São Pedro Canísio
Terça-feira, 21 de dezembro de 2010
São Pedro Canísio nasceu em Nimega, atual Holanda, mas então parte da Alemanha naquele tempo. Isto no ano de 1521. Canísio é a latinização de Kanijs. Seu pai foi prefeito de Nimega e encaminhou seu filho para estudar Direito.
Cursou estudos em Colônia e Lovaina para formar-se como advogado sem, no entanto, descuidar de sua espiritualidade (tendo em vista suas frequentes visitas ao Mosteiro dos Cartuxos). Descobrindo o seu chamado com o auxílio de um padre jesuíta, Pedro Canísio tornou-se o primeiro jesuíta alemão, tendo entrado na Companhia de Jesus em 1543. Recebeu a ordenação sacerdotal três anos mais tarde. Nesse mesmo ano publicou as obras de S. Cirilo de Alexandria, sendo o primeiro livro mandado imprimir por um jesuíta. Foi teólogo do Concílio de Trento e um grande pregador e professor. Exerceu a sua docência sobretudo em Inglostad, Viena, Augsburgo, Innsbruk e Munique. Organizou a sua Ordem na Alemanha, fazendo dela o instrumento valioso para a reforma católica contra o protestantismo. Foi um dos iniciadores da imprensa católica.
Profundo devoto da Santíssima Virgem, Pedro Canísio foi conselheiro de Príncipes, Núncios e Papas. Das 36 obras que compôs, as mais célebres são os seus três Catecismos (1555-1556 e 1558), largamente difundidos por toda a cristandade até o século XIX. O denominado "Catecismo Mayor", em 221 perguntas e respostas, alcançou pelo menos 130 edições. O Papa Leão XIII chamou-lhe mesmo o "segundo Apóstolo da Alemanha, depois de S. Bonifácio".
Faleceu em Friburgo, na Suíça, a 21 de dezembro de 1597. O Papa Pio XI canonizou-o a 21 de maio de 1925, declarando-o ao mesmo tempo Doutor da Igreja.
São Pedro Canísio, rogai por nós!
[Canção Nova]
Terça-feira, 21 de dezembro de 2010
Quarta Semana do Advento, Ano “A” 4ª Semana do Saltério, Livro I, cor Litúrgica Roxa
Santos: Anastácio II de Antioquia (bispo, mártir), Baudacário de Bobbio (monge), Glicério da Nicomédia (mártir), Honorato de Tolosa (bispo), João e Festo (mártires da Toscana), João Vicente (monge, bispo), Pedro Canísio (presbítero, mártir), Severino de Trèves (bispo), Temístocles de Lícia (mártir), Adriano da Dalmácia (mártir, bem-aventurado)
Antífona: Eis que chega o Senhor dos senhores: seu nome será Emanuel, o “Deus-conosco”. (Is 7, 14; 8, 10)
Oração: Ouvi com bondade, ó Deus, as preces do vosso povo, para que, alegrando-nos hoje com a vinda do vosso Filho em nossa carne, alcancemos o prêmio da vida eterna, quando ele vier na sua glória. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leituras
Leitura: Cântico (Ct 2, 8-14)[1]
Declaração de amor a Jesus Cristo
É a voz do meu amado! Eis que ele vem saltando pelos montes, pulando sobre as colinas. O meu amado parece uma gazela, ou um cervo ainda novo. Eis que ele está de pé atrás de nossa parede, espiando pelas janelas, observando através das grades.
O meu amado me fala dizendo: “Levanta-te, minha amada, minha rola, formosa minha, e vem! O inverno já passou, as chuvas pararam e já se foram. No campo aparecem as flores, chegou o tempo das canções, a rola já faz ouvir seu canto em nossa terra. Da figueira brotam os primeiros frutos, soltam perfume as vinhas em flor. Levanta-te, minha amada, formosa minha, e vem! Minha rola, que moras nas fendas da rocha, no esconderijo escarpado, mostra-me teu rosto, deixa-me ouvir tua voz! Pois a tua voz é tão doce, e gracioso o teu semblante”.
Palavra do Senhor!
Comentando a I Leitura
Eis o meu amado que vem saltando pelos montes
“Deus criou o mundo e o movimenta com o único fito de fazer santos.” No dia em que a terra cessasse de dar a Deus o que ele procura, estaria finda a sua história. O homem deve empenhar-se em abrir a alma e acolher com total atenção e amor o amor que Deus vota a cada um. Quando está assim preparado para ouvir a Deus, para dar-lhe o que ele busca, sente a sua voz: “Ergue-te...”, sacode o torpor do inverno, não fiques inerte. O convite aguarda uma resposta, um olhar terno e suave, como sinal de absoluta confiança. A voz do Amado não é de um estranho, com quem nada se tem em comum e que não suscita simpatia alguma; é a do meu melhor amigo, até mesmo do amor de minha alma. Para poder tomar a estrada a percorrer na vida, cumpre deixar falar o Senhor. Façamos silêncio, se queremos ouvir no íntimo a sua voz.
[MISSAL COTIDIANO. ©Paulus, 1997]
Salmo Responsorial: 32 (33), 2-3.11-12.20-21 (R/.1a e 3a)
Ó justos, alegrai-vos no Senhor! Cantai para o Senhor um canto novo!
Dai graças ao Senhor ao som da harpa, na lira de dez cordas celebrai-o! Cantai para o Senhor um canto novo, com arte sustentai a louvação!
Mas os desígnios do Senhor são para sempre, e os pensamentos que ele traz no coração, de geração em geração, vão perdurar. Feliz o povo cujo Deus é o Senhor, e a nação que escolheu por sua herança!
No Senhor nós esperamos confiantes, porque ele é nosso auxílio e proteção! Por isso o nosso coração se alegra nele, seu santo nome é nossa única esperança.
Evangelho: Lucas (Lc 1, 39-45)
Jesus e João Batista, o mesmo plano salvífico do Pai
Naqueles dias, Maria partiu para a região montanhosa, dirigindo-se, apressadamente, a uma cidade da Judéia. Entrou na casa de Zacarias e cumprimentou Isabel. Quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança pulou no seu ventre e Isabel ficou cheia do Espírito Santo. Com um grande grito, exclamou: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre! Como posso merecer que a mãe do meu Senhor me venha visitar? Logo que a tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança pulou de alegria no meu ventre. Bem-aventurada aquela que acreditou, porque será cumprido o que o Senhor lhe prometeu".
Palavra da Salvação
Comentando o Evangelho
Um encontro histórico
O encontro das duas primas, Maria e Isabel, aconteceu numa cidade de Judá, povoado atualmente conhecido como Ain-Karin (Bíblia dos Capuchinhos), que fica a cerca de seis kilometros de Jerusalém. A visita de Maria santifica a casa de Isabel (ou Elisabete) com a presença do Senhor (título divino de Jesus Cristo). Isabel fala profetizando e a interpretação profética menciona três elementos conjugados: fé, a maternidade, o Messias.
O encontro das duas futuras mães prenuncia o encontro dos dois filhos. A maternidade das duas primas tem como filhos sagrados João e Jesus; nenhuma maternidade da história, no entanto, pode ser comparada com a de Maria. A maior alegria de qualquer jovem mulher que está para ser mãe é indescritível; é algo que só a mulher sente e vivencia. Maria sentirá essa felicidade só que em grau maior, afinal ela está para ser a mãe do nosso Senhor.
Maria foi eleita por Deus para colaborar no projeto divino de salvação da humanidade. A criança que está para nascer é o instrumento divino para operacionalizar esse projeto de libertação. Somos todos alvos desse projeto de Deus, que deseja de todos nós uma vida de santidade. Somos todos convidados a reviver esse momento impar do renascimento de Cristo em nosso seio familiar.
O Natal do Senhor é para ser vivido, sobretudo, na família, com momentos de encontros e reencontros, de perdão sincero, de orações e de cura interior. Não deixe que esse momento seja ofuscado pelo luxo e pelas luzes coloridas, vazio de Deus em seu lar e em sua vida. Everaldo Souto Salvador, ofs