São Pedro Nolasco

Terça-feira, 29 de Janeiro de 2013


No século XII, uma família francesa teve a graça de ter como filho o pequeno Pedro Nolasco que, desde jovem, já dava sinais de sensibilidade com o sofrimento alheio. Foi crescendo, formando-se, entrou em seus estudos humanísticos e, ao término deles, numa vida de oração, penitência e caridade ativa, São Pedro Nolasco sempre buscou viver aquilo que está na Palavra de Deus.

Desde pequeno, um homem centrado no essencial, na pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo; um homem devoto da Santíssima Virgem.

No período de São Pedro Nolasco, muitos cristãos eram presos, feitos escravos por povos não-cristãos. Eles não só viviam uma outra religião – ou religião nenhuma –, como atrapalhavam os cristãos.

São Pedro Nolasco, tendo terminado os estudos humanísticos e ficando órfão, herdou uma grande herança. Ao ir para a Espanha, deparou-se com aquele sofrimento moral e também físico de muitos cristãos que foram presos e feitos escravos. Então, deu toda a sua herança para o resgate de 300 deles. Mais do que um ato de caridade, ali já estava nascendo uma nova ordem; um carisma estava surgindo para corresponder àquela necessidade da Igreja e dos cristãos. Mais tarde, fez o voto de castidade, de pobreza e obediência; foi quando nasceu a ordem dedicada à Santíssima Virgem das Mercês para resgatar os escravos, ir ao encontro daqueles filhos de Deus que estavam sofrendo incompreensões e perseguições.

Em 1256, ele partiu para a glória sabendo que ele, seus filhos espirituais e sua ordem – que foi abençoada pela Igreja e reconhecida pelo rei – já tinham resgatado muitos cristãos da escravidão.

Peçamos a intercessão deste santo para que estejamos atentos à vontade de Deus e ao que Ele quer fazer através de nós.

São Pedro Nolasco, rogai por nós!


Hoje:


Leituras

Leitura (Hebreus 10,1-10)
Leitura da carta aos Hebreus.

10 1 A lei, por ser apenas a sombra dos bens futuros, não sua expressão real, é de todo impotente para aperfeiçoar aqueles que assistem aos sacrifícios que se renovam indefinidamente cada ano.

2 Realmente, se os fiéis, uma vez purificados, não tivessem mais pecado algum na consciência, não teriam cessado de oferecê-los?

3 Pelo contrário, pelos sacrifícios se renova cada ano a memória dos pecados.

4 Pois é impossível que o sangue de touros e de carneiros tire pecados.

5 Eis por que, ao entrar no mundo, Cristo diz: "Não quiseste sacrifício nem oblação, mas me formaste um corpo.

6 Holocaustos e sacrifícios pelo pecado não te agradam.

7 Então eu disse: Eis que venho (porque é de mim que está escrito no rolo do livro), venho, ó Deus, para fazer a tua vontade".

8 Disse primeiro: "Tu não quiseste, tu não recebeste com agrado os sacrifícios nem as ofertas, nem os holocaustos, nem as vítimas pelo pecado (quer dizer, as imolações legais)".

9 Em seguida, ajuntou: "Eis que venho para fazer a tua vontade". Assim, aboliu o antigo regime e estabeleceu uma nova economia.

10 Foi em virtude desta vontade de Deus que temos sido santificados uma vez para sempre, pela oblação do corpo de Jesus Cristo.

  • Palavra do Senhor.

Graças a Deus.

Salmo 39/40

Eis que venho fazer, com prazer,

a vossa vontade, Senhor!

Esperando, esperei no Senhor,

E, inclinando-se, ouviu meu clamor.

Canto novo ele pôs em meus lábios,

Um poema em louvor ao Senhor.

Sacrifício e oblação não quisestes,

Mas abristes, Senhor, meus ouvidos;

Não pedistes ofertas nem vítima,

Holocaustos por nossos pecados.

E então eu vos disse: "Eis que venho!"

Boas novas de vossa justiça

Anunciei numa grande assembléia;

Vós sabeis: não fechei os meus lábios!

Proclamei toda a vossa justiça,

Sem retê-la no meu coração;

Vosso auxílio e lealdade narrei.

Não calei vossa graça e verdade

Na presença da grande assembléia.


EVANGELHO(Marcos 3,31-35)

— O Senhor esteja convosco.

— Ele está no meio de nós.

— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos.

— Glória a vós, Senhor.

3 31 Chegaram a mãe e os irmãos de Jesus e, estando do lado de fora, mandaram chamá-lo.

32 Ora, a multidão estava sentada ao redor dele; e disseram-lhe: "Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e te procuram."

33 Ele respondeu-lhes: "Quem é minha mãe e quem são meus irmãos?"

34 E, correndo o olhar sobre a multidão, que estava sentada ao redor dele, disse: "Eis aqui minha mãe e meus irmãos.

35 Aquele que faz a vontade de Deus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe."

  • Palavra da Salvação.

  • Glória a Vós, Senhor!


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. Fazer a Vontade de Deus...

