São Pio de Pietrelcina

Sexta-feira, 23 de setembro de 2011


Este digníssimo seguidor de S. Francisco de Assis nasceu no dia 25 de maio de 1887 em Pietrelcina (Itália). Seu nome verdadeiro era Francesco Forgione.

Ainda criança era muito assíduo com as coisas de Deus, tendo uma inigualável admiração por Nossa Senhora e o seu Filho Jesus, os quais via constantemente devido à grande familiaridade. Ainda pequenino havia se tornado amigo do seu Anjo da Guarda, a quem recorria muitas vezes para auxiliá-lo no seu trajeto nos caminhos do Evangelho.

Conta a história que ele recomendava muitas vezes as pessoas a recorrerem ao seu Anjo da Guarda estreitando assim a intimidade dos fiéis para com aquele que viria a ser o primeiro sacerdote da história da Igreja a receber os estigmas do Cristo do Calvário.

Com quinze anos de idade entrou no Noviciado da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos em Morcone, adotando o nome de "Frei Pio" e foi ordenado sacerdote em 10 de agosto de 1910 na Arquidiocese de Benevento.

Após a ordenação, Padre Pio precisou ficar com sua família até 1916, por motivos de saúde e, em setembro desse mesmo ano, foi enviado para o convento de São Giovanni Rotondo, onde permaneceu até o dia de sua morte.

Abrasado pelo amor de Deus, marcado pelo sofrimento e profundamente imerso nas realidades sobrenaturais, Padre Pio recebeu os estigmas, sinais da Paixão de Jesus Cristo, em seu próprio corpo.

Entregando-se inteiramente ao Ministério da Confissão, buscava por meio desse sacramento aliviar os sofrimentos atrozes do coração de seus fiéis e libertá-los das garras do demônio, conhecido por ele como "barba azul".

Torturado, tentado e testado muitas vezes pelo maligno, esse grande santo sabia muito da sua astúcia no afã de desviar os filhos de Deus do caminho da fé. Percebendo que não somente deveria aliviar o sofrimento espiritual, recebeu de Deus a inspiração de construir um grande hospital, conhecido como "Casa Alívio do Sofrimento", que se tornou uma referência em toda a Europa. A fundação deste hospital se deu a 5 de maio de 1956.

Devido aos horrores provocados pela Segunda Guerra Mundial, Padre Pio cria os grupos de oração, verdadeiras células catalisadoras do amor e da paz de Deus, para serem instrumentos dessas virtudes no mundo que sofria e angustiava-se no vale tenebroso de lágrimas e sofrimentos.

Na ocasião do aniversário de 50 anos dos grupos de oração, Padre Pio celebrou uma Missa nesta intenção. Essa Celebração Eucarística foi o caminho para o seu Calvário definitivo, na qual entregaria a alma e o corpo ao seu grande Amor: Nosso Senhor Jesus Cristo; e a última vez em que os seus filhos espirituais veriam a quem tanto amavam.

Era madrugada do dia 23 de setembro de 1968, no seu quarto conventual com o terço entre os dedos repetindo o nome de Jesus e Maria, descansa em paz aquele que tinha abraçado a Cruz de Cristo, fazendo desta a ponte de ligação entre a terra e o céu.

Foi beatificado no dia 2 de maio de 1999 pelo Papa João Paulo II e canonizado no dia 16 de junho de 2002 também pelo saudoso Pontífice.

Padre Pio dizia: "Ficarei na porta do Paraíso até o último dos meus filhos entrar!"

São Pio de Pietrelcina, rogai por nós!


Hoje: Início da primavera, Dia do Soldador, Dia do Técnico Industrial e do Técnico em Edificações


Leituras

Primeira Leitura (Ageu 1,15-2,9)
Leitura da profecia de Ageu.

aos vinte e quatro dias do sexto mês. No segundo ano do reinado de Dario, no vigésimo primeiro dia do sétimo mês, a palavra do Senhor fez-se ouvir por intermédio do profeta Ageu nestes termos: "Fala ao governador de Judá, Zorobabel, filho de Salatiel, ao sumo sacerdote Josué, filho de Josedec, e ao resto do povo.

Haverá alguém entre vós que tenha visto esta casa em seu primeiro esplendor? E em que estado a vedes agora! Tal como está, não parece ela insignificante aos vossos olhos? Todavia, ó Zorobabel, tem ânimo, diz o Senhor. Coragem, Josué, filho de Josedec, sumo sacerdote! Coragem todos vós, habitantes da terra, diz o Senhor. Mãos à obra! Eu estou convosco - oráculo do Senhor dos exércitos. Segundo o pacto que fiz convosco quando saístes do Egito, meu espírito habitará convosco. Não temais.

Porque isto diz o Senhor dos exércitos: Ainda um pouco de tempo, e abalarei céu e terra, mares e continentes; sacudirei todas as nações, afluirão riquezas de todos os povos e encherei de minha glória esta casa, diz o Senhor dos exércitos. A prata e o ouro me pertencem - oráculo do Senhor dos exércitos. O esplendor desta casa sobrepujará o da primeira - oráculo do Senhor dos exércitos".


Salmo responsorial 42/43

Espera em Deus! Louvarei novamente o meu Deus salvador!

Fazei justiça, meu Deus, e defendei-me
contra a gente impiedosa;
do homem perverso e mentiroso
libertai-me, ó Senhor!

Sois vós o meu Deus e meu refúgio:
por que me afastais?
Pó que ando tão triste e abatido
pela opressão do inimigo?

Enviai vossa luz, vossa verdade:
elas serão o meu guia;
que me levem ao vosso monte santo,
até a vossa morada!

Então irei aos altares do Senhor,
Deus da minha alegria.
Vosso louvor cantarei ao som da harpa,
meu Senhor e meu Deus!


Evangelho (Lucas 9,18-22)

Num dia em que ele estava a orar a sós com os discípulos, perguntou-lhes: "Quem dizem que eu sou?" Responderam-lhe: "Uns dizem que és João Batista; outros, Elias; outros pensam que ressuscitou algum dos antigos profetas". Perguntou-lhes, então: "E vós, quem dizeis que eu sou?" Pedro respondeu: "O Cristo de Deus".

Ordenou-lhes energicamente que não o dissessem a ninguém. Ele acrescentou: "É necessário que o Filho do Homem padeça muitas coisas, seja rejeitado pelos anciãos, pelos príncipes dos sacerdotes e pelos escribas. É necessário que seja levado à morte e que ressuscite ao terceiro dia".


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Calar ou Anunciar? Quem se arrisca?"

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

A primeira impressão é que Jesus interrompeu a oração para especular a seus discípulos sobre o que o povo pensava a seu respeito. Seria mais lógico imaginarmos que após um momento de oração Jesus quiz ter com eles uma conversa muito séria.

____O mestre estava passando por uma crise de identidade, por acaso?

____Seria muita ingenuidade pensarmos assim, primeiro porque o evangelho é fruto de uma reflexão da comunidade, viveu-se uma experiência profunda com Jesus, depois alguém, ou um grupo de pessoas, colocaram essas experiências por escrito.

____ Jesus foi confundido com João Batista, com o Profeta Elias, mas a resposta de Pedro foi nova e parece que inédita "O Cristo de Deus".

____ Não! A resposta de Pedro expressou o que o grupo pensava, Cristo significa ungido, Aquele que tem uma missão especial, e o termo "de Deus" alude ao envio, significando que Jesus era o Messias esperado.

____Ué? E não está certo? E porque Jesus mandou energicamente que eles nada dissessem a ninguém?

____Pois aí é que está o "xis" da questão. A concepção de um Messias poderoso, forte, libertador como o Rei Davi, ou como o próprio Moisés, até então a maior referência como Libertador do Povo, ou ainda como o Profeta Elias, o Homem de Deus, começou a surgir nomeio do povo no Exílio da Babilônia e foi tomando força cada vez mais nas várias correntes religiosas dentro do Judaísmo. Mas só tinha um problema, o Filho do Homem, antes de qualquer coisa é um homem e como tal irá enfrentar a rejeição, paixão e morte, mas irá ressuscitar.

Estamos longe na linha do tempo Cromos, das comunidades primitivas, entretanto, na pós-modernidade, por conta do consumismo, criaram um Jesus que nada tem de humano, cuja missão é realizar prodígios e mais prodígios, como um Super Herói que se chama na hora do "aperto", esse Jesus modelado por falsos Homens de Deus, inescrupulosos, lotam templos reunindo multidões que buscam a Deus, não pelo que Ele é, mas por aquilo que Ele pode dar...

Esse não é o Jesus do evangelho, revelação do Pai, e inaugurador do Reino Novo, por isso é preciso, diante desse evangelho, nos perguntar com sinceridade: "Que Jesus é o nosso? Será que podemos anunciá-lo ao mundo inteiro, e testemunhá-lo a todas as pessoas? Para alguns pregadores da pós-modernidade, dentro e fora da igreja, melhor seria ouvir a admoestação do Senhor "Calem a boca e não digam nada a ninguém...".

2. "Anúncio da paixão"

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Nos três evangelistas sinóticos encontramos esta narrativa sobre a identidade de Jesus. Contudo, cada evangelista lhe dá uma interpretação particular.

Em Marcos, o primeiro a escrever seu evangelho, a narrativa é como que uma introdução à segunda parte de seu evangelho, caracterizada pelo caminho de Jesus em direção a Jerusalém. Nela temos o primeiro "anúncio da paixão", o qual seguido de mais outros dois, que virão, demarcarão este caminho cujo desfecho é a crucifixão e morte de Jesus.

Enquanto que em Marcos o diálogo entre Jesus e Pedro é tenso, Lucas ameniza este diálogo, colocando-o em um momento de oração de Jesus e removendo a troca de repreensões entre Pedro e Jesus. Está em questão a identidade messiânica davídica de Jesus.

Na narrativa de Marcos, e aqui, em Lucas, a identificação de Jesus como o messias davídico é rejeitada por Jesus. Porém, em Mateus esta identificação é exaltada. Pode-se perceber que Mateus se adapta às comunidades de cristãos judeus para as quais escreve seu evangelho.

3. UMA QUESTÃO FUNDAMENTAL

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Num momento de oração, Jesus questiona os discípulos acerca de uma questão fundamental, formulada em duas etapas. Na primeira, a pergunta - "Quem sou eu, na opinião do povo?" - visa explicitar a maneira como a pessoa de Jesus era considerada por quem o ouvia, era beneficiado por seus milagres e tinha notícias de seus grandes feitos. Enfim, gente sem muita proximidade com ele.

As respostas, elencadas pelos apóstolos, trazem a marca das tradições messiânicas populares. Aí, o Messias é identificado com algum dos profetas do passado, cuja reaparição, na história humana, era sinal da chegada do fim dos tempos.

Na segunda etapa, a pergunta consistiu em saber o pensamento dos discípulos: "Para vocês, quem sou eu?" Tendo privado da intimidade de Jesus, deveriam estar em condições de dar uma resposta mais próxima da realidade, condizente com a verdadeira identidade de Jesus.

É Pedro quem se adianta e responde, em nome do grupo: "Tu és o Cristo de Deus!" Esta resposta revelou, na verdade, um avanço em relação à mentalidade popular. Mais que algum personagem do passado, Jesus era o Ungido, enviado por Deus ao mundo. Sua presença era sinal do amor de Deus pela humanidade.

Apesar de estar correta essa resposta, foi necessário que Jesus acrescentasse algo que os próprios discípulos desconheciam. Embora sendo o Cristo de Deus, Jesus estava para se defrontar, não com um destino de glória, mas sim, de sofrimento, de morte e de ressurreição. Esta era a vontade do Pai!