São Nilo
Quarta-feira, 12 de setembro de 2012
Neste dia mergulhamos na história de São Nilo, onde encontramos um exemplar cristão que viveu no sul da Itália e no fim do primeiro milênio. Nilo, chamado o Jovem, fazia parte de uma nobre família de origem grega, por isso foi considerado o último elo entre a cultura grega e a latina.
Era casado e funcionário do governo de Constantinopla, com o nascimento de uma filha, acabou viúvo e depois descobriu sua vocação à vida monástica, segundo a Regra de São Basílio. Após várias mudanças acabou se fixando em Monte Cassino, perto da famosa abadia beneditina.
Seu testemunho atraiu a muitos, tendo assim a felicidade de fundar vários mosteiros no Sul da Itália, com o cotidiano pautado pelo trabalho e oração. No trabalho, além da agricultura, transcrevia manuscritos antigos, introduziu um sistema taquigráfico (ítalo-grego) e compôs hinos sacros.
São Nilo realizou várias romarias aos túmulos dos santos Pedro e Paulo, aproveitando para enriquecer as bibliotecas de Roma, até que a pedido de Gregório, Nilo fundou um mosteiro em Grottaferrata, perto de Roma.
Este pacificador da política e guerras da época, teve grande importância para a história da Igreja, e na consolidação da vida monástica. Morreu com noventa e cinco anos de idade, no dia 25 de setembro de 1005.
São Nilo, rogai por nós!
Hoje:
Dia do operador de rastreamento
Leituras
Leitura (1 Coríntios 7,25-31)
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Coríntios.
7 25 A respeito das pessoas virgens, não tenho mandamento do Senhor; porém, dou o meu conselho, como homem que recebeu da misericórdia do Senhor a graça de ser digno de confiança.
26 Julgo, pois, em razão das dificuldades presentes, ser conveniente ao homem ficar assim como é.
27 Estás casado? Não procures desligar-te. Não estás casado? Não procures mulher.
28 Mas, se queres casar-te, não pecas; assim como a jovem que se casa não peca. Todavia, padecerão a tribulação da carne; e eu quisera poupar-vos.
29 Mas eis o que vos digo, irmãos: o tempo é breve. O que importa é que os que têm mulher vivam como se a não tivessem;
30 os que choram, como se não chorassem; os que se alegram, como se não se alegrassem; os que compram, como se não possuíssem;
31 os que usam deste mundo, como se dele não usassem. Porque a figura deste mundo passa.
Salmo 44/45
Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto!
Escutai, minha filha, olhai, ouvi isto:
"Esquecei vosso povo e a casa paterna!
Que o rei se encante com vossa beleza!
Prestai-lhe homenagem: é vosso Senhor!
Majestosa, a princesa real vem chegando,
Vestida de ricos brocados de ouro.
Em vestes vistosas ao rei se dirige,
E as virgens amigas lhe formam cortejo.
Entre cantos de festa e com grande alegria,
Ingressam, então, no palácio real".
Deixareis vossos pais, mas tereis muitos filhos;
Fareis deles os reis soberanos da terra.
Evangelho (Lucas 6,20-26)
Naquele tempo, 6 20 então Jesus ergueu os olhos para os seus discípulos e disse: "Bem-aventurados vós que sois pobres, porque vosso é o Reino de Deus!
21 Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis fartos! Bem-aventurados vós que agora chorais, porque vos alegrareis!
22 Bem-aventurados sereis quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos ultrajarem, e quando repelirem o vosso nome como infame por causa do Filho do Homem!
23 Alegrai-vos naquele dia e exultai, porque grande é o vosso galardão no céu. Era assim que os pais deles tratavam os profetas.
24 Mas ai de vós, ricos, porque tendes a vossa consolação!
25 Ai de vós, que estais fartos, porque vireis a ter fome! Ai de vós, que agora rides, porque gemereis e chorareis!
26 Ai de vós, quando vos louvarem os homens, porque assim faziam os pais deles aos falsos profetas!"
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. Os Bem Aventurados
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Quem é rico e quem é pobre diante de Deus? Certamente que essa pobreza e essa riqueza citada no evangelho., não é a simples posse ou não, de bens materiais. O que Lucas coloca como eixo temático desse evangelho é a nossa relação com Deus e a nossa relação com os bens materiais. Em nossas comunidades há pobres egoistas, mas há também ricos generosos. Se alguém é pobre no sentido material, mas se apega egoísticamente ao pouco que tem, nesse evangelho ele é considerado rico.
Que Deus está acima de qualquer riqueza, disso não deve haver a menor dúvida para nós cristãos, mas há um porém, a nossa conduta e o nosso procedimento, muitas vêzes não condiz com essa verdade na qual cremos. Isso porque, o capitalismo nos apresenta outra verdade, só é feliz quem TEM patrimônio e uma gorda conta bancária. A riqueza está sempre de mãos dadas com o Poder, o prestígio e o sucesso, e nessa condição de todo poderoso, o homem começa a sentir coceira de poder fazer tudo e o que quiser, ocupando então o lugar que é de Deus, é esse o grande problema pois diante de Deus, seremos eternamente necessitados e dependentes, sejamos ricos ou pobres no sentido material, pois a posse de bens materiais cria no coração e na mente do homem a ilusão de um Poder que vai além....É por isso que o Ser humano comete tantas atrocidades, porque acha que tudo pode.
Os Bem Aventurados citados por Jesus são os que souberam fazer a escolha certa, anseiam por um mundo melhor onde o Homem possa ser feliz por aquilo que ele é, não pelo que tem. ser pobre nesse sentido é colocar somente em Deus toda confiança, haverá fome e choro, porque o Reino desejado no fundo da alma ainda está em gestação, já chegou com Jesus, mas terá que ser construído no dia a dia.
Os Bem Aventurados devem sempre estar preparados para o confronto, pois tudo o que contraria a Felicidade terrena, ditada pela Pós-Modernidade, será repelido, rejeitado e até perseguido. Ser discípulo é navegar continuamente contra a correnteza... O prazer e a alegria será muito maior...
2. As bem-aventuranças
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Lucas, como Mateus, apresenta Jesus proclamando as bem-aventuranças na fase inicial do seu ministério, na Galileia, seguindo-se uma série de sentenças instrutivas sobre as práticas essenciais do Reino, a serem assumidas pelos discípulos.
As bem-aventuranças são um estado particular de felicidade decorrente da comunhão com Deus, que por elas se alcança. Jesus revela que Deus vem ao encontro daqueles que são pobres, que passam fome, que estão chorando e que são vítimas das perseguições dos poderosos que rejeitam a libertação e a vida que Jesus veio comunicar a todos.
Às quatro bem-aventuranças se contrapõe a advertência dos quatro "ais" dirigidos aos ambiciosos da riqueza, que na acumulação e no luxo espoliam os pobres. Estes estão convidados a aderir às bem-aventuranças, à solidariedade e à partilha, características do mundo novo possível.
3. BEM-AVENTURANÇAS E MALDIÇÕES
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A postura diante de Deus e de seu Reino gerava um nítido contraste mesmo entre os discípulos de Jesus. De um lado, estavam os declarados bem-aventurados. Do outro, os que se tornaram objeto de maldição. Os primeiros eram os que viviam na pobreza, padeciam fome e choravam e eram odiados por causa de Jesus. Sua opção pelo Reino não lhes permitia pactuar com a maldade do mundo, nem os deixava cair na tentação de serem aliciados por suas falsas promessas de riqueza e bem-estar. Sua recompensa só podia vir do Pai. Assim, era possível rejubilar e saltar de alegria, mesmo padecendo privações.
No polo oposto, estavam os que não contavam efetivamente com Deus e julgavam poder construir sua salvação com as próprias mãos. Confiavam na riqueza e viviam na fartura. Sua vida era feita de alegrias efêmeras. Cuidavam de ser louvados e bem-vistos por todos. Este projeto de vida, a longo prazo, se mostraria inconsistente e seu resultado, desolador. A riqueza transformar-se-ia em privação, a fartura em fome, a alegria em luto e pranto, a fama em opróbrio. Trata-se, portanto, de um projeto de vida do qual o discípulo deve precaver-se.
Tanto as bem-aventuranças quanto as maldições referem-se aos discípulos de Jesus. Ou seja, o seguimento do Mestre nem sempre os levava a comungarem efetivamente com o projeto de Jesus. As palavras dele, pois, funcionavam como um forte alerta.