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Outro dia alguém desabafou perto de mim "Tem muita coisa boa nesta vida, que a gente quer fazer, mais contraria a Vontade de Deus, parece que os maus, aqueles que não estão comprometidos com o Reino e nem frequentam Igreja nenhuma, são mais felizes pois fazem o que querem nesta vida"

Quando se fala na Vontade de Deus, dá-se a impressão de que Ele é um tremendo estraga-prazer, que vai contra tudo o que é bom de fazer, e a vida de Fé nesta terra até parece àquela competição de Cabo de Guerra, Deus puxa para um lado, e o Ser Humano para o outro..."

Se cristianismo fosse isso, nós cristãos seríamos os mais infelizes de todos os homens, o primeiro homem Adão e a mulher Eva, viviam na plenitude da comunhão com Deus, a finalidade para a qual Deus os criou estava em pleno acordo: eles eram objeto do amor de Deus e viviam em um paraíso, que antes de ser um lugar geográfico, é um estado de espírito do homem em sintonia com Deus Criador. Não tinham e nem preconizavam ter nenhuma ambição, tudo o que um Ser humano deseja ser nesta vida, realizando-se na plenitude do amor, nossos primeiros pais já tinham, até que.....conheceram a possibilidade do mal e fizeram opção por ele...

No evangelho de hoje estamos diante do novo Povo que vai surgindo com Jesus, este retorno á vida de comunhão com Deus vai custar a Vida do Verbo Encarnado, mas o homem, que havia se perdido em si mesmo e não mais se achava, porque diante dele só estava o Mal, agora terá a possibilidade de optar pelo Bem, este Bem que está precisamente nas palavras e ensinamentos de Jesus, que por sua vez é a Palavra de Deus.

O retorno da humanidade aquele estado de vida inicial, passa por Jesus, aliás, só Ele é o caminho que conduz ao Pai, e nem um outro. Até aí tudo bem mais, sendo o homem um ser social, essa experiência de amor e de comunhão com Deus manifestado em Jesus, só se torna possível na relação com o outro, e aí a comunidade é o lugar por excelência, que nos conduz a esse paraíso, que não está lá atrás, perdido no passado, mas está á nossa frente, motivando-nos a caminhar sempre mais, alimentados pela Esperança que um dia transbordou do coração de Deus Filho naquela cruz, e inundou toda a nossa vida, permitindo-nos sonhar, desejar e alcançar essa plenitude feliz, que é eterna...

2. A comunidade de Jesus

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por Carlos Alberto Contieri, sj - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Marcos não tem nenhuma mariologia desenvolvida, o que virá nos escritos posteriores da tradição cristã. Maria e os parentes de Jesus vão buscá-lo, pois eles também pensavam que Jesus estivesse fora de si: "E voltou para casa. E, de novo, a multidão se apinhou, a ponto de não poderem se alimentar. Quando os seus tomaram conhecimento disso, saíram para detê-lo, pois diziam: está fora de si" (Mc 3,20-21). Efetivamente, os que estão "do lado de fora" (Mc 3,31) não podem compreender a missão e a identidade de Jesus.

Tudo parece loucura. Os que ele reúne, os "que estão ao redor dele" (3,34), são os que compreendem, e para eles as palavras e os gestos de Jesus não só têm sentido, mas dão sentido à vida.

A comunidade dos discípulos é caracterizada não mais pela descendência do sangue, mas pela adesão à pessoa de Jesus Cristo, e pelo dinamismo da busca e realização da vontade de Deus.

Oração

Pai, ensina-me a pautar minha vida pela fidelidade à tua vontade, para que eu faça parte de tua família, fundada pela ação de Jesus.

3. PROCURA INÚTIL?

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A procura de Jesus, por parte de sua mãe e irmãos, à primeira vista parece ter sido inconveniente e inútil. Inconveniente, por ter acontecido numa hora em que o Mestre estava rodeado por muita gente. Afastar-se, naquele momento, significava interromper o ensinamento dirigido ao povo. Inútil, por que, para ele, os laços de sangue tinham pouca importância. Logo, não havia motivo para dar-lhes um tratamento especial.

Entretanto, as coisas não foram bem assim. A chegada da mãe e dos irmãos de Jesus serviu-lhe de motivo para dar um ensinamento de extrema importância: o relacionamento entre os discípulos do Reino teria como ponto de referência a prática da vontade do Pai. Esta seria a maneira pela qual deveria articular-se o novo povo de Deus, para além de parentescos sangüíneos ou da pertença a este ou aquele povo. Doravante, a submissão à vontade do Pai, explicitada nas palavras do Filho, seria a forma de vincular-se ao Reino.

É incorreto interpretar as palavras de Jesus como uma forma de desprezo aos seus familiares. Se assim fosse, estaria indo na contramão da mais elementar piedade bíblica, a qual incluía o respeito aos genitores como algo quase sagrado, e da cultura judaica, fortemente alicerçada nas relações familiares.

Portanto, a procura de sua mãe e de seus irmãos foi de grande utilidade para Jesus, pois motivou-o a ensinar que os laços sangüíneos devem estar submetidos a algo muito mais radical e abrangente: a fidelidade a Deus.

Oração

Pai, ensina-me a pautar minha vida pela fidelidade à tua vontade, para que eu faça parte de tua família, fundada pela ação de Jesus.