Hoje a igreja celebra: São Roberto Belarmino
Terça-feira 17 de Setembro — São Roberto Belarmino
Celebramos o grande santo jesuíta, Belarmino, que nasceu em Montepulciano, no centro da Itália, em 1542. Querido pelos pais e de muitas qualidades, era irmão de cinco religiosos, dentre os doze, que enriqueciam a família dos dedicados pais.
Quando os padres da Companhia de Jesus abriram um colégio em Montepulciano, Roberto foi um dos primeiros alunos na matrícula e no desempenho. O contato com os padres fez com que o jovem mudasse sua primeira idéia de ser médico, para inclinar-se em favor da vida religiosa jesuíta.
Depois de conseguir a permissão do pai, que ao contrário da mãe, apresentava uma certa resistência frente a opção do amável filho, Belarmino com 18 anos, iniciou e concluiu de maneira brilhante sua formação religiosa e seus estudos de filosofia e teologia, tanto que antes de ser ordenado sacerdote foi enviado como professor e pregador em Lovaina, na Bélgica, onde ficou dez anos.
Teve importante papel na aplicação do Concílio de Trento, já que ajudou na formação apologética dos teólogos e pregadores responsáveis na defesa da fé. Neste sentido Roberto, muito contribuiu ao escrever sua obra de nome "Controvérsia" e o livro chamado "Catecismo". Em sua obra "Controvérsias", Belarmino explana os seus três grandes amores. Trata da Palavra de Deus, de Cristo cabeça da Igreja e do Sumo Pontífice.
Era também diretor espiritual do Colégio Romano, tendo sob sua responsabilidade a formação ascética dos alunos que muito o respeitavam e admiravam. O Papa Clemente VIII o elevou a cardeal com esta motivação:
"Nós o escolhemos porque não há na Igreja de Deus outro que possa equiparar-se ele em ciência e sabedoria".
Quando ficou muito doente em setembro de 1621, os confrades foram testemunhas do último diálogo dele com Deus: "Ó meu Deus, dai à minha alma, asas de pomba, para que possa voar para junto de vós". Morreu no dia 17 do mesmo mês, e pelos seus escritos recebeu o título de Doutor da Igreja.
São Roberto Belarmino, rogai por nós!
Hoje:
Leituras
Primeira Leitura (Timóteo 3,1-13) Leitura da carta de São Paulo a Timóteo.
Eis uma coisa certa: quem aspira ao episcopado, saiba que está desejando uma função sublime.
Porque o bispo tem o dever de ser irrepreensível, casado uma só vez, sóbrio, prudente, regrado no seu proceder, hospitaleiro, capaz de ensinar.
Não deve ser dado a bebidas, nem violento, mas condescendente, pacífico, desinteressado; deve saber governar bem a sua casa, educar os seus filhos na obediência e na castidade.
Pois quem não sabe governar a sua própria casa, como terá cuidado da Igreja de Deus?
Não pode ser um recém convertido, para não acontecer que, ofuscado pela vaidade, venha a cair na mesma condenação que o demônio.
Importa, outrossim, que goze de boa consideração por parte dos de fora, para que não se exponha ao desprezo e caia assim nas ciladas diabólicas.
Do mesmo modo, os diáconos sejam honestos, não de duas atitudes nem propensos ao excesso da bebida e ao espírito de lucro; que guardem o mistério da fé numa consciência pura.
Antes de poderem exercer o seu ministério, sejam provados para que se tenha certeza de que são irrepreensíveis.
As mulheres também sejam honestas, não difamadoras, mas sóbrias e fiéis em tudo.
Os diáconos não sejam casados senão uma vez, e saibam governar os filhos e a casa.
E os que desempenharem bem este ministério, alcançarão honrosa posição e grande confiança na fé, em Jesus Cristo.
- Palavra do Senhor.
- Graças a Deus.
Salmo responsorial100/101
Viverei na pureza do meu coração!
Eu quero cantar o amor e a justiça, cantar os meus hinos a vós, ó Senhor! Desejo trilhar o caminho do bem, mas quando vireis até mim, ó Senhor!
Viverei na pureza do meu coração, no meio de toda a minha família. Diante dos olhos eu nunca terei qualquer coisa má, injustiça ou pecado.
Farei que se cale diante de mim quem é falso e, às ocultas, difama seu próximo; o coração orgulhoso, o olhar arrogante não vou suportar e não quero nem ver.
Aos fiéis desta terra eu volto meus olhos; que eles estejam bem perto de mim! Aquele que vive fazendo o bem será meu ministro, será meu amigo.
Evangelho (Lucas 7,11-17)
— O Senhor esteja convosco. — Ele está no meio de nós. — Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas. — Glória a vós, Senhor.
No dia seguinte dirigiu-se Jesus a uma cidade chamada Naim. Iam com ele diversos discípulos e muito povo.
Ao chegar perto da porta da cidade, eis que levavam um defunto a ser sepultado, filho único de uma viúva; acompanhava-a muita gente da cidade.
Vendo-a o Senhor, movido de compaixão para com ela, disse-lhe: "Não chores!" E aproximando-se, tocou no esquife, e os que o levavam pararam. Disse Jesus: "Moço, eu te ordeno, levanta-te".
Sentou-se o que estivera morto e começou a falar, e Jesus entregou-o à sua mãe.
Apoderou-se de todos o temor, e glorificavam a Deus, dizendo: "Um grande profeta surgiu entre nós: Deus voltou os olhos para o seu povo".
A notícia deste fato correu por toda a Judéia e por toda a circunvizinhança.
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
Comentário do Evangelho
A iniciativa é de Jesus, provocada pela sua compaixão.
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
O relato do evangelho é próprio a Lucas. Inspira-se em 1Rs 17,8-24, no episódio do filho de uma viúva, em Sarepta.
Jesus vai para Naim, pequeno vilarejo entre Cafarnaum e a Samaria. É acompanhado de seus discípulos e de grande multidão (v. 11). Às portas da cidade Jesus e seus discípulos se encontram com outro grupo: "levavam um morto para enterrar, um filho único, cuja mãe era viúva. Uma grande multidão da cidade a acompanhava" (v. 12). O paralelo é evidente: os dois grupos caminham em direções opostas; o primeiro segue um homem poderoso em gestos e palavras, o segundo grupo, um morto. Até este ponto a descrição da cena e dos personagens é puramente objetiva. De repente somos surpreendidos por uma focalização interna, a menção da compaixão de Jesus: "Ao vê-la, o Senhor encheu-se de compaixão por ela e disse: 'Não chores!'" (v. 13). A iniciativa é de Jesus, provocada pela sua compaixão. A palavra de Jesus permite entrar no coração das pessoas. É por Jesus que somos informados do sofrimento da mulher: "não chores mais" (v. 13) e a idade do morto: um "jovem" (v. 14). Não é da morte que Jesus tem compaixão, nem do morto, mas da pessoa que sofre. O acento de todo o episódio é posto em Jesus, sobre sua compaixão e sua palavra poderosa. Nomeando Jesus como senhor no versículo 13, o narrador nos informa que se trata do Senhor da vida que se dirige à viúva.
Nesta passagem não é a morte nem o morto que importam, nem mesmo o retorno à vida, mas que uma mãe já viúva tenha perdido o seu filho único. O retorno à vida não é o objetivo da iniciativa de Jesus. Mas, a consolação da mãe que chora. A ação de Jesus termina com uma observação: "E Jesus o entregou à sua mãe" (v. 15b). O texto apresenta uma transformação que se dá não somente pelo retorno de um jovem à vida, mas das duas multidões que, primeiramente separadas, são reunidas, num segundo momento, no louvor a Deus. A passagem de Jesus por Naim possibilita um duplo reconhecimento, a saber, da identidade de Jesus (Profeta) e da visita salvífica de Deus (cf. v. 16).
Lucas situou o episódio do filho da viúva de Naim antes do da mulher pecadora (7,36-50). A razão: ele quer ir da morte física à espiritual, da ressurreição física à espiritual. Procedimento semelhante ele utilizará com relação aos dois tipos de cegueira (18,35-43; 19,1-10).
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