São Sérgio
Terça-feira, 25 de setembro de 2012
"Contemplando a Santíssima Trindade, vencer a odiosa divisão deste mundo".
Esta frase reflete a alma contemplativa do santo de hoje, São Sérgio, considerado o "São Bento" da Rússia cristã. Na antiga Rússia o Cristianismo penetrou por volta do século IX, sendo Vlademiro, o primeiro príncipe a se converter ao Cristianismo, isto em 1010.
A religião do Cristo esteve sempre na Rússia, ligada mais ao Oriente do que a Roma. Monge Sérgio, tornou-se o grande evangelizador do século XIV, pois através de numerosos mosteiros irradiava a cultura e a verdadeira fé.
Após deixar o declínio da vida monástica na Rússia, Sérgio experimentou, com seu irmão, a construção numa floresta virgem de uma capela dedicada à Santíssima Trindade, devoção desconhecida naquele povo.
O irmão não aguentou, mas com firmeza e santidade, o santo de hoje atraiu a muitos até que edificaram um mosteiro em louvor a Santíssima Trindade.
Ordenado sacerdote para o melhor exercício da vocação de formar os monges na fundamental regra da oração e do trabalho, viveu São Sérgio: os "filhos", a pobreza, a mansidão e total confiança na Divina Providência.
São Sérgio escreveu tanto que é considerado o grande educador nacional do povo russo. Faleceu com quase 80 anos de idade em 25 de setembro de 1392 no mosteiro da Santíssima Trindade.
São Sérgio, rogai por nós!
Hoje:
Dia Nacional do Trânsito
Leituras
Leitura (Provérbios 21,1-6.10-13)
Leitura do livro dos Provérbios.
21 1 O coração do rei é uma água fluente nas mãos do Senhor: ele o inclina para qualquer parte que quiser.
2 Os caminhos do homem parecem retos aos seus olhos, mas cabe ao Senhor pesar os corações.
3 A prática da justiça e da eqüidade vale aos olhos do Senhor mais que os sacrifícios.
4 Olhares altivos ensoberbecem o coração; o luzeiro dos ímpios é o pecado.
5 Os planos do homem ativo produzem abundância; a precipitação só traz penúria.
6 Tesouros adquiridos pela mentira: vaidade passageira para os que procuram a morte.
10 A alma do ímpio deseja o mal; nem mesmo seu amigo encontrará graça a seus olhos.
11 Quando se pune o zombador, o simples torna-se sábio; quando se adverte o sábio, ele adquire a ciência.
12 O justo observa a cada do ímpio e precipita os maus na desventura.
13 Quem se faz de surdo aos gritos do pobre não será ouvido, quando ele mesmo clamar.
Salmo 118/119
Guiai-me, Senhor, no caminho de vossos preceitos!!
Feliz o homem sem pecado em seu caminho,
E então meditarei vossos prodígios!
Fazei-me conhecer vossos caminhos,
E então meditarei vossos prodígios!
Escolhi seguir a trilha da verdade,
Diante de mim eu coloquei vossos preceitos.
Dai-me o saber, e cumprirei a vossa lei
E de todo o coração a guardarei.
Guiai meus passos no caminho que traçastes,
Pois só nele encontrarei felicidade.
Cumprirei constantemente a vossa lei;
Para sempre, eternamente, a cumprirei!
Evangelho (Lucas 8,19-21)
Naquele tempo, 8 19 a mãe e os irmãos de Jesus foram procurá-lo, mas não podiam chegar-se a ele por causa da multidão.
20 Foi-lhe avisado: "Tua mãe e teus irmãos estão lá fora e desejam ver-te".
21 Ele lhes disse: "Minha mãe e meus irmãos são estes, que ouvem a palavra de Deus e a observam".
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. A Família de Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Percebemos nas diversas sentenças do Livro dos Provérbios, que abre essa liturgia, uma afirmação muito séria logo de início: Até o Rei, que é soberano, deve deixar-se guiar por Deus e nenhum homem é juiz de si mesmo, mas a sua retidão é determinada por Deus, pois somente ele conhece e sonda o coração do ser humano. Quando o homem é arrogante e cheio de orgulho, só manifesta a escuridão e não deixa aparecer a luz de Deus. Todas as demais sentenças aplicam-se a esta Verdade: É Deus que nos aponta por onde ir pois os projetos do homem são muitas vezes enganosos e não levam a lugar algum.
Por isso que encontramos no Salmista essa súplica que deve ser constante em nossa vida “Guiai-me, Senhor, nos caminhos dos vossos preceitos”, pois Deus é a estrada, e ao mesmo tempo o destino a ser alcançado. Este caminho tornou-se mais nítido em Jesus Cristo, pelo qual o Pai se manifestou, se revelou e falou diretamente aos homens. Antes, os instrumentos dos quais Deus se serviu, eram homens que poderiam se enganar, como de fato muitos se enganaram, mas no templo da plenitude a Palavra de Deus tornou-se carne e tornou-se imprescindível escutá-la e pô-la em prática pois Jesus não apenas nos mostra o caminho, mas ele é o caminho.
Os que ouvem esta palavra e a coloca em prática tornam-se íntimos de Jesus, criando com ele um forte laço, mais poderoso do que qualquer parentesco como mostra o evangelho. Talvez possamos pensar que neste evangelho, a mãe de Jesus foi relegada a um segundo plano. Primeiramente é preciso saber que, o termo Mãe designava a Matriarca da Família, seria ela a Bisavó ou a Tataravó, aquela que tinha autoridade sobre a família, por esta razão ela está ali, para convencer Jesus a ir para casa e deixar de lado a missão. Maria de Nazaré agiria assim?
Digamos, entretanto que seja realmente Maria, é mais fácil entendermos que os demais membros da família a convenceram a ir até lá. No demais, o próprio Jesus sempre elogiou Maria pela sua obediência e fidelidade á Palavra de Deus, por isso ela é a primeira cristã e primeira discípula.
2. Os laços que unem a Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Esta fala de Jesus se integra no conjunto de vários outros apelos ao desprendimento geral das riquezas, de bens e da própria família.
Assim ocorre na narrativa do homem (jovem) rico que se esquivou do seguimento de Jesus (cf. 28 maio), na narrativa de choques de opções na família e na opção prioritária por Jesus . A união com Jesus não se dá por vínculos de sangue ou raça, mas pela união ao amor misericordioso do Pai que vem libertar e trazer vida a todos os homens e mulheres. "Quem ama pai ou mãe mais do que a mim não é digno de mim. E aquele que ama filho ou filha mais do que a mim não é digno de mim" (Mt 10,37).
Frequentemente as famílias se fecham em torno de interesses particulares e até excludentes. Jesus aponta que o caminho é buscar a realização da vontade do Pai. É a família onde o amor transborda comunicando-se a todos, particularmente aos mais necessitados.
Sendo a família a célula fundamental da sociedade, a submissão da família à vontade de Deus remete a todas as demais entidades e religiões. Família, estado, economia, religião, tudo fica relativizado em vista do projeto fundamental de Deus que é a promoção da vida e o resgate da dignidade humana.
Com Jesus e seu discipulado a vontade do Pai está sendo realizada no mundo. Já vigora uma nova realidade projetada na eternidade do amor de Deus.
3. A FAMÍLIA DO REINO
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
A opção pelo Reino estabelece laços profundos de amizade entre os discípulos, gerando neles uma solidariedade exemplar. Este parentesco espiritual, em muitos casos, pode ser mais sólido que o próprio parentesco sanguíneo. E, o mais importante: gera um ambiente de igualdade onde Deus Pai nos faz todos irmãos e irmãs.
O relacionamento físico com Jesus de Nazaré já não tem importância. A família do Reino se constitui a partir da escuta e da vivência da Palavra de Deus e não da pertença à família histórica de Jesus. O tempo e o espaço também não contam. Seja qual for a época em que se vive ou se viveu, é possível sentir a proximidade familiar em relação aos outros cristãos, desde pautemos nossa vida pela mesma proposta do Reino. Além disso, onde quer que estejam e de onde quer que venham, quando dois cristãos se encontram, deveriam imediatamente sentir brotar no coração um forte afeto fraternal, por terem o mesmo projeto de vida, e estarem unidos pela mesma opção por Jesus e por seu Reino.
Desde os primórdios, a comunidade cristã compreendeu este dado de sua identidade. E, assim, estabeleceu uma nítida diferença em relação à tradição judaica, cujo apego às genealogias e à consangüinidade era bem conhecida.
A família do Reino, como é constituída, pode reunir gente de todas as raças, povos, famílias e nações.