São Romualdo

Terça-feira, 19 de junho de 2012


Nasceu em Ravena (Itália) no ano de 952. Deixou-se influenciar livremente numa vida distante do Evangelho. Sua juventude era feita de caça, exercícios bélicos e diversões. A diversão era o centro de sua vida. A vaidade era o seu deus. Uma vida sem sentido acompanhava aquele jovem.

Um acontecimento foi o ponto da "virada" em sua história: seu pai tinha um temperamento nervoso e matou, na presença de Romualdo, um inimigo pessoal. Foi nesta altura que Romualdo percebeu os caminhos e ambições que a sua família vivia, e começou a repensar sua história, ao ponto de se dirigir para uma alta montanha e lá conhecer um Mosteiro Beneditino, onde pediu acolhida para reflexão.

Ficou ali durante três anos e tornou-se monge. Saiu das vaidades do mundo e encontrou em Deus o sentido para tudo.

Deus quis dele ainda mais: fez dele fundador da Ordem Camaldulense, marcada pelo silêncio, pelo trabalho e pela penitência.

São Romualdo formou dois homens em sua Ordem que se tornaram Papas.

Com 75 anos, já estava consumido na vivência do carisma de sua Ordem. Viveu a radicalidade do Evangelho pela ação do Espírito Santo.

Peçamos a transformação de nosso coração e que Jesus seja o centro de nossa vida.

São Romualdo, rogai por nós!


Hoje:

Dia do Cinema Brasileiro


Leituras

Leitura (1 Reis 21,17-29)
Leitura do primeiro livro dos Reis.

21 17 Então a palavra do Senhor foi dirigida a Elias, o tesbita: 18 "Vai; desce ao encontro de Acab, rei de Israel, que mora em Samaria, ei-lo que desce a tomar posse da vinha de Nabot.
19 Dir-lhe-ás: 'Isto diz o Senhor: Mataste, e agora usurpas!' - E ajuntarás: 'Eis o que diz o Senhor: No mesmo lugar em que os cães lamberam o sangue de Nabot, lamberão também o teu'.
20 Acab exclamou: "Encontraste-me de novo, ó meu inimigo?" "Sim!", respondeu Elias. "Porque te vendeste para fazer o mal aos olhos do Senhor.
21 Farei cair o mal sobre ti, varrer-te-ei, exterminarei da família de Acab em Israel todo varão, seja escravo ou livre.
22 Farei de tua casa o que fiz da de Jeroboão, filho de Nabat, e da de Baasa, filho de Aías, porque me provocaste à ira e arrastaste Israel ao pecado.
23 E eis agora o que diz o Senhor contra Jezabel: 'Os cães devorarão Jezabel na terra de Jezrael.
24 Todo membro da família de Acab que morrer na cidade será devorado pelos cães, e o que morrer no campo será comido pelas aves do céu'".
25 Com efeito, não houve ninguém que praticasse tanto o mal aos olhos do Senhor como Acab, excitado como era por sua mulher Jezabel.
26 Levou a abominação ao extremo, seguindo os ídolos dos amorreus, que o Senhor tinha expulsado de diante dos israelitas.
27 Ouvindo estas palavras, Acab rasgou suas vestes, cobriu-se com um saco e jejuou; dormia, envolto no saco e andava a passos lentos.
28 Então a Palavra do Senhor foi dirigida a Elias, o tesbita, nestes termos:
29 "Viste como Acab se humilhou diante de mim? Pois que ele assim procedeu, não mandarei o castigo durante a sua vida, mas nos dias de seu filho farei vir a catástrofe sobre a sua casa".


Salmo l 50/51

Misericórdia, ó Senhor, porque pecamos!

Tende piedade, ó meu Deus, misericórdia!
Na imensidão de vosso amor, purificai-me!
Lavai-me todo inteiro do pecado
e apagai completamente minha culpa!

Eu reconheço toda a minha iniqüidade,
o meu pecado está sempre à minha frente.
Foi contra vós, só contra vós, que eu pequei
e pratiquei o que é mau aos vossos olhos!

Desviai o vosso olhar dos meus pecados
e apagai todas as minhas transgressões!
Da morte como pena, libertai-me,
e minha língua exaltará vossa justiça!


Evangelho (Mateus 5,43-48)

5 43 Disse Jesus: "Tendes ouvido o que foi dito: Amarás o teu próximo e poderás odiar teu inimigo.
44 Eu, porém, vos digo: amai vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam, orai pelos que vos perseguem.
45 Deste modo sereis os filhos de vosso Pai do céu, pois ele faz nascer o sol tanto sobre os maus como sobre os bons, e faz chover sobre os justos e sobre os injustos.
46 Se amais somente os que vos amam, que recompensa tereis? Não fazem assim os próprios publicanos?
47 Se saudais apenas vossos irmãos, que fazeis de extraordinário? Não fazem isto também os pagãos?
48 Portanto, sede perfeitos, assim como vosso Pai celeste é perfeito".


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. “O Pai Celeste é a nossa referência”

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Jesus nesse evangelho acrescenta algo ao Amor que vai se tornar inédito e revolucionário: o Amor que respeita a Liberdade do outro! Claro que o amor já é perfeito em si mesmo, desde que seja autentico, porque na sociedade há certos tipos de “amor”, mais falso do que uma nota de Doze Reais. Mas a Liberdade torna o Amor ainda mais bonito, poderíamos dizer que ela realça ainda mais a beleza que o Amor tem. No que consiste amar com liberdade, exatamente em não dominar e não sufocar quem nós amamos.

O nosso amor, diferente do amor de Deus, é dominador, exigente, condicionado. Somos capazes de morrer por quem amamos, desde que o outro também seja capaz de morrer por nós. O marido ama a esposa de paixão, desde que ela sempre o ame também. A Mãe ama seus filhos, mas espera deles uma retribuição, que sejam bons, que só lhes deem alegrias e não aborrecimentos, a verdade é uma só, queremos e gostamos de amar as pessoas que são boas para nós. Dizia-me outro dia uma mãe “Olha Diácono, meus dois filhos são uns amores, só me dão alegria, nunca me deram aborrecimento”, ou seja, precisamos que as pessoas nos deem boas razões para que a amemos.

Esse amor mercantilizado infesta todos os outros amores, conjugal, filial, paternal, maternal, filial, inclusive o modo de amar os irmãos e irmãs na comunidade, e o grande problema é que confundimos isso com o amor Cristão, achamos que foi isso que Jesus quis dizer com o mandamento novo “Amai-vos uns aos outros”. Esse evangelho desmascara esse amor que é medíocre e que está muito longe do Amor de Deus. Basta que cada um de nós se pergunte, com toda sinceridade, que motivos nós damos para que Deus nos ame? Certamente vamos concluir rapidinho, que ao contrário, nossas ações merecem muito mais o castigo Divino.

Por isso que nesse evangelho, ao ensinar os seus discípulos a amarem seus inimigos, e fazer o bem aos que os odeiam....Jesus imediatamente acrescenta “Deste modo sereis Filhos do Vosso Pai do Céu....e no final completará “sedes perfeitos, assim como o vosso Pai Celeste é perfeito”. Em Deus não há maldade, crueldade, espírito vingativo, ranços e ressentimentos. Muitos cristãos ainda não pensam dessa forma porque não experimentaram esse Amor de Deus manifestado em Jesus Cristo.

Quando amamos verdadeiramente as pessoas, damos a elas a total liberdade, até de não nos amar, sem que isso comprometa o nosso amor. É assim que Deus nos ama, a ponto de Santa Terezinha dizer em seus escritos “Deus não nos ama porque somos bons, mas para que sejamos bons”. Se amarmos assim, seremos verdadeiramente Filhos e Filhas de Deus, e o nosso amor terá o aval de Deus, o selo de qualidade e o certificado de autenticidade. Diferente disso, não conseguirá passar no “Controle de Qualidade” final, porque diante de Deus, o que é autêntico permanece, o que é falso se desfaz como as geleiras ao sol.

2. Apelo de Jesus à conversão

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

A figura do inimigo esta profundamente enraizada na religião de Israel e são inúmeras as referências hostis aos inimigos no Antigo Testamento. As concepções de povo eleito e de terra prometida fundamentavam a histórica segregação e conflito com os demais povos. O próprio deus assumia o ódio aos inimigos e os destruía: "Se escutares fielmente a voz do anjo e fizeres tudo o que eu disser, então, serei inimigo dos teus inimigos e adversário dos teus adversários" (Ex 23,22); "Deus parte a cabeça dos seus inimigos e o cabeludo crânio do que anda nos seus próprios delitos" (Sl 68,22).

O apelo de Jesus à conversão tem o sentido tanto de mudança das referências religiosas da antiga tradição de Israel como dos sentimentos pessoais. A revelação do Deus Amor abre o caminho da perfeição a todos. A compreensão de que somos todos filhos do Deus Pai e Mãe e a percepção de que seu amor é sem limites levam à fraternidade universal, à solidariedade e à partilha, vivendo-se com alegria e tendo como meta a união e a Paz.

3. A PERFEIÇÃO DO AMOR

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A exigência de amar os inimigos revolucionou a mentalidade dos discípulos do Reino. O AT recomendava agir com deferência em relação aos inimigos, mormente em certas circunstâncias especiais. A Lei obrigava a reconduzir o boi do inimigo, caso se tivesse desgarrado da manada. Ao inimigo faminto e sedento, dever-se-ia dar comida e bebida. Ninguém poderia alegrar-se com a queda do inimigo. No entanto, não encontramos aí um ensinamento preciso acerca do amar os inimigos. Jesus deu um passo considerável em relação à tradição judaica.

O amor evangélico supera o nível do puro sentimento ou o da relação de amizade. Amar consiste em estabelecer uma comunhão profunda com o outro, tornar-se seu intercessor junto do Pai - "Orai por aqueles que vos perseguem e caluniam" -, desejar-lhe, ao saudá-lo, um shalom pleno, ou seja, saúde, prosperidade e bem-estar, e implorar para ele as bênçãos divinas - "Bendizei aqueles que vos maldizem".

O amor recusa-se a nutrir desejos de vingança contra o inimigo. Antes, esforça-se continuamente para fazer-lhe o bem.

A motivação do amor ao próximo funda-se no modo de agir do Pai. Quando se trata de fazer o bem às pessoas, ele não as divide entre más e boas, justas e injustas, de forma a conceder benefícios a umas e punição a outras.

A perfeição do amor consiste na imitação do modo divino de agir. Por isso, o ideal do discípulo é ser perfeito como o Pai dos céus.