19-11-2013 — São Roque González e companheiros mártires
Com alegria celebramos a santidade destes Jesuítas que deram a vida pela fé, amor e esperança em Jesus Cristo, são eles: Roque González e seus companheiros Afonso Rodríguez e João del Castillo.
Roque González nasceu em Assunção do Paraguai, em 1576, e estudou com os Padres Jesuítas, que muito ajudaram-no a desenvolver seus dotes humanos e espirituais.
O coração de Roque González sempre se compadeceu com a realidade dos indígenas oprimidos, por isso ao se formar e ser ordenado Sacerdote do Senhor, aos 22 anos de idade, foi logo trabalhar como padre diocesano numa aldeia carente. São Roque, sempre obediente à vontade do Pai do Céu, entrou no noviciado da Companhia de Jesus, com 33 anos, e acompanhado com outros ousados missionários, aceitou a missão de pacificar terríveis indígenas.
São Roque González fez de tudo para ganhar a todos para Cristo, portanto aprendeu além das línguas indígenas, aprofundou-se em técnicas agrícolas, manejo dos bois e vários outros costumes da terra. Os Jesuítas – bem ao contrário do que muitos contam de forma injusta – tinham como meta a salvação das almas, mas também a promoção humana, a qual era e é a consequência lógica de toda completa evangelização.
Certa vez numa dessas reduções que levavam os indígenas para a vida em aldeias bem estruturadas e protegidas dos colonizadores, Roque González com seus companheiros foram atacados, dilacerados e martirizados por índios ferozes fechados ao Evangelho e submissos a um feiticeiro, que matou o corpo mas não a alma destes que, desde 1628, estão na Glória Celeste.
Em 1988, o Papa João Paulo II canonizou os três primeiros mártires sul-americanos: São Roque González, Santo Afonso Rodríguez e São João del Castillo.
São Roque González e companheiros mártires, rogai por nós!
Hoje:
Leituras
Primeira Leitura (2 Macabeus 6,18-31) Leitura do segundo livro dos Macabeus.
Havia certo homem já de idade avançada e de bela aparência, Eleazar, que se sentava no primeiro lugar entre os doutores da lei. Queriam coagi-lo a comer carne de porco, abrindo-lhe a boca à força.
Mas ele, cuspindo e preferindo morrer com honra a viver na infâmia,caminhou voluntariamente para o instrumento de tortura, como devem caminhar os que têm a coragem de rejeitar o que não é permitido comer por amor à vida.
Ora, os encarregados desse ímpio banquete ritual, já desde muito tempo possuíam relações de amizade com Eleazar. Tomaram-no à parte e rogaram-lhe que fizesse trazer as carnes permitidas, que ele mesmo tivesse preparado, para comê-las como se fossem carnes do sacrifício, conforme ordenara o rei.
Desse modo, ele seria preservado da morte, e granjearia sua benevolência em vista da antiga amizade.
Mas Eleazar, tomando uma bela resolução, digna de sua idade, da autoridade que lhe conferia sua velhice, do prestígio que lhe outorgavam seus cabelos brancos, da vida íntegra conservada desde a infância, digna sobretudo das sagradas leis estabelecidas por Deus, preferiu ser conduzido à morte. "Não é próprio da nossa idade", respondeu ele, "usar de tal fingimento, para não acontecer que muitos jovens suspeitem de que Eleazar, aos noventa anos, tenha passado aos costumes estrangeiros.
Eles mesmos, após o meu gesto hipócrita, e por um pouco de vida, se deixariam arrastar por causa de mim, e isso seria para a minha velhice a desonra e a vergonha.
E mesmo se eu me livrasse agora dos castigos dos homens, não poderia escapar, nem vivo nem morto, das mãos do Todo-poderoso.
Sendo assim, se eu morrer agora corajosamente, mostrar-me-ei digno de minha velhice, e terei deixado aos jovens um nobre exemplo de zelo generoso, segundo o qual é preciso dar a vida pelas santas e veneráveis leis". Ditas estas palavras, ele dirigiu-se ao suplício.
Aqueles que o levavam transformaram em dureza a benevolência, que pouco antes haviam tido para com ele, julgando insensatas suas palavras.
E quando ele estava prestes a morrer sob os golpes, exclamou entre suspiros: "O Senhor que possui a ciência santíssima o vê: podendo eu livrar-me da morte, sofro em meu corpo os tormentos cruéis dos açoites, mas os suporto com alma alegre porque é a ele que temo".
Dessa maneira passou à outra vida, deixando com sua morte não somente aos jovens, mas também a toda a sua gente, um exemplo de coragem e um memorial de virtude.
- Palavra do Senhor!
- Graças a Deus.
Salmo responsorial 3
É o Senhor quem me sustenta e me protege!
Quão numerosos, ó Senhor, os que me atacam; quanta gente se levanta contra mim! Muitos dizem, comentando a meu respeito: “Ele não acha a salvação junto de Deus!”
Mas sois vós o meu escudo protetor, a minha glória que levanta minha cabeça! Quando eu chamei em alta voz pelo Senhor, do monte santo ele meu ouviu e respondeu.
Eu me deito e adormeço bem tranqüilo; acordo em paz, pois o Senhor é meu sustento. Não terei medo de milhares que me cerquem e, furiosos, se levantam contra mim. Levantai-vos, ó Senhor, vinde salvar-me!
Evangelho (Lucas 19,1-10)
— O Senhor esteja convosco.
— Ele está no meio de nós.
— Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas.
— Glória a vós, Senhor.
Jesus entrou em Jericó e ia atravessando a cidade.
Havia aí um homem muito rico chamado Zaqueu, chefe dos recebedores de impostos.
Ele procurava ver quem era Jesus, mas não o conseguia por causa da multidão, porque era de baixa estatura.
Ele correu adiante, subiu a um sicômoro para o ver, quando ele passasse por ali.
Chegando Jesus àquele lugar e levantando os olhos, viu-o e disse-lhe: “Zaqueu, desce depressa, porque é preciso que eu fique hoje em tua casa”. Ele desceu a toda a pressa e recebeu-o alegremente.
Vendo isto, todos murmuravam e diziam: “Ele vai hospedar-se em casa de um pecador”.
Zaqueu, entretanto, de pé diante do Senhor, disse-lhe: “Senhor, vou dar a metade dos meus bens aos pobres e, se tiver defraudado alguém, restituirei o quádruplo”.
Disse-lhe Jesus: “Hoje entrou a salvação nesta casa, porquanto também este é filho de Abraão”. Pois o Filho do Homem veio procurar e salvar o que estava perdido.
- Palavra da Salvação.
- Glória a Vós, Senhor!
Comentário do Evangelho
O Discípulo de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
A Palavra "mundo" é largamente empregada pelo evangelista João, mas as vêzes com sentido diferente, neste evangelho por exemplo, mundo não é o planeta ou a Obra da Criação, mas sim o mundo do mal, dos que deliberadamente se opõe a Verdade que Deus revelou em Jesus. Odiar é o contrário do Amar, o amor quer a Vida do outro e a sua alegria, o Ódio quer a morte e a destruição daquele que é odiado.
O homem quer um Deus forte e poderoso, um ser de moral irrepreensível, seguidor da lei de Moisés, um Deus que privilegie os justos e santos, e que castigue implacavelmente os injustos e pecadores. Um Deus que continue a ter uma raça escolhida, exemplo de pessoas boas, sinceras, e que por isso mesmo são sempre abençoadas com longa vida, e bens materiais. Um Deus que se valorize e que não se misture com os míseros mortais.
O primeiro problema na relação da comunidade judaica tradicional com Jesus, Ele não atende essa expectativa e ainda por cima, se relaciona com pessoas que nem de longe fazem parte da "raça escolhida e Nação Santa". Mas o que provocou o ódio e a rejeição a Jesus por parte dos Judeus tradicionais, foi ele ter se apresentado como Filho de Deus, o grande esperado e não havia outro.
Os seguidores autênticos de Jesus o imitam em tudo, ensinam suas palavras, realizam as mesmas obras, ou seja, dão continuidade á Missão de Jesus tornando-se assim a prova inequívoca de que Jesus ressuscitou, está vivo e caminha com eles. Quem odeia a alguém, quer ver esse alguém morto, esmagado e destruído para sempre, e alguém que lembre4 essa presença, só fará aumentar o ódio dos seus opositores.
Na contemporaneidade essa rejeição e esse ódio por Jesus, seu evangelho e seu reino, continua. Muda-se a referência, os Judeus conservadores o odiavam porque ele não correspondia ao modelo de Messias que eles acreditavam, a partir de suas tradições e da escritura, já o homem da pós modernidade quer um Jesus que seja á sua imagem e semelhança, adequado a um estilo de vida que privilegie a busca de prazer, de realização pessoal, em um egocentrismo exacerbado onde o homem é o deus de si mesmo.
Qualquer postura, pensamento ou atitude que contrarie tudo isso, irá atrair ódio e rejeição. O discípulo de Jesus sempre navega contra a correnteza!