São Pedro de Alcântara

Sábado, 20 de outubro de 2012


"Aqueles que são de Cristo crucificaram a própria carne com os seus vícios e concupiscências" (Gal 5,24)

Esta Palavra do Senhor se aplica muito bem a São Pedro de Alcântara, o qual lembramos hoje, pois soube vencer o corpo do pecado através de muita oração e mortificações. Pedro nasceu em Alcântara, na Espanha, em 1499.

Menino simples, orante e de bom comportamento, estudou na universidade ainda novo, mas soube, igualmente, destacar-se no cultivo das virtudes cristãs, até que, obediente ao Mestre, o casto e caridoso jovem entrou para a Ordem de São Francisco, embora seu pai quisesse para ele o Direito. Pedro foi ordenado sacerdote e tornou-se modelo de perfeição monástica e ocupante de altos cargos, o qual administrou até chegar, com vinte anos, a superior do convento e, mais tarde, eleito provincial da Ordem.

Franciscano de espírito e convicção, era sempre de oração e jejum, poucas horas de sono, hábito surrado, grande pregador e companheiro das viagens. Como provincial, visitou todos os conventos da sua jurisdição, promovendo uma reforma de acordo com a regra primeira de São Francisco, da qual era testemunho vivo. Conhecido, sem desejar, em toda a Europa, foi conselheiro do imperador Carlos V e do rei João III, além de amigo dos santos e diretor espiritual de Santa Teresa de Ávila; esta, sobre ele, atestou depois da morte do santo: "Pedro viveu e morreu como um santo e, por sua intercessão, conseguiu muitas graças de Deus".

Considerado um dos grandes místicos espanhóis do séc. XVI e dos que levaram a austeridade até um grau sobre-humano, entrou no Céu com 63 anos, em 1562, após sofrer muito e receber os últimos Sinais do Amor (Sacramentos), que o preparou para um lindo encontro com Cristo.

São Pedro de Alcântara, rogai por nós!


Hoje:

Dia Internacional do Controlador de Tráfego Aéreo e Dia do Arquivista


Leituras

Leitura (Efésios 1,15-23)
Leitura da carta de são Paulo aos Efésios.

1 15 Por isso também eu, tendo ouvido falar da vossa fé no Senhor Jesus, e do amor para com todos os cristãos,
16 não cesso de dar graças a Deus por vós, lembrando-me de vós nas minhas orações.
17 Rogo ao Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê um espírito de sabedoria que vos revele o conhecimento dele;
18 que ilumine os olhos do vosso coração, para que compreendais a que esperança fostes chamados, quão rica e gloriosa é a herança que ele reserva aos santos,
19 e qual a suprema grandeza de seu poder para conosco, que abraçamos a fé. É o mesmo poder extraordinário que
20 ele manifestou na pessoa de Cristo, ressuscitando-o dos mortos e fazendo-o sentar à sua direita no céu,
21 acima de todo principado, potestade, virtude, dominação e de todo nome que possa haver neste mundo como no futuro.
22 E sujeitou a seus pés todas as coisas, e o constituiu chefe supremo da Igreja,
23 que é o seu corpo, o receptáculo daquele que enche todas as coisas sob todos os aspectos.


Salmo 8

Vós destes o domínio ao vosso Filho
sobre tudo o que criastes.

Ó Senhor nosso Deus, como é grande
vosso nome por todo o universo!
Desdobrastes nos céus vossa glória
com grandeza, esplendor, majestade.
O perfeito louvor vos é dado
pelos lábios dos mais pequeninos.

Contemplando estes céus que plasmastes
e formastes com dedos de artista;
vendo a lua e estrelas brilhantes,
perguntamos: "Senhor, que é o homem,
para assim vos lembrardes
e o tratardes com tanto carinho?"

Pouco abaixo de Deus o fizestes,
coroando-o de glória e esplendor;
vós lhe destes poder sobre tudo,
vossas obras aos pés lhe pusestes.


Evangelho (Lucas 12,8-12)

Naquele tempo, 12 8 disse Jesus: "Todo o que me reconhecer diante dos homens, também o Filho do Homem o reconhecerá diante dos anjos de Deus;
9 mas quem me negar diante dos homens será negado diante dos anjos de Deus.
10 Todo aquele que tiver falado contra o Filho do Homem obterá perdão, mas aquele que tiver blasfemado contra o Espírito Santo não alcançará perdão.
11 Quando, porém, vos levarem às sinagogas, perante os magistrados e as autoridades, não vos preocupeis com o que haveis de falar em vossa defesa,
12 porque o Espírito Santo vos inspirará naquela hora o que deveis dizer".


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Espírito Santo

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Eis uma frase muito polêmica que muitos pregadores em cima dela deitam e rolam, favorecendo esta ou aquela eclesiologia, esta ou aquela tendência. Afinal o que é o tão falado "Pecado contra o Espírito Santo", cada um tenta explicar de acordo com os seus interesses, se eu for de uma teologia mais conservadora, claro que vou dizer que, pecar contra o Espírito Santo é ser progressista, por exemplo, usando uma outra linguagem, dissimulando a verdade. Se ao contrário, eu for progressista, vou dizer que pecar contra o Espírito Santo é não pensar desta forma, mas ser ultra conservador.

Na casa onde moramos só entra quem nós permitirmos, se alguém entrar sem nossa autorização, é invasão de propriedade. De maneira bem simples, pecar contra o Espírito Santo é eu não aceitar, não acreditar e nem consentir que o Espírito de Deus haja em minha vida. É fechar a porta da nossa vida e não admitir interferência de Deus, mais ou menos o que já faz o homem da pós-modernidade. Acredito em Deus, mas Ele que fique prá lá, e eu para cá, fazendo o que me der na cabeça, fazendo o que eu acho certo, sem censura alguma. É o homem romper com Deus e levar a sua vida a bel prazer, truncando qualquer ação do Espírito Santo, recusando-se a perceber a presença do Divino em nossa existência.

Simplesmente porque o homem da pós-modernidade pensa que Deus só atrapalha, porque quer anular a Vontade Humana e parece até Cabo de Guerra, Deus puxa para um lado, e o homem para o outro. Naturalmente, indispor-se contra o Espírito Santo é não reconhecer Jesus diante dos homens, negando toda a obra da Salvação que ele realizou a nosso favor.

No Espírito Santo, Deus e Homem andam juntos, tornam-se parceiros, levando uma Vida em comunhão, blasfemar contra o Espírito Santo é menosprezar o seu Poder, é negar a sua Graça operante e santificante em nossa vida, é negar qualquer possibilidade de Salvação, ou ao contrário, acreditar que ela poderá acontecer por meios meramente humanos. Jesus de Nazaré movia-se na Força do Espírito Santo, como ungido do Pai.

Assim também deverá ser cada cristão, entretanto, apesar de todo Poder do Espírito, cada homem poderá abrir ou fechar-se a essa ação, pois, Deus só faz se o homem consentir fazendo uso da sua sagrada Liberdade...

2. Chamado ao testemunho

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Prevenindo os discípulos contra a doutrina dos fariseus, Jesus dá continuidade à sua fala.

Declarar-se por Jesus diante do povo significa assumir a tarefa de testemunhar o seu amor libertador e vivificante. Este testemunho implica a inserção na comunidade de discípulos, onde se vive o amor fraterno e o serviço. A comunidade missionária é chamada a dar o testemunho diante de todo o povo e ao mundo.

A blasfêmia contra o Espírito Santo é a rejeição do próprio perdão e do dom da vida eterna por Deus. Os chefes religiosos de Jerusalém, ao dizerem que Jesus estava possuído por um espírito impuro, blasfemavam contra o Espírito Santo manifesto em Jesus. Na cegueira do amor ao poder e ao dinheiro perde-se o amor, a paz e a própria vida.

A comunidade em missão estará sujeita a perseguições e prisões que advirão. As provações de Jesus são também, ao longo do tempo, as provações dos discípulos. Os verdadeiros discípulos, conduzidos pelo Espírito Santo, são aqueles que deixam tudo e anunciam, empenhando-se na libertação dos oprimidos e no serviço à vida a ser levada à sua plenitude.

3. A AJUDA DO ESPÍRITO SANTO

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A vida do discípulo explica-se como serviço total e exclusivo a Jesus e ao Reino anunciado por ele. Sua função é a de dar testemunho e levar adiante sua missão, não retrocedendo diante das dificuldades e dos desafios. A glória do discípulo consiste exatamente em poder ser considerado digno de dar a suprema prova de sua fé: entregar a própria vida. É assim que ele comprova seu amor a Jesus e a sinceridade de sua opção.

Existem, porém, discípulos que, quando confrontados por causa de sua fé, sentem-se incapazes de mostrar-se valorosos. Chegam até mesmo a negar Jesus, declarando desconhecê-lo, como se não fossem do número de seus seguidores. É a negação da condição de discípulo e uma forma de desprezo pelo Mestre. Por isso, quando chegar a hora de comparecer diante do Pai, Jesus não os reconhecerá como discípulos seus. O gesto de renegar Jesus é expressão de falta de fé.

O Mestre havia garantido que os discípulos poderiam contar com a ajuda do Espírito Santo, nos momentos de dificuldade. Este seria seu defensor, dando-lhes coragem para enfrentar toda sorte de acusação. Quem fraqueja, é porque não tem suficiente confiança na ajuda prometida pelo Senhor. Pelo contrário, quem confia em Jesus e no Espírito prometido, dará seu testemunho de discípulo e servidor do Reino.

Oração