São Paulo Míki e companheiros mártires
Segunda-feira, 06 de fevereiro de 2012
São Paulo Míki nasceu em Kyoto, no Japão, no século XVI dentro de uma família cristã, nobre, que foi canal para que ele recebesse, ainda pequeno, a graça do batismo. A partir de então, buscou também viver a riqueza do “ser batizado”. Discerniu a sua vocação, entrou para a Companhia de Jesus, tornou-se um Jesuíta e correspondeu ao chamado do sacerdócio.
Profundo conhecedor tanto da cultura quanto da língua, foi um homem compadecido do seu povo. Como nos tempos de hoje, o Japão não tinha o Cristianismo como religião predominante, então, São Paulo Míki buscava responder à necessidade da evangelização pela oração e pela penitência. Com estratégias inspiradas pelo Espírito Santo, foi um homem dócil, de comunidade.
Ousado e corajoso, quando ergueu-se à perseguição do Cristianismo no Japão também acabou sendo preso, assim como seus companheiros; mas não arrefeceu na sua fé. Ele, que era um grande pastor e pregador, também no momento do confronto, indicou Nosso Senhor Jesus Cristo e a sua religião como o único Salvador e a verdadeira religião; verdade que perdura para todos os tempos.
São Paulo Míki, assim como os companheiros de missão e outros cristãos fervorosos, deram testemunho com a vida e também com a mote.
Em Nagasaki, foram todos crucificados em 1595. Sementes para novos cristãos, desde a passagem de São Francisco Xavier já se contavam 300 mil cristãos no Japão. Depois, muito mais com testemunho desses 26 companheiros de Jesus.
Peçamos a intercessão deste santo para que o nosso relacionamento profundo com Deus se traduza em evangelização para a humanidade.
São Paulo Míki e companheiros mártires, rogai por nós !
Salmo responsorial 131/132
Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso!
Nós soubemos que a arca estava em Éfrata e nos campos de Laar a encontramos: entremos no lugar em que ele habita, ante o escabelo de seus pés o adoremos!
Subi, Senhor, para o lugar de vosso pouso, subi vós, com vossa arca poderosa! Que se vistam de alegria os vossos santos, e os vossos sacerdotes, de justiça! Por causa de Davi, o vosso servo, não afasteis do vosso ungido a vossa face!
Evangelho (Marcos 6,53-56)
— O Senhor esteja convosco. — Ele está no meio de nós. — Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo + segundo Marcos. — Glória a vós, Senhor!
6 53 Jesus e seus discípulos navegaram para o outro lado e chegaram à região de Genesaré, onde aportaram. 54 Assim que saíram da barca, o povo o reconheceu. 55 Percorrendo toda aquela região, começaram a levar, em leitos, os que padeciam de algum mal, para o lugar onde ouviam dizer que ele se encontrava. 56 Onde quer que ele entrasse, fosse nas aldeias ou nos povoados, ou nas cidades, punham os enfermos nas ruas e pediam-lhe que os deixassem tocar ao menos na orla de suas vestes. E todos os que tocavam em Jesus ficavam sãos.
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
- ""Curando os doentes da Galiléia..."" (O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
O evangelista Marcos nos apresenta nesse evangelho um Jesus que faria o maior sucesso em nossos dias entre os "Milagreiros de Plantão". Com Jesus por perto não precisava de SUS ou planos de Saúde, pois, sem filas, nem senhas, nem longas esperas, bastava o enfermo tocar na barra da sua túnica e a doença sumia na hora.
Claro que a sua fama se espalhou rapidamente e Ele não tinha mais sossego, onde ia havia uma multidão de enfermos á sua espera e todos eram curados, sem receitas de medicamentos caros, nadica de nada, custo zero e benefício de cem por cento. Hoje em dia há líderes Religiosos "Picaretas" que só trabalham nesse esquema, cura de enfermidades e "cartão vermelho para o Diabo", e quando a cura não acontece o Controle de Qualidade da igreja" logo alerta que é falta de Fé do doentinho... E o nosso povo sofrido, com mil e um problemas de saúde e de doenças psicossomáticas, torna-se uma presa fácil na mão de tantos "Vigaristas de Jesus".
Mas como podemos fazer uma reflexão que contesta esses milagres que Marcos faz questão de relatar? O problema não está em Jesus, mas sim nesta relação equivocada que muitos tem para com ele. Podem reparar que, alguns poucos que foram curados, tornam-se seguidores de Jesus, mas bem poucos, pois o restante, uma vez curado voltavam para a mesma vidinha de antes....Se alguém duvidar, basta nos lembrar dos dez leprosos onde só um voltou.
Onde estão os curados de hoje? Estão firmes na Fé, com a vida transformada, ou viraram apenas marqueteiros de algumas igrejas e seus "pastores com pele de Lobo". Para quem eles estão á serviço? A Jesus Cristo, seu reino e seu evangelho? Talvez alguns poucos vivem sinceramente a sua vida de Fé, transaformados por essa experiência profunda com Jesus.
Jesus não é um simples curandeiro que menospreza a medicina e dispensa o atendimento médico hospitalar, tem cristão iludido que pensa assim e morre antes da hora porque abandonou o tratamento acreditando estar curado por causa de alguma "revelação" feita por alguém em quem ele acredita piamente...
O poder de Jesus vem de Deus que é Vida para todos, mas Jesus não quer formar um exército de pessoas curadas que se tornam suas escravas e agora têm que ficar permanentemente sob seu domínio. Jesus não precisa nem ontem e nem hoje de marqueteiros para venderem sua imagem poderosa e assim aumentar sempre o seu ibope.
Jesus quer seguidores fiéis, que tenham o seu evangelho no coração e o vivam com fidelidade, ajudando a construir o Reino de Deus em meio aos homens, com um testemunho concreto marcado pela ética e pela moral cristã, a partir dos valores que ele pregou, viveu e ensinou a todos. Ser curado de uma enfermidade física é graça Divina concedida a alguns, mas pode também não significar nada se a pessoa curada não ter uma Fé comprometida com a Vida...
2. Jesus entre o povo
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Após a partilha dos pães, Jesus envia os discípulos para Betsaida. Devido ao "vento contrário", ou ao temor dos discípulos, a barca aportou em Genesaré. É uma região plana, ao sul de Cafarnaum, onde a influência do judaísmo é insignificante. Temos um novo sumário de Marcos. Jesus percorre toda a região: povoados, cidades e áreas rurais.
Durante a travessia do mar os discípulos não reconheceram Jesus ao se aproximar deles. Agora, os moradores reconhecem Jesus e vêm a ele. Trazem a Jesus apenas doentes, não havendo casos de possessos por espíritos impuros, isto é, os submissos à ideologia do poder religioso de Israel. Os que tocavam Jesus ficavam libertos de seus males. A continuidade da partilha do pão é a partilha da vida.
O acento da narrativa é o toque em Jesus, o que lembra o gesto da hemorroíssa. O "toque" significa a comunicação viva com o homem Jesus presente entre o povo. Após a materialidade do pão partilhado, Marcos apresenta-nos a materialidade e a importância da presença física, concreta, amorosa, de Jesus entre o povo. Hoje é a presença de Jesus no próximo, nos pobres, nos excluídos, nos famintos, nos nus, nos doentes, nos presos.
Oração
Pai, que a misericórdia seja o traço característico do meu modo de ser no trato com os meus semelhantes, de maneira que eu possa atrair, como Jesus, muitas pessoas para ti.
3. O CONTATO SALVADOR (O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A presença de Jesus causava alvoroço por onde ele passava. De toda parte, aparecia gente transportando doentes em macas, para depositá-los nas praças públicas, junto do Mestre, na esperança de poder fazê-los tocar no manto dele, a fim de serem curados.
Este gesto de tocar estava carregado de simbolismo. O contato físico estabelecia uma ligação direta com a fonte do poder curador, possibilitando ao doente recuperar a saúde. Simbolizava a comunhão entre Jesus e aquele que desejava ser curado. Portanto, podia ser tomado como expressão da fé e da confiança no Mestre. Era uma forma de bater às portas de um mundo misterioso onde a vida era restaurada. Era, também, uma maneira de o humano aproximar-se do sagrado e estabelecer com ele um relacionamento de intimidade.
De sua parte, Jesus não proibia as pessoas de tocá-lo, nem se sentia incomodado com isto. Por quê? Ele sabia que tinha sido enviado para os pobres, destinatários privilegiados de sua ação. Os que buscavam tocá-lo eram pobres. Daí não ter por que irritar-se com eles. Por outro lado, se estes, ao tocá-lo, ficavam curados, tanto melhor. Isto era um sinal claro da presença do Reino na história humana, restaurando a vida.