Hoje a igreja celebra: São Narciso
29-10-2013 — São Narciso
O santo de hoje, São Narciso, foi Bispo de Jerusalém e, quando se deu tal fato, devia ter quase cem anos de idade. Narciso não era judeu e teria nascido no ano 96. Homem austero, penitente, humilde, simples e puro, sabe-se que presidiu com Teófilo de Cesareia a um concílio onde foi aprovada a determinação de se celebrar sempre a Páscoa num Domingo.
Eusébio narra que em certo dia de festa, em que faltou o óleo necessário para as unções litúrgicas, Narciso mandou vir água de um poço vizinho, e com sua bênção a transformou em óleo. Conta também as circunstâncias que levaram Narciso a demitir-se das suas funções.
Para se justificarem de um crime, três homens acusaram o Bispo Narciso de certo ato infame. "Que me queimem vivo – disse o primeiro – se eu minto". "E a mim, que me devore a lepra", disse o segundo. "E que eu fique cego", acrescentou o terceiro. O desgosto de ser assim caluniado despertou em Narciso o seu antigo desejo pelo recolhimento e, por isso, sem dizer para onde ia, perdoou os caluniadores e saiu de Jerusalém em direção ao deserto. Considerando-o definitivamente desaparecido, deram-lhe por sucessor a Dio, ao qual por sua vez sucederam Germânio e Górdio. Todavia, os três caluniadores não tardaram a sofrer os castigos que em má hora tinham invocado, pois o primeiro pereceu num incêndio com todos os seus, o segundo morreu de lepra e o terceiro cegou à força de tanto chorar o seu pecado.
Alguns anos depois, Narciso reapareceu na cidade episcopal. Nunca tinha sido posta em dúvida a santidade do seu procedimento.; por isso, foi com imensa alegria que Jerusalém recebeu seu antigo pastor. Segundo diz Eusébio, continuou Narciso a governar a diocese até a idade de 119 anos, auxiliado por um coadjutor chamado Alexandre. Faleceu cerca do ano de 212.
São Narciso, rogai por nós!
Hoje:
Leituras
Primeira Leitura(Romanos 8,18-25) Leitura da carta de são Paulo aos Romanos.
Tenho para mim que os sofrimentos da presente vida não têm proporção alguma com a glória futura que nos deve ser manifestada.Por isso, a criação aguarda ansiosamente a manifestação dos filhos de Deus.
Pois a criação foi sujeita à vaidade (não voluntariamente, mas por vontade daquele que a sujeitou),todavia com a esperança de ser também ela libertada do cativeiro da corrupção, para participar da gloriosa liberdade dos filhos de Deus.
Pois sabemos que toda a criação geme e sofre como que dores de parto até o presente dia.Não só ela, mas também nós, que temos as primícias do Espírito, gememos em nós mesmos, aguardando a adoção, a redenção do nosso corpo.
Porque pela esperança é que fomos salvos. Ora, ver o objeto da esperança já não é esperança; porque o que alguém vê, como é que ainda o espera? Nós que esperamos o que não vemos, é em paciência que o aguardamos.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo responsorial125/126
Maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!
Quando o Senhor reconduziu nossos cativos, parecíamos sonhar; encheu-se de sorriso nossa boca, nossos lábios, de canções.
Entre os gentios se dizia: "Maravilhas fez com eles o Senhor!" Sim, maravilhas fez conosco o Senhor, exultemos de alegria!
Mudai a nossa sorte, ó Senhor, como torrentes no deserto. Os que lançam as sementes entre lágrimas ceifarão com alegria.
Chorando de tristeza sairão, espalhando suas sementes; cantando de alegria voltarão, carregando os seus feixes!
Evangelho (Lucas 13,18-21)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Naquele tempo, Jesus dizia ainda: "A que é semelhante o Reino de Deus, e a que o compararei?
É semelhante ao grão de mostarda que um homem tomou e semeou na sua horta, e que cresceu até se fazer uma grande planta e as aves do céu vieram fazer ninhos nos seus ramos".
Disse ainda: "A que direi que é semelhante o Reino de Deus? É semelhante ao fermento que uma mulher tomou e misturou em três medidas de farinha e toda a massa ficou levedada".
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
Comentário do Evangelho
O CONTRASTE ENTRE O INÍCIO E O FIM
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
A caminho de Jerusalém, Jesus conta duas pequenas parábolas, para dispor os discípulos para a experiência que haveriam de fazer. Nelas se estabelece o contraste entre o início do Reino, na humildade e na perda, e seu fim grandioso. Só quem foi alertado para esta dinâmica divina será capaz de superar o desânimo e a decepção do momento.
A semente de mostarda era símbolo de pequenez. Todavia, esse grão minúsculo, lançado na terra, germina e se torna um arbusto de até três metros, permitindo às aves pousar em seus ramos.
Também a pitadinha de fermento, ao ser colocada numa quantidade excepcional de farinha (três medidas) ou seja, cerca de 50 quilos, era suficiente para fermentá-la e torná-la apta para a fabricação do pão.
Com o Reino dá-se algo semelhante. É preciso esperar com confiança. Seu projeto iniciado com um punhado de pessoas sem projeção social, tidas como estranhas para os esquemas religiosos da época, e sem muitas perspectivas, era como o grão de mostarda e o fermento. Pequenos e frágeis, mas destinados a um fim grandioso. Por trás desta dinâmica, estava o dedo de Deus. Ele é que capacitaria este grupo inexpressivo para se tornar mediação de propagação do Reino, de modo a fermentar toda a história humana.
Oração Espírito de esperança em Deus, ensina-me a perceber a ação divina fermentando a história humana por meio de pessoas frágeis e humildes.
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