São Pedro Canísio

Quarta-feira, 21 de dezembro de 2011


São Pedro Canísio nasceu em Nimega, atual Holanda, mas então parte da Alemanha naquele tempo. Isto no ano de 1521. Canísio é a latinização de Kanijs. Seu pai foi prefeito de Nimega e encaminhou seu filho para estudar Direito.

Cursou estudos em Colônia e Lovaina para formar-se como advogado sem, no entanto, descuidar de sua espiritualidade (tendo em vista suas frequentes visitas ao Mosteiro dos Cartuxos). Descobrindo o seu chamado com o auxílio de um padre jesuíta, Pedro Canísio tornou-se o primeiro jesuíta alemão, tendo entrado na Companhia de Jesus em 1543. Recebeu a ordenação sacerdotal três anos mais tarde. Nesse mesmo ano publicou as obras de S. Cirilo de Alexandria, sendo o primeiro livro mandado imprimir por um jesuíta. Foi teólogo do Concílio de Trento e um grande pregador e professor. Exerceu a sua docência sobretudo em Inglostad, Viena, Augsburgo, Innsbruk e Munique. Organizou a sua Ordem na Alemanha, fazendo dela o instrumento valioso para a reforma católica contra o protestantismo. Foi um dos iniciadores da imprensa católica.

Profundo devoto da Santíssima Virgem, Pedro Canísio foi conselheiro de Príncipes, Núncios e Papas. Das 36 obras que compôs, as mais célebres são os seus trêsCatecismos (1555-1556 e 1558), largamente difundidos por toda a cristandade até o século XIX. O denominado "Catecismo Mayor", em 221 perguntas e respostas, alcançou pelo menos 130 edições. O Papa Leão XIII chamou-lhe mesmo o "segundo Apóstolo da Alemanha, depois de S. Bonifácio".

Faleceu em Friburgo, na Suíça, a 21 de dezembro de 1597. O Papa Pio XI canonizou-o a 21 de maio de 1925, declarando-o ao mesmo tempo Doutor da Igreja.

São Pedro Canísio, rogai por nós!


Hoje:

Dia do Atleta


Primeira Leitura (Cântico 2,8-14)
Leitura do Cântico dos Cânticos

2 8 Oh, esta é a voz do meu amado! Ei-lo que aí vem, saltando sobre os montes, pulando sobre as colinas.

9 Meu amado é como a gazela e como um cervozinho. Ei-lo atrás de nossa parede. Olho pela janela, espreito pelas grades.

10 Meu bem-amado disse-me: "Levanta-te, minha amiga, vem, formosa minha.

11 Eis que o inverno passou, cessaram e desapareceram as chuvas.

12 Apareceram as flores na nossa terra, voltou o tempo das canções. Em nossas terras já se ouve a voz da rola.

13 A figueira já começa a dar os seus figos, e a vinha em flor exala o seu perfume; levanta-te, minha amada, formosa minha, e vem.

14 Minha pomba, oculta nas fendas do rochedo, e nos abrigos das rochas escarpadas, mostra-me o teu rosto, faze-me ouvir a tua voz. Tua voz é tão doce, e delicado teu rosto!"


Salmo 32/33

Ó justos, alegra-vos no Senhor!
Cantai para o Senhor um canto novo!

Daí graças ao Senhor ao som da harpa,
na lira de dez cordas celebrai-o!
Cantai para o Senhor um canto novo,
com arte sustentai a louvação!

Mas os desígnios do Senhor são para sempre,
e os pensamentos que ele traz no coração,
de geração em geração, vão perdurar.
Feliz o povo cujo Deus é o Senhor
e a nação que escolheu por sua herança!

No Senhor nós esperamos confiantes,
porque ele é nosso auxílio e proteção!
Por isso o nosso coração se alegra nele,
seu santo nome é nossa única esperança.


Evangelho (Lucas 1,39-45)

1 39 Naqueles dias, Maria se levantou e foi às pressas às montanhas, a uma cidade de Judá.

40 Entrou em casa de Zacarias e saudou Isabel.

41 Ora, apenas Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança estremeceu no seu seio; e Isabel ficou cheia do Espírito Santo.

42 E exclamou em alta voz: "Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre.

43 Donde me vem esta honra de vir a mim a mãe de meu Senhor?

44 Pois assim que a voz de tua saudação chegou aos meus ouvidos, a criança estremeceu de alegria no meu seio.

45 Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!"


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "A Casa de Isabel"

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Que profundidade e beleza nesse encontro entre Maria e Isabel, onde se nota nitidamente esse "Dar de Si" de Maria, que entre as duas era a mais importante, poderia ela esperar o nascimento de João Batista e convidar Isabel para vir em sua casa comemorarem as maravilhas que Deus estava realizando nelas. Ao contrário, quem se faz Serva do Senhor torna-se servo dos irmãos e irmãs, por isso Maria sai de sua casa, esquece da Luz esplendorosa que Deus acaba de acender nela tornando-a a mais importante entre todas as mulheres da terra de todas as gerações, e humildemente vai á casa de Isabel com o propósito de a serví-la.

A casa de Isabel são as nossas comunidades onde no encontro e na comunhão de vida com os irmãos e irmãs, experimentamos aquela mesma alegria de Isabel que sente dentro de si a Esperança saltar de alegria. Nesse encontro nas celebrações, a esperança se refaz, a vida se renova e o sonho do Reino de Deus é alimentado pela Palavra e Eucaristia.

A Igreja proclama hoje o apelo para sermos todos discípulos e missionários, saindo para evangelizar e dar o testemunho do Cristo que trazemos em nosso coração, sendo sempre gestado entre tantas esperanças e sonhos bons. Não é uma contra ordem para abandonarmos a comunidade, mas sim para descobrirmos nela o sentido maior do Cristianismo que é o serviço na gratuidade e na alteridade, comunidade é o lugar do encontro de quem espera algo novo e traz em si esta esperança, comunidade é o lugar da relação "Eu - Tu" sem a qual o Reino não vai acontecer.

E dos nossos limites e fraquezas, dos fracassos e desencontros, como do ventre seco e estéril de Isabel, Deus em seu poder e com a sua graça faz de novo brotar a esperança, mas esse é um privilégio legado aos que crêem e servem, seguindo nos mesmos passos de MARIA e Isabel.

2. Deus se faz humano

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Lucas, com sua narrativa da visitação de Maria a Isabel, faz a articulação entre os anúncios do anjo Gabriel a Zacarias e a Maria e o nascimento dos meninos, João e Jesus. A antiga religião do Templo de Jerusalém, representada por Zacarias é ultrapassada pela nova realidade da presença divina no ventre de Maria. O menino, João, pula de alegria no ventre de Isabel, quando esta ouve a saudação de Maria. Isto significa que João reconheceu a presença e o senhorio de Jesus já quando ainda estavam ambos nos ventres de suas mães. Destacando a passagem da antiga religião para a nova realidade presente em Jesus, Lucas também induz os discípulos de João Batista, que formavam um grupo autônomo em seu tempo, a se unirem ao movimento de Jesus.

Nas narrativas de infância de Jesus e na exaltação de uma mulher a sua mãe (Lc 11,27) por seis vezes Lucas destaca o ventre de Maria como o lugar do encontro entre o divino e o humano, na concepção e gestação de Jesus. Fica assim, em evidência, que a encarnação é o acontecimento salvífico, pelo qual, Deus fazendo-se humano, a humanidade é assumida na condição divina e eterna.

3. BENDITA ENTRE AS MULHERES

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A visita de Maria a Isabel revelou traços importantes da personalidade da mãe do Messias Jesus. Ao levantar-se e ir às pressas até a Judéia, para servir a uma parenta necessitada de sua ajuda, Maria demonstrou sua disponibilidade para servir, sem interpor nenhum obstáculo: viagem longa, caminho perigoso, sua gravidez. Muito menos, julgou que a condição de mãe do Messias a colocava numa situação de superioridade. Com toda simplicidade, ela se pôs a caminho, para servir.

A saudação de Isabel sublinhou o quanto Maria era querida por Deus. Era uma mulher abençoada e trazia, no ventre, um ser igualmente abençoado. Por conseguinte, portadora e penhor de bênçãos. Donde a alegria de João Batista, ainda no ventre materno, quando do encontro com a mãe de Jesus. Esta era bem-aventurada, sobretudo por ser mulher de fé, capaz de acreditar no cumprimento de tudo o que lhe fora dito da parte do Senhor.

As palavras de Isabel foram inspiradas. Explicitaram, perfeitamente bem, o que se passava com Maria. Talvez, a própria mãe de Jesus não compreendesse as reais dimensões de sua relação com Deus. Sua simplicidade a impedia de se ter em grande conta. Sua condição de mãe do Senhor não mudou a idéia que fazia de si mesma. A servidora de Deus estava ali para servir à parenta necessitada. Uma coisa implicava a outra.