São Rosendo

Terça-feira, 01 de março de 2011


São Rosendo nasceu no ano de 907, em Monte Córdova, dentro de uma família muito religiosa. Seus pais foram o Conde D. Guterre Mendez de Árias e Santa Ilduara.

Adolescente, passou Rosendo a Mondoñedo, onde seu tio paterno, Savarico, era bispo. É de presumir que tenha prosseguido os estudos nalgum mosteiro beneditino.

Em 925, apenas com dezoito anos, sucede ao bispo de Mondoñedo, sendo muito bem recebido. Esforçou-se por restabelecer e e consolidar a paz, reconstruindo - ajudado pelos pais - os mosteiros e igrejas que tinham sofrido com a desordem. Assim serenou e conquistou os abades de toda a Galiza, que formavam a nobreza eclesiástica; e atraiu a nobreza civil, a que estava muito ligado pelo sangue. Libertou os escravos dependentes da mitra e trabalhou para que os outros senhores fizessem o mesmo; ficou sendo o pai de todos os libertos.

Depois de ser bispo de Mondoñedo, passou a sê-lo de Dume. Veio a Portugal visitar o mosteiro em que era abadessa sua parente, Santa Senhorinha. Desejando apresentar uma comunidade-modelo, conseguiu regressar e edificar um grande mosteiro, depois de um irmão e uma prima lhe terem cedido a quinta de Villar, na diocese de Orense. Obteve doações de ricos e pobres, sobretudo da mãe. Ao fim de oito anos de construção, num domingo do ano de 942 inaugurou a casa, que se ficou chamando Celanova: recebeu as felicitações de 11 bispos da Galiza e de Leão; foi saudado por 24 condes; prestaram-lhe homenagem muitos abades, presbíteros, diáconos e monges; e ouviu os aplausos da multidão.

Ficou abade de Celanova o monge Franquila. E São Rosendo voltou a Mondoñedo a extinguir rancores, sufocar conspirações, acalmar avarezas e pacificar famílias. Entre 944 e 948, depois de renunciar o bispado, retirou-se para Celanova. Mas foi preciso que substituísse alguns parentes seus, na autoridade que lhes pertencera, pois esses tinham-se revoltado contra Ordonho III (955). Administrou a diocese de Iria-Compostela pelo ano de 970, quando a região era assolada por violentas incursões normandas.

Veio a falecer em Celanova, no 1º de março de 977, com testamento que reflete fé, ciência escriturística, humildade, amor à Ordem Beneditina, predileção por Celanova e desejo de viver na eternidade como vivera os seus dias de afadigado peregrinar na terra: "sob a providência de Deus".

São Rosendo, rogai por nós!

[CANÇÃO NOVA]

Terça-feira da 8ª semana do Tempo Comum


Livro de Eclesiástico 35,1-12.

Aquele que observa a Lei faz numerosas oferendas; oferece sacrifício salutar o que guarda os preceitos.

Aquele que se mostra generoso oferece flor de farinha, e o que usa de misericórdia oferece um sacrifício de louvor.

Fugir do mal é o que agrada ao Senhor, e quem fugir da injustiça obtém o perdão dos pecados.

Não te apresentes diante do Senhor com as mãos vazias, porque todos estes ritos obedecem a um preceito.

A oblação do justo enriquece o altar, e o seu perfume sobe ao Altíssimo.

O sacrifício do justo é aceitável, a sua memória não será esquecida.

Dá glória a Deus com generosidade e não regateies as primícias das tuas mãos.

Faz todas as tuas oferendas com semblante alegre, consagra os dízimos com alegria.

Dá ao Altíssimo, segundo o que Ele te tem dado; dá com ânimo generoso, segundo as tuas posses, porque o Senhor retribuirá a dádiva, recompensar-te-á de tudo, sete vezes mais.

Não procures corrompê-lo com presentes, porque não os aceitará; não te apoies num sacrifício injusto.

Pois o Senhor é um juiz, e não faz distinção de pessoas.


Livro de Salmos 50(49),5-6.7-8.14.23.

"Reuni junto a mim os que me são fiéis, os que selaram a minha aliança com um sacrifício."

Até os céus proclamarão a sua justiça, porque Deus é quem julga.

"Escuta, meu povo, sou Eu quem vai falar; Israel, vou testemunhar contra ti: Eu sou o Senhor, teu Deus.

Não te repreendo por causa dos teus sacrifícios; os teus holocaustos estão sempre na minha presença.

Oferece a Deus um sacrifício de louvor e cumpre as promessas feitas ao Altíssimo.

Honra-me quem oferece o sacrifício de louvor; a quem anda por este caminho farei participar da salvação de Deus.


Evangelho segundo S. Marcos 10,28-31.

Pedro começou a dizer-lhe: «Aqui estamos nós que deixámos tudo e te seguimos.»

Jesus respondeu: «Em verdade vos digo: quem deixar casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos ou campos por minha causa e por causa do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, no tempo presente, em casas, e irmãos, e irmãs, e mães, e filhos, e campos, juntamente com perseguições, e, no tempo futuro, a vida eterna.

Muitos dos que são primeiros serão últimos, e muitos dos que são últimos serão primeiros.»


Comentário ao Evangelho

Por : Tomás de Celano

Deixar tudo para O seguir

Havia já quarenta anos que Clara, segundo a comparação utilizada por São Paulo (1Cor 9, 24), corria no estádio da grande pobreza. Ela aproximava-se da meta da sua vocação celeste e da recompensa prometida ao vencedor. [...] A Divina Providência apressava-Se a cumprir o que havia previsto para Clara: Cristo quer introduzir a pobrezinha no Seu palácio real no termo da sua peregrinação. Quanto a ela, aspirava com todo o arrebatamento do seu desejo [...] contemplar, reinando no alto em toda a Sua glória, o Cristo que imitara na Terra na sua pobreza. [...]

Todas as suas filhas estavam reunidas em torno do leito da mãe. [...] Dirigindo-se então a si mesma, Clara disse à sua alma: «Parte com toda a segurança, pois tens um bom guia para o caminho. Parte, pois Aquele que te criou também te santificou; Ele sempre te protegeu e amou com um amor terno, como uma mãe ama o seu filho. Abençoado sejas, Senhor, Tu que me criaste!» Uma irmã perguntou-lhe a quem se dirigia ela. Clara respondeu: «À minha alma abençoada». O seu guia para o caminho não estava longe. Com efeito, voltando-se para uma das suas filhas, perguntou-lhe: «Estás a ver o Rei de glória que eu entrevejo?» [...]

Bendita seja a sua saída deste vale de misérias, uma saída que foi para ela a entrada na vida bem-aventurada! Em recompensa dos seus jejuns neste mundo, conhece agora a alegria que reina à mesa dos santos; em troca dos andrajos e das cinzas, entrou na posse da beatitude do Reino dos Céus onde está vestida com as vestes da glória eterna. [EVANGELHO QUOTIDIANO]