São Marcelino

Quarta-feira, 06 de abril de 2011


Ocupou um cargo eminente no Império Romano entre os séculos IV e V, tanto que o imperador Honório o enviou para a África, em Cartago, devido a uma confusão com os donatistas, que ensinavam que a eficácia dos sacramentos dependia da santidade dos ministros.

Marcelino se aconselhou com seu amigo, Santo Agostinho, que era bispo de Hipona. E juntos, buscaram o bem comum e a paz para aquela cidade.

O santo de hoje foi mártir. Os donatistas vendo nele um entrave para os interesses pessoais, mandaram assassiná-lo.

Pai de família, São Marcelino é exemplo para quem quer doar-se pela verdade e pela justiça.

São Marcelino, rogai por nós!

[CANÇÃO NOVA]

Quarta Semana da Quaresma - 4ª Semana do Saltério (Livro II) - cor Litúrgica Roxa


Santos: Cento e vinte Mártires da Pérsia, Marcelino (mártir), Celestino (papa), Eutíquio (bispo), Prudêncio (bispo), Nodegar ou Notero o Gago (beato), Guilherme de Eskill (abade), Catarina de Pallanza (virgem e beata), Diógenes

Antífona: A vós, Senhor, minha oração dirijo, no tempo em que me ouvis; respondei-me, ó Deus, com a largueza de vossa misericórdia e com a verdade de vossa salvação. (Sl 68, 14)

Oração do Dia: Ó Deus, que recompensais os méritos dos justos e perdoais aos pecadores que fazem penitência, sede misericordioso para conosco. Fazei que a confissão de nossas culpas alcance o vosso perdão. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na Unidade do Espírito Santo.


Leituras

I Leitura: Isaías (Is 49, 8-15)

O Cântico do Servo

Isto diz o Senhor: "Eu atendo teus pedidos com favores e te ajudo na obra de salvação; preservei-te para seres elo de aliança entre os povos, para restaurar a terra, para distribuir a herança dispersa; para dizer aos que estão presos: 'Saí!' e aos que estão nas trevas: 'Mostrai-vos'. E todos se alimentam pelas estradas e até nas colinas estéreis se abastecem; não sentem fome nem sede, não os castiga nem o calor nem o sol, porque o seu protetor toma conta deles e os conduz às fontes da água. Farei de todos os montes uma estrada e os meus caminhos serão nivelados.

Eis que estão vindo de longe, uns chegam do norte e do lado do mar, e outros, da terra de Sinim. Louvai, ó céus, alegra-te, terra; montanhas, fazei ressoar o louvor, porque o Senhor consola o seu povo e se compadece dos pobres.

Disse Sião: 'O Senhor abandonou-me, o Senhor esqueceu-se de mim!' Acaso pode a mulheres esquecer-se do filho pequeno, a ponto de não ter pena do fruto de seu ventre? Se ela se esquecer, eu, porém, não me esquecerei de ti". Palavra do Senhor!

Comentando a I Leitura

Preservei-te para seres elo de aliança entre os povos

Há um tempo particular; no qual Deus decide intervir. Esta intervenção, apesar das aparências, não estará na ordem da providência "normal", pela qual Deus "dá o sustento a todos os que lho podem" e enche de bênçãos todo ser vivo. Israel distingue-se dos outros povos, não porque receba mais do que eles os bens da terra. A terra de Israel não deixa nunca de ser uma terra "prometida". Israel faz experiência exatamente de ser o guarda dessa promessa. Muitas vezes, as profecias alongam-se em descrever os bens que serão dados a Israel, mas estes bens são como o sal que o pastor promete à ovelha, para trazê-la consigo por montes e vales rumo ao pasto. Este jogo de sempre prometer sal e de tê-lo sempre em mãos pode parecer em certos momentos uma zombaria, mas ai das ovelhas se o jogo cessasse! Ai delas se o pastor se desinteressasse pelo rebanho! Isto não acontecerá. O Senhor não se esquece. O Senhor está perto (Salmo). Deus tira Israel de sua tranquilidade para depois caminhar à sua frente. Ao segui-lo. Israel vê o próprio caminho e torna-se livre. [MISSAL COTIDIANO. ©Paulus, 1997]


Salmo: 144 (145), 8-9.13cd-14.17-18 (R/.8a)

Misericórdia e piedade é o Senhor

Misericórdia e piedade é Senhor, ele é amor, é paciência, e compaixão. O Senhor é muito bom para com todos, sua ternura abraça toda criatura.

O Senhor é amor fiel em sua palavra, dé santidade em toda obra que ele faz. Ele sustenta todo aquele que vacila e levanta todo aquele que tombou.

É justo o Senhor em seus caminhos, é santo em toda obra que ele faz. Ele está perto da pessoa que o invoca, de todo aquele que o invoca lealmente.


Evangelho: João (Jo 5, 17-30)

Discurso sobre a obra do Filho

Naquele tempo, Jesus respondeu aos judeus: "Meu Pai trabalha sempre, portanto também eu trabalho". Então, os judeus ainda mais procuravam matá-lo, porque, além de violar o sábado, chamava Deus o seu Pai, fazendo-se, assim, igual a Deus.

Tomando a palavra, Jesus disse aos judeus: "Em verdade, em verdade vos digo, o Filho não pode fazer nada por si mesmo; ele faz apenas o que vê o Pai fazer. O que o Pai faz, o Filho o faz também. O Pai ama o Filho e lhe mostra tudo o que ele mesmo faz. E lhe mostrará obras maiores ainda, de modo que ficareis admirados. Assim como o Pai ressuscita os mortos e lhes dá a vida, o Filho também dá a vida a quem ele quer. De fato, o Pai não julga ninguém, mas ele deu ao Filho o poder de julgar, para que todos honrem o Filho, assim como honram o Pai. Quem não honra o Filho, também não honra o Pai que o enviou.

Em verdade, em verdade vos digo, quem ouve a minha palavra e crê naquele que me enviou, possui a vida eterna. Não será condenado, pois já passou da morte para a vida. Em verdade, em verdade, eu vos digo: está chegando a hora, e já chegou, em que os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem, viverão. Porque, assim como o Pai possui a vida em si mesmo, do mesmo modo concedeu ao Filho possuir a vida em si mesmo. Além disso, deu-lhe o poder de julgar, pois ele é o Filho do Homem.

Não fiqueis admirados com isso, porque vai chegar a hora, em que todos os que estão nos túmulos ouvirão a voz do Filho e sairão: aqueles que fizeram o bem, ressuscitarão para a vida; e aqueles que praticaram o mal, para a condenação. Eu não posso fazer nada por mim mesmo. Eu julgo conforme o que escuto, e meu julgamento é justo, porque não procuro fazer a minha vontade, mas a vontade daquele que me enviou". Palavra da Salvação!

Comentário do Evangelho

Procuravam matá-lo

O ódio crescente contra Jesus e a decisão de matá-lo tinha uma razão bem clara: sua pretensão de fazer-se igual a Deus. Isto se deduzia da liberdade com que trabalhava em dia de sábado. Segundo a teologia da época, só Deus trabalha em dia de sábado para garantir a subsistência da criação e da vida sobre a face da Terra. Os sinais realizados por Jesus, em dia de sábado, tinham características semelhantes, pois estavam estreitamente relacionados com a recuperação da vida.

Nos seus ensinamentos, Jesus jamais chamou-se de “Deus”. De fato, sempre falou do Pai, a cuja vontade estava submetido, do qual viera e para o qual voltaria, que o enviou com a missão de restaurar a existência humana corrompida pelo pecado. Sua palavra era perpassada pela consciência de ser Filho. Nunca pretendeu usurpar o lugar do Pai; antes, soube colocar-se no seu devido lugar até o último momento, quando exclamou: “Pai, em tuas mãos entrego o meu espírito!”.

Jesus, porém, tinha consciência de ser o caminho de encontro com o Pai. Quem acolhesse suas palavras, estaria acolhendo as palavras do Pai. Crer nele comportava crer no Pai. Honrá-lo corresponderia a honrar o Pai. Pelo contrário, rejeitá-lo significava rejeitar o Pai.

A teologia rígida dos adversários de Jesus não podia suportar tamanha ousadia. A decisão de matá-lo foi o expediente extremo para eliminar uma pessoa incômoda. [O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Jaldemir Vitório, ©Paulinas]