São Severino
Sábado, 08 de janeiro de 2011
O santo de hoje nasceu e faleceu no século V. Nascido na África, inspirado pelo Espírito Santo, ele foi levado para uma outra região no vale do Danúbio. Isso não quer dizer que o lugar que Deus lhe indicou era o melhor. Pelo contrário, desafios econômicos e políticos, falecimento do rei dos Hunos, Átila; destruição naquele lugar por causa das invasões. Enfim, o povo estava perecendo. Para isso que São Severino foi enviado, para ser sinal desse amor de Deus.
Grande influência ele exerceu pela sua vida de virtudes, de oração e penitência. Fundou vários mosteiros e foi sinal de discernimento para tantas pessoas que queriam se consagrar totalmente a Deus. Ele não fugiu do mundo; pelo contrário, retirou-se por causa do amor de Deus e de toda a humanidade. Quantas vezes, São Severino deixou a sua vida monástica para ir ao encontro de reis, porque, se o rei dos Hunos havia falecido, muitas tribos bárbaras queriam invadir aquelas regiões. Em prol da evangelização, São Severino foi se desdobrando, seus mosteiros se tornaram verdadeiros faróis de uma nova cultura, de uma civilização centrada em Deus. Suas armas: oração e diálogo.
São Severino, voz de Deus nos períodos difíceis do povo. Em 482, faleceu, mas deixou um rastro de santidade para os seus filhos espