São Maurício e companheiros mártires

Quinta-feira, 22 de setembro de 2011


Hoje Roma, muitas vezes é chamada de Cidade Eterna, onde encontramos a Cátedra de São Pedro, ocupada pelo atual Papa Bento XVI.

Roma é considerada pelos católicos como sinal visível do Sacramento Universal da Salvação, a Igreja; porém, para que isto ocorresse, muitos mártires deram a vida para "comprarem" com o sangue a vitória do Cristianismo sobre o Império Romano, que em 381 dobrou os joelhos diante do verdadeiro Deus e verdadeiro homem: Jesus Cristo.

São Maurício e companheiros faziam parte da tropa dos valentes guerreiros e mártires do Senhor, que estiveram envolvidos no massacre da Legião Tebana. O imperador Diocleciano, precisando combater as tropas que ameaçavam o Império no Oriente, foi ao amigo Maximiano para que o mesmo organizasse um forte exército. Tendo feito progresso, o imperador mandou que o exército parasse para descansar e oferecer sacrifícios aos deuses em sinal de agradecimento.

Imediatamente os soldados cristãos se opuseram a tal ordem: "Somos teus soldados e não menos servidores de Deus. Sabemos perfeitamente a nossa obrigação como militares, mas não nos é lícito atraiçoar o nosso Deus e Senhor. Estamos prontos a obedecer a tudo que não contrarie a lei de Jesus Cristo."

Começaram a matar parte deste grupo e o oficial Maurício com seus companheiros foram os que mais se destacaram pois acolheram, por amor e fé em Jesus Cristo, a palma do martírio, dando assim, o mais perfeito testemunho.

Providencialmente, ou seja, como sinal da grande fidelidade destes cristãos, o local à beira do Rio Ródano ficou conhecido como Martigny, nome que deriva de mártir. Este fato ocorreu por volta do ano 286, e é certo que no século seguinte foi elevada uma basílica no lugar da execução e que, no ano 520, Sigismundo, rei da Borgonha, construiu lá um mosteiro que subsiste ainda e deu origem à cidade de São Maurício na Suíça.

São Maurício e companheiros, rogai por nós!


Hoje: Data Nacional da Juventude do Brasil, Dia do Contador , Dia do Ciclista, Dia Mundial sem Carro


Leituras

Primeira Leitura (Ageu 1,1-8)
Início da profecia de Ageu.

No segundo ano do reinado de Dario, no primeiro dia do sexto mês, a palavra do Senhor foi dirigida pelo profeta Ageu ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Salatiel, e ao sumo sacerdote Josué, filho de Josedec, nestes termos: "Eis o que diz o Senhor dos exércitos: ´este povo diz: não é ainda chegado o momento de reconstruir a casa do Senhor´".

E a palavra do Senhor foi transmitida pelo profeta Ageu: "É então o momento de habitardes em casas confortáveis, estando esta casa em ruínas? Eis o que declara o Senhor dos exércitos: considerai o que fazeis!

Semeais muito e recolheis pouco; comeis e não vos saciais; bebeis e não chegais a apagar a vossa sede; vestis, mas não vos aqueceis; e o operário guarda o seu salário em saco roto!

Assim fala o Senhor dos exércitos: refleti no que fazeis! Subi a montanha, trazei madeira e reconstruí a minha casa; ela me será agradável e nela serei glorificado, - oráculo do Senhor".


Salmo 149

O Senhor ama seu povo de verdade.

Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
e o seu louvor na assembléia dos fiéis!
Alegre-se Israel em Quem o fez,
e Sião se rejubile no seu Rei!

Com danças glorifiquem o seu nome,
toquem harpa e tambor em sua honra!
Porque, de fato, o Senhor ama seu povo
e coroa com vitória os seus humildes.

Exultem os fiéis por sua glória,
e cantando se levantem de seus leitos;
com louvores do Senhor em sua boca
eis a glória para todos os seus santos.


Evangelho(Lucas 9,7-9)

Naqueles dias, O tetrarca Herodes ouviu falar de tudo o que Jesus fazia e ficou perplexo. Uns diziam: "É João que ressurgiu dos mortos"; outros: "É Elias que apareceu"; e ainda outros: "É um dos antigos profetas que ressuscitou". Mas Herodes dizia: "Eu degolei João. Quem é, pois, este, de quem ouço tais coisas?" E procurava ocasião de vê-lo.


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Herodes ouviu falar de Jesus...

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Ontem, hoje e sempre, há pessoas que ouvem falar de Jesus e ficam encantadas, alguns sentem um grande entusiasmo, mas não o seguem, outros se tornam discípulos porque permite que Jesus passe a fazer parte de sua vida, um exemplo bonito é o de Zaqueu, que não mediu esforço para conhecer Jesus, deixou de lado o seu status e poder e até subiu em uma árvore, resultado; Jesus o acolheu e entrou na sua vida.

O tetrarca Herodes também ouviu falar de Jesus, mas quanta diferença em relação a Zaqueu, enquanto que este último se alegrou, o poderoso Herodes, ao contrário, ficou apreensivo e muito preocupado, simplesmente porque percebeu que o Mestre de Nazaré, não estava sob seu controle e portanto, não era tão poderoso como pensava.

"Eu degolei a João Batista, quem é este de que ouço falar". Herodes, como todo homem arrogante e prepotente, achava-se o centro do universo, e nada poderia acontecer sem a sua permissão ou desejo. Queria de fato ver e conhecer Jesus, mas para poder manipulá-lo, ditar-lhes as normas, enfim tê-lo sob controle e domínio. É a miséria humana querendo abarcar a grandeza de Deus, é o homem do nosso tempo, querendo enquadrar Deus, Jesus e o seu evangelho, em alguma categoria humana, às vezes até a Instituição quer ser a Dona do Mistério e da Salvação, dominando Jesus de Nazaré, determinando-lhe coisas, naturalmente sempre em proveito próprio.

Muitas vezes o homem da pós-modernidade também ouve falar de Jesus e tem até o desejo de conhecê-lo e colocá-lo entre os seus principais bens de consumo, Jesus o Filho de Deus, Nosso Único Deus e Senhor, Aquele que tem sob seu domínio todas as coisas, seres e criaturas, torna-se o Deus da Conveniência, dos favores especiais, monopólio de alguém, de um grupo ou de uma Igreja ou Religião. É a Religião das Desilusões, que mais cedo ou mais tarde será desmascarada juntamente com todos os seus ilusionistas.

Herodes teve a oportunidade de ver Jesus, no Pretório quando os Sumo Sacerdotes o levaram até ele, entretanto, não quis acreditar naquele Deus esmagado, humilhado pelos seus, e entregue á própria sorte. Quando Deus se desarma e vem até nós para servir, ficamos desconcertados e não percebemos que a Força do seu poder está no amor. Herodes não compreendeu isso, e a maioria dos Homens da Pós modernidade, também nunca entenderá.

2. Herodes

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

A narrativa da execução de João Batista é feita com bastantes detalhes e simbolismos no evangelho de Marcos. Ela é apresentada mais brevemente em Mateus. E, aqui em Lucas, resume-se a uma simples frase de Herodes.

Jesus por sua prática inovadora e libertadora é foco de atenção de todos. Alguém com tal destaque sempre desperta interrogações sobre sua identidade e suas origens. Assim seria também sobre o messias esperado em Israel. É visto como uma figura misteriosa, possuidora de algum segredo. Herodes "ouve falar" e procura "ver" Jesus. Contudo é mera curiosidade, depois transformada em condenação.

Entre o povo eram diversas as opiniões sobre quem era Jesus. Uns o associavam a alguma figura libertadora da tradição de Israel, tais como Elias e os antigos profetas. E havia os que o associavam ao recente profeta, martirizado por Herodes, João Batista, com o qual o anúncio de Jesus tinha muita afinidade.

Estas identificações apontam para o caráter libertador do anúncio de Jesus. Contudo, não existe grande segredo quanto a "quem é este".

Jesus, em sua simplicidade, desorienta os sábios e entendidos, principalmente em Israel, que passam a considerá-lo cheio de mistérios e segredos. Porém entre os humildes e simples de coração ele é reconhecido.

3. UM MALVADO PERPLEXO

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A simples evocação do nome de Herodes é motivo de apreensão. Filho mais novo de Herodes, o Grande, governou com o título de tetrarca. Popularmente, era chamado de rei. Indivíduo astuto, ambicioso, amante do luxo e do prazer. Violento como o pai. Foi ele quem mandou prender e degolar João Batista, por ter-lhe censurado a injustiça cometida contra seu próprio irmão, cuja mulher tomara por esposa.

Herodes é uma pessoa a quem os milagres de Jesus deixa perplexo. Por quê? Supersticioso como era, poderia estar pensando que o Mestre fosse a reencarnação de João Batista, com a possibilidade de ser castigado pelo mal cometido contra ele. Se fosse Elias, seria sinal da consumação dos tempos, quando o Senhor viria para fazer a humanidade passar pelo crivo da sua justiça. Caso fosse um dos antigos profetas ressuscitados era de se esperar a realização das antigas esperanças de Israel. Nenhuma destas explicações deixava Herodes tranqüilo. As notícias a respeito de Jesus superavam todos esses esquemas messiânico-escatológicos.

A compreensão de Jesus e da sua ação dependem de um envolvimento pessoal com ele e da disposição de acolher sua mensagem, deixando-se transformar por ela. Em outras palavras, é preciso ter fé.

Exatamente isto é que faltava a Herodes, com relação a Jesus. Desejar vê-lo por mera curiosidade ou pseudo-interrogações não basta para conhecer quem ele, de verdade, é.