São Luís Orione
Quarta-feira, 25 de outubro de 2011
O Papa João Paulo II, em 1980, colocou diante dos nossos olhos um grande exemplo de santidade expressa na caridade: Luís Orione.
Nasceu em Pontecurone, um pequeno município na Diocese de Tortona, no Norte da Itália, no dia 23 de junho de 1872. Bem cedo percebeu o chamado do Senhor ao sacerdócio. Ao entrar no Oratório, em Turim, recebeu no coração as palavras de São Francisco de Sales lançadas pelo amado São João Bosco: "Um terno amor ao próximo é um dos maiores e excelentes dons que a Divina Providência pode conceder aos homens".
Concluiu o ginásio, deixou o Oratório Salesiano, voltou para casa e depois entrou no seminário onde cursou filosofia, teologia, até chegar ao sacerdócio que teve como lema: "Renovar tudo em Cristo".
Luís Orione, sensível aos sofrimentos da humanidade, deixou-se guiar pela Divina Providência a fim de aliviar as misérias humanas.
Sendo assim, dedicou-se totalmente aos doentes, necessitados e marginalizados da sociedade. Também fundou a Congregação da "Pequena Obra da Divina Providência". Em 1899, Dom Orione deu início a mais um Ramo da nova Congregação: os "Eremitas da Divina Providência".
Em 1903, Dom Orione recebeu a aprovação canônica aos "Filhos da Divina Providência", Congregação Religiosa de Padres, Irmãos e Eremitas da Família da Pequena Obra da Divina Providência. A Congregação e toda a Família Religiosa propunha-se a "trabalhar para levar os pequenos os pobres e o povo à Igreja e ao Papa, mediante obras de caridade".
Dom Orione teve atuação heróica no socorro às vítimas dos terremotos de Reggio e Messina (1908) e da Marsica (1915). Por decisão do Papa São Pio X, foi nomeado Vigário Geral da Diocese de Messina por 3 anos. Vinte anos depois da fundação dos "Filhos da Divina Providência", em 1915, surgiu como novo ramo a Congregação das "Pequenas Irmãs Missionárias da Caridade", Religiosas movidas pelo mesmo carisma fundacional.
O zelo missionário de Dom Orione cedo se manifestou com o envio de missionários ao Brasil em 1913 e, em seguida, à Argentina, ao Uruguai e diversos países espalhados pelo mundo. Dom Orione esteve pessoalmente como missionário, duas vezes, na América Latina: em 1921 e nos anos de 1934 a 1937, no Brasil, na Argentina e no Uruguai, tendo chegado até ao Chile. Foi pregador popular, confessor e organizador de peregrinações, de missões populares e de presépios vivos. Grande devoto de Nossa Senhora, propagou de todos os modos a devoção mariana e ergueu santuários, entre os quais o de Nossa Senhora da Guarda em Tortona e o de Nossa Senhora de Caravaggio; na construção desses santuários será sempre lembrada a iniciativa de Dom Orione de colocar seus clérigos no trabalho braçal ao lado dos mais operários civis.
Em 1940, Dom Orione atacado por graves doenças de coração e das vias respiratórias foi enviado para Sanremo. E ali, três dias depois de ter chegado, morreu no dia 12 de Março, sussurrando suas últimas palavras: "Jesus! Jesus! Estou indo."
Vinte e cinco anos depois, em 1965, seu corpo foi encontrado incorrupto e depositado numa urna para veneração pública, junto ao Santuário da Guarda, em Sanremo na Itália.
O Papa Pio XII o denominou "pai dos pobres, benfeitor da humanidade sofredora e abandonada" e o Papa João Paulo II depois de tê-lo declarado beato em 26 de outubro de 1980, finalmente o canonizou em 16 de maio de 2004.
São Luís Orione, rogai por nós!
Hoje: Dia do Matemático
Leituras
Primeira Leitura (Romanos 8,26-30)
Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
Outrossim, o Espírito vem em auxílio à nossa fraqueza; porque não sabemos o que devemos pedir, nem orar como convém, mas o Espírito mesmo intercede por nós com gemidos inefáveis.
E aquele que perscruta os corações sabe o que deseja o Espírito, o qual intercede pelos santos, segundo Deus. Aliás, sabemos que todas as coisas concorrem para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são os eleitos, segundo os seus desígnios. Os que ele distinguiu de antemão, também os predestinou para serem conformes à imagem de seu Filho, a fim de que este seja o primogênito entre uma multidão de irmãos.
E aos que predestinou, também os chamou; e aos que chamou, também os justificou; e aos que justificou, também os glorificou.
Salmo 12/13
Senhor, eu confiei na vossa graça!
Olhai, Senhor, meu Deus, e respondei-me!
Não deixeis que se me apague a luz dos olhos
e se fechem, pela morte, adormecidos!
Que o inimigo não me diga: 'Eu triunfei!'
Nem exulte o opressor por minha queda.
Uma vez que confiei no vosso amor,
meu coração, por vosso auxílio, rejubile
e que eu vos cante pelo bem que me fizestes!
Evangelho (Lucas 13,22-30)
Naquele tempo, sempre em caminho para Jerusalém, Jesus ia atravessando cidades e aldeias e nelas ensinava. Alguém lhe perguntou: "Senhor, são poucos os homens que se salvam?" Ele respondeu: "Procurai entrar pela porta estreita; porque, digo-vos, muitos procurarão entrar e não o conseguirão.
Quando o pai de família tiver entrado e fechado a porta, e vós, de fora, começardes a bater à porta, dizendo: ´Senhor, Senhor, abre-nos´, ele responderá: ´Digo-vos que não sei de onde sois´. 26 Direis então: ´Comemos e bebemos contigo e tu ensinaste em nossas praças´. Ele, porém, vos dirá: ´Não sei de onde sois; apartai-vos de mim todos vós que sois malfeitores´.
Ali haverá choro e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacó e todos os profetas no Reino de Deus, e vós serdes lançados para fora. Virão do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e sentar-se-ão à mesa no Reino de Deus. Há últimos que serão os primeiros, e há primeiros que serão os últimos".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "Caminho largo e caminho apertado"
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
___Hei São Lucas, dá para o Senhor nos ajudar nessa reflexão ? Esse negócio de caminho largo e caminho estreito às vezes é mal interpretado. Tem gente achando que o caminho estreito é só o do pobre, que não é parafuso, mas anda sempre "apertado" e o largo é o dos ricos, que deita e rola, sem nenhuma preocupação...
___Bom, no meio de vocês aí desse tempo presente, o que é uma pessoa "Folgada"?
___Ah... Nem me diga, e como tem gente folgada, as vezes até na comunidade, são os que agem sempre de acordo com suas vontades e conveniências, burlando normas e regulamentos, driblando a legislação, vivendo de "quebra galho", sem compromisso com nada, e olhe que tem muito cristão assim, uns Folgadão, que nunca querem nada com nada...
___Está vendo? Já temos aí o que é o caminho largo, é a religião do descompromisso, das conveniências, do Deus que dá saúde, dinheiro e prosperidade, sem exigir nada, é a religião onde ética e moral não são necessárias, é a religião do "aqui e agora", curtir a vida com todos os seus prazeres, de maneira egoísta, sempre na base do "Cada um por si, Deus por todos". Esse é um caminho atraente, e que faz o maior sucesso, trazendo grandes multidões para percorrê-lo, veja alguns templos sempre lotados...
___Então o caminho estreito seria o que?
___O contrário do caminho largo, amar o outro, viver para o outro, preocupar-se com o outro, ser Igreja e não apenas IR à igreja, vestir a camisa do cristianismo, revestir-se de Jesus Cristo e percorrer o mesmo caminho que ele percorreu, mesmo sabendo que há uma cruz a ser carregada, símbolo e sinal do esvaziamento e da doação total pelo outro. Não é uma grande multidão que procura esse caminho...
___Também pudera, com um marketing negativo desse? Quem é que vai querer?
___Pois é, por isso que Jesus sempre comparou o Reino a coisa pequena, insignificante, quem prefere o caminho largo é um "Maria vai com as outras", Cristão de meia tigela, sem convicção, freqüentador de igreja, católico tradicional, sem compromisso com a Palavra do Evangelho, vive de qualquer jeito e faz qualquer coisa e depois quer pousar de "bonzinho" na comunidade, na pastoral, no movimento e na Fila da comunhão...
___Mas no final, como é que fica essa história?
___Bom a turma de cristãos folgados, sem compromisso com a ética e a moral, e com os ensinamentos do evangelho, vão querer entrar na comunhão plena quando o Reino vier e se tornar visível, mas daí serão todos desmascarados, porque, diante das pessoas o que conta é a aparência, mas diante de Deus o que vale mesmo é o coração e as entranhas... E os folgados irão dar com, o "nariz na porta", pois Deus é inacessível á quem vive um Cristianismo só de aparências...
2. Filhos de Abraão
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
O texto deste evangelho de Lucas é formado por uma coleção articulada de fragmentos de parábolas que são encontrados dispersos em Mateus, tendo como tema comum a salvação. Segundo a tradição do Primeiro Testamento, a salvação era reservada ao povo de Israel, que se considerava povo eleito enquanto "filhos de Abraão". Jesus aponta outro critério. É o entrar pela porta estreita, para ter acesso à casa onde se dá o verdadeiro banquete.
A porta estreita é a porta dos pobres e excluídos, na qual se entra pela prática da justiça, em oposição à iniqüidade que vem sendo praticada pelos que, sob a aparência de piedosos, se entregam à ambição do dinheiro e do poder.
São os povos do oriente e do ocidente, do norte e do sul que, acolhendo Jesus, precederão os filhos de Abraão no Reino de Deus.
3. A FALSA SEGURANÇA
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
Jesus recusa-se a entrar na discussão casuística sobre quem se salvará, por considerá-la inútil. Importante para ele era empenhar-se, com sinceridade, por viver uma vida agradável a Deus, e assim, ser acolhido por ele, no final da caminhada terrena.
As palavras do Mestre são uma denúncia contra aqueles que se iludem pensando ter garantido uma vaga no céu, quando, de fato, estão vagando longe da salvação. "Comemos e bebemos na tua presença, e tu ensinaste nas nossas praças" dizem os que se iludem pensando que, no Reino de Deus, tem valor evocar determinadas procedências étnicas, práticas religiosas ou formação cultural como privilégios para se ingressar nele.
É a falsa segurança dos judeus, mormente, dos fariseus. Mas pode ser também a falsa segurança da comunidade cristã. Sem a prática da justiça e da caridade, sem um amor entranhado ao semelhante, de nada valerá evocar, diante de Deus, a condição de cristão para se ingressar no Reino. Se neste existem privilegiados, estes são os pobres, os marginalizados, os oprimidos, os desclassificados. Ou seja, os que estão reduzidos a uma condição tão deplorável, a ponto de não conseguirem voltar-se para Deus, a fim de exigir dele a salvação. Quiçá, no seu entender, a salvação esteja fora de seus horizontes. Para que preocupar-se com ela?
Quem se considera privilegiado, não procurando vivenciar o amor, será expulso do Reino; ao passo que os últimos serão acolhidos pelo Senhor.