São Lourenço de Brindes
Quinta-feira, 21 de julho de 2011
Presbítero da Igreja, o santo de hoje é reconhecido como Doutor, pois amou, aprofundou, serviu e com ardor comunicou a Sã Doutrina Católica. Nascido em Brindes, na Itália, no ano de 1559, São Lourenço entrou na família franciscana, como Capuchinho e chegou a Superior Geral.
Homem de Deus e conciliador da maneira franciscana de viver com as necessidades da época, como pregador espalhou a Palavra de Deus em muitos lugares, como Itália, Espanha, Portugal, França, Bélgica, Holanda. Conhecedor do hebraico, aramaico, caldeu, grego, latim, alemão, italiano e outras línguas, pôde - como teólogo e apologista - aprofundar nos estudos das Sagradas Escrituras e bradar pelos quatro cantos da Igreja e do mundo a Verdade, pois o protestantismo se alastrava, assim como diversas heresias.
São Lourenço fugia constantemente das honras e, além de dormir no chão, levantava-se à noite para rezar e se alimentava somente de pão, água e verduras, como penitência. Além de grande propagador da Palavra, foi quem muito lutou para vivê-la, por isso, ao ocupar a função de diplomata da Igreja, serviu de pacificador durante a ameaça de invasão por parte dos turcos. São Lourenço, que entrou no Céu com 60 anos, deixou muitos escritos, os quais externam o amor pela Palavra de Deus: "A Palavra de Deus é luz para a inteligência, fogo para a vontade, para que o homem possa conhecer e amar a Deus... É martelo contra a dura obstinação do coração, nos vícios contra a carne, o mundo e o demônio; é espada que mata todo o pecado".
São Lourenço de Brindes, rogai por nós!
Hoje: Dia Internacional do Trabalho Doméstico
Leituras
Primeira Leitura (Êxodo 19,1-2.9-11.16-20)
No terceiro mês depois de sua saída do Egito, naquele dia, os israelitas entraram no deserto do Sinai. Tendo partido de Rafidim, chegaram ao deserto do Sinai, onde acamparam. Ali se estabeleceu Israel em frente ao monte. Então o Senhor lhe disse: “Eis que me vou aproximar de ti na obscuridade de uma nuvem, a fim de que o povo ouça quando eu te falar, e para que também confie em ti para sempre.” E Moisés referiu as palavras do povo ao Senhor, o qual lhe disse: “Vai ter com o povo, e santifica-o hoje e amanhã. Que lavem as suas vestes e estejam prontos para o terceiro dia, porque, depois de amanhã, o Senhor descerá à vista de todo o povo sobre o monte Sinai.
Na manhã do terceiro dia, houve um estrondo de trovões e de relâmpagos; uma espessa nuvem cobria a montanha e o som da trombeta soou com força. Toda a multidão que estava no acampamento tremia. Moisés levou o povo para fora do acampamento ao encontro de Deus, e pararam ao pé do monte.
18 Todo o monte Sinai fumegava, porque o Senhor tinha descido sobre ele no meio de chamas; o fumo que subia do monte era como a fumaça de uma fornalha, e toda a montanha tremia com violência. O som da trombeta soava ainda mais forte; Moisés falava e os trovões divinos respondiam-lhe.
O Senhor desceu sobre o cume do monte Sinai; e chamou Moisés ao cume do monte. Moisés subiu.
— Palavra do Senhor.
— Graças a Deus.
Salmo Dn 3
A vós louvor, honra e glória eternamente!
Sede bendito, Senhor Deus de nossos pais.
A vós louvor, honra e glória eternamente!
Sede bendito, nome santo e glorioso.
A vós louvor, honra e glória eternamente!
No templo santo onde refulge a vossa glória eternamente!
E em vosso trono de poder vitorioso.
A vós louvor, honra e glória eternamente!
Sede bendito, que sondais as profundezas.
A vós louvor, honra e glória eternamente!
E superior aos querubins vos assentais.
A vós louvor, honra e glória eternamente!
Sede bendito no celeste firmamento.
A vós louvor, honra e glória eternamente!
Obras todas do Senhor, glorificai-o.
A ele louvor, honra e glória eternamente!
Evangelho (Mateus 13,10-17)
Naquele tempo, os discípulos aproximaram-se dele, então, para dizer-lhe: "Por que lhes falas em parábolas?" Respondeu Jesus: "Porque a vós é dado compreender os mistérios do Reino dos céus, mas a eles não.
Ao que tem, se lhe dará e terá em abundância, mas ao que não tem será tirado até mesmo o que tem. Eis por que lhes falo em parábolas: para que, vendo, não vejam e, ouvindo, não ouçam nem compreendam.
Assim se cumpre para eles o que foi dito pelo profeta Isaías: ´Ouvireis com vossos ouvidos e não entendereis, olhareis com vossos olhos e não vereis, porque o coração deste povo se endureceu: taparam os seus ouvidos e fecharam os seus olhos, para que seus olhos não vejam e seus ouvidos não ouçam, nem seu coração compreenda; para que não se convertam e eu os sare´. Mas, quanto a vós, bem-aventurados os vossos olhos, porque vêem! Ditosos os vossos ouvidos, porque ouvem!
Eu vos declaro, em verdade: muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes e não o viram, ouvir o que ouvis e não ouviram".
— Palavra da Salvação.
— Glória a vós, Senhor!
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Falando a linguagem do povão...
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Os discípulos percebem que o Mestre gosta de contar parábolas para o povo mais simples, mas quando é com eles a conversa muda de figura. Jesus, o evangelizador por excelência tem essa pedagogia fascinante que consegue atrair as pessoas, porque faz comparações com coisas do quotidiano em relação ao Reino de Deus, e daí a compreensão fica bem mais fácil.
Entrar na Vida das pessoas para fazer o anúncio, é respeitar o jeito de pensar delas, seu nível cultural, seu jeito de viver, isso se chama Inculturação, algo que muitas vezes falta aos nossos pregadores e evangelizadores missionários. Jesus fala a cada um no modo que ele consiga compreender, se está na cidade vai falar de mercador de jóias, se está á beira mar vai falar de barco e de peixes, se está no campo vai falar da semente e assim por diante.
Mas para os discípulos que são íntimos, e com quem convive, ele fala as claras e vai proclamá-los benditos porque, não só ouvem mas vêem...
A vida do homem tocado pela Graça de Deus, pelo dom da Fé que provém da Palavra. Muda completamente porque ele vê com outros olhos. Podemos dizer o mesmo das nossas comunidades cristãs que semanalmente se reúnem para ouvir a Santa Palavra de Deus, receberem a Ceia Eucarística. Quanta Graça e Beleza nessa vida de comunhão com Jesus, quanto privilégio estar na Vida Dele e Ele na nossa.
Por outro lado, aumenta também a nossa responsabilidade, esse Jesus Cristo, Nosso Deus e Senhor, que vamos louvando pela Vida, não é algo particular nosso e muito menos da comunidade, mas somos anunciadores, as testemunhas, os Porta Vozes colocados como instrumentos, para que outros façam também essa experiência de conhecer o Senhor....Mas sempre usando a linguagem da simplicidade, exatamente como Jesus fazia...
O ensinamento do Senhor é simples, nós é que as vezes complicamos demais, dificultando a compreensão dos irmãos e irmãs mais simples..
2. Jesus veio para buscar o que estava perdido
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Esta explicação sobre o porque falar em parábolas, com um teor acentuadamente excludente, parece ser uma elaboração tardia das comunidades em conflito com os fariseus, porém atribuída a Jesus. O falar em parábolas para que não enxerguem, não escutem, não entendam, e não se convertam, tem algo de contraditório. O mesmo se pode dizer da sentença "a quem tem será dado... a quem não tem será tirado..." típica de uma sociedade de privilegiados, sendo impróprio pensar em transpô-la para o ter ou não ter a fé.
Em oposição, proclama-se a bem-aventurança dos olhos que vêm e dos ouvidos que ouvem, dirigida àqueles que se fizeram discípulos de Jesus. Jesus veio para buscar o que estava perdido e veio para que todos tenham vida.
3. O MODO CONVENIENTE DE ENSINAR
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Aparentemente, as parábolas parecem ser um modo inconveniente de ensinar. Jesus mesmo explica que fala em parábolas para que "olhando, não vejam e, embora ouvindo, não escutem nem compreendam". Se a finalidade da pregação era instruir os ouvintes, por que escolher um a maneira difícil de falar, de forma que o sentido das palavras não seria imediatamente captado? Qual terá sido a intenção de Jesus, ao optar por esta forma de ensinamento?
No Evangelho aparecem duas categorias de pessoas: a multidão e os discípulos. A multidão é formada por quem ouve Jesus por simples curiosidade, ou, pior ainda, com prevenção contra ele. A falta de uma prévia abertura para o Mestre impede-a de captar o sentido de seus ensinamentos. Resultado: a multidão permanece na superficialidade das palavras, como se tivesse tapado os ouvidos, e fechado os olhos, tornando-se incapaz de compreender e de se converter a Jesus. Para ela, as parábolas eram desprovidas de sentido.
Já os discípulos, por sua adesão sincera ao Mestre, estão aptos para conhecer os mistérios do Reino revelados nas parábolas. Ou seja, seus olhos vêem, e seus ouvidos ouvem. Para eles as parábolas atingem seu objetivo, e, deste modo, revelam-se como o modo mais conveniente de ensinar.
Jesus declara-os bem-aventurados por terem uma sorte bem diferente daquela da multidão. Eles experimentam o que os antigos profetas e justos ansiaram por experimentar.