Senhor sob o burel de São Francisco.
Não se limitou apenas à pregação o ilustre missionário de Porto Maurício; deixou também vasta coleção de escritos, publicados a princípio isoladamente, e reunidos depois numa grande edição, que prolonga no futuro a sua prodigiosa ação missionária, não apenas dentro das fronteiras da Itália, mas cujo âmbito é todo o mundo civilizado, pelas traduções feitas em quase todas as línguas cultas. Estes escritos constituem, em geral, um rico tesouro de verdades ascéticas e ensinamentos morais e homiléticos.
São Leonardo de Porto Maurício, rogai por nós!
(Fonte: Canção Nova)
Sexta-feira, 26 de novembro de 2010
34º do Tempo Comum (Ano “C”), 2ª Semana do Saltério (Livro III), cor Litúrgica Verde
Santos: Adalberto e Guido de Casauria (monges), Alano de Lavaur (abade), Erasmo de Alexandria (mártir), Imina de Karlburg (duquesa, abadessa), Jucunda de Reggio (virgem), Mercúrio de Cesaréia (mártir), Moisés de Roma (presbítero, mártir), Beatriz (religiosa, bem-aventurada), Bernardo de Ottobeuren (monge, bem-aventurado), Conrado de Heisterbach (monge, bem-aventurado), Egberto de Muensterschwarzach (abade, bem-aventurado), Isabel de Waldsee (virgem, bem-aventurada), Margarida de Savoya-Arcaya (religiosa, bem-aventurada)
Antífona: O Senhor fala de paz a seu povo e a seus amigos e a todos os que se voltam para ele. (Sl 84,9)
Oração: Levantai, ó Deus, o ânimo dos vossos filhos e filhas, para que, aproveitando melhor as vossas graças, obtenham de vossa paternal bondade mais poderosos auxílios. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leituras
Leitura: Apocalipse (Ap 20, 1-4.11-21,2)
Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu
Eu, João, vi um anjo descer do céu. Nas mãos tinha a chave do Abismo e uma grande corrente. Ele agarrou o Dragão, a antiga Serpente, que é o Diabo, Satanás. Acorrentou-o por mil anos e lançou-o dentro do Abismo. Depois, trancou e lacrou o Abismo, para que o Dragão não seduzisse mais as nações da terra, até que terminassem os mil anos. Depois dos mil anos, o Dragão deve ser solto, mas por pouco tempo.
Vi então tronos, e os seus ocupantes sentaram-se e receberam o poder de julgar. Vi também as almas daqueles que foram decapitados por causa do Testemunho de Jesus e da Palavra de Deus e aqueles que não tinham adorado a besta, nem a imagem dela, nem tinham recebido na fronte ou na mão a marca da besta. Eles voltaram a viver, para reinar com Cristo durante mil anos.
Vi ainda um grande trono branco e aquele que estava sentado nele. O céu e a terra fugiram da sua presença e não se achou mais o lugar deles. Vi também os mortos, os grandes e os peque-nos, em pé diante do trono. Foram abertos livros, e mais um outro livro ainda: o livro da vida. Então foram julgados os mortos, de acordo com sua conduta conforme está escrito nos livros. O mar devolveu os mortos que se encontravam nele. A morte e a morada dos mortos entregaram de volta os seus mortos. E cada um foi julgado conforme sua conduta. A morte e a morada dos mortos foram então lançados no lago de fogo. Esta é a segunda morte: o lago de fogo. Quem não tinha o seu nome escrito no livro da vida foi também lançado no lago de fogo.
Vi então um novo céu e uma nova terra. Pois o primeiro céu e a primeira terra passaram, e o mar já não existe. Vi a cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, de junto de Deus, vestida qual esposa enfeitada para o seu marido.
Palavra do Senhor!
Comentando a Leitura
Os mortos foram julgados de acordo com sua conduta
O Apocalipse não considera tanto o futuro longínquo ou próximo, como se o triunfo de Cristo devesse chegar depressa e devessem cessar as atuais perseguições; considera o hoje, a luta, que durará e será sempre árdua. Na realidade presente do reino, os cristãos que sofrem compartilham a cada momento a vitória de Cristo, enquanto voluntariamente compartilham sua morte.
Em nosso tempo atual as perseguições, calúnias, contestações e o silencio ferem os seguidores do Cordeiro. Mas desde já, os que são condenados falsamente sentam-se para julgar os seus verdugos. Os homens são agora julgados com base no livro da vida; vai-se agora construindo um novo céu e uma nova terra. A atual oposição e perseguição do mundo é o mais belo sinal da vitória da Igreja.
A dor e a perseguição fazem sentir o reino como vivo num mundo que morre. O triunfo da Igreja perseguida não está na promessa de que tais provas cessarão (e então virá o prêmio), mas na garantia de que estes sofrimentos já são a vitória. [Missal Cotidiano, Paulinas]
Salmo Responsorial: 83 (84), 3.4.5-6a e 8a (R/.Ap 21, 3b)
Eis a tenda de Deus no meio do povo!
Minha alma desfalece de saudades e anseia pelos átrios do Senhor! Meu coração e minha carne rejubilam e exultam de alegria no Deus vivo!
Mesmo o pardal encontra abrigo m vossa casa, e a andorinha ali prepara o seu ninho, para nele seus filhotes colocar: vossos altares, ó Senhor Deus do universo! vossos altares, ó meu Rei e meu Senhor!
Felizes os que habitam vossa casa; para sempre haverão de vos louvar! aFelizes os que em vós têm 8asua força, caminharão com um ardor sempre crescente.
Evangelho: Lucas (Lc 21, 29-33)
Sinal da Figueira
Naquele tempo, Jesus contou-lhes uma parábola: "Olhai a figueira e todas as árvores. Quando vedes que elas estão dando brotos, logo sabeis que o verão está perto. Vós também, quando virdes acontecer essas coisas, ficai sabendo que o Reino de Deus está perto. Em verdade, eu vos digo: tudo isso vai acontecer antes que passe esta geração. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não hão de passar”.
Palavra da Salvação
[Leituras paralelas: Mt 24, 32-35; Mc 13, 28-32]
Comentando o Evangelho
A lição da figueira
Os cristãos são admoestados a se manterem em contínuo estado de vigilância em relação à história, uma vez que ela está sendo fermentada pelas realidades escatológicas. Urge, pois, perceber como nela se manifestam os sinais do fim.
A mensagem de Jesus nada tem a ver com os apocalipses da época, reservados a um grupo restrito de iniciados. Jesus ensina publicamente, sem a preocupação de selecionar seus ouvintes. Embora só os discípulos o compreendam, sua doutrina deve ser anunciada a todos os povos. Basta abrir-se para ele, para entender o conteúdo de seus ensinamentos.
A figueira e as demais árvores foram empregadas para ilustrar a parábola da escatologia. Vendo-as frutificar, é possível afirmar, sem perigo de engano, que o verão se aproxima. Igualmente, pode-se declarar que algo de novo estará acontecendo na história, quando a morte ceder lugar à vida, a escravidão abrir espaço para a liberdade, a injustiça for sobrepujada pela justiça, o ódio e a inimizade forem vencidos pelo amor e pela reconciliação.
Este germinar de esperança é um sinal evidente da presença do Filho do Homem, fazendo a escatologia acontecer. Chegará um tempo de plenitude. Este, porém, está sendo preparado pela aproximação paulatina daquilo que todos esperamos. [O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Ano C, ©Paulinas, 1996]
Para Sua Reflexão:
A parábola da figueira refere-se em geral à proximidade do reinado de Deus. No contexto presente, parece visar à queda de Jerusalém; outros pensam que se refere à parusia, e nesse caso se falaria do reinado definitivo de Deus: “depois virá o fim, quando entregar o reino a Deus Pai” (cf 1Cor 15, 24-28). A parábola, em sua qualidade de imagem, é aplicável a diversas situações. O último versículo, em estilo aforístico, garante tudo o que foi anunciado até aqui (Cf. Is 55,11; Sl 102, 26s). [Bíblia do Peregrino, Paulus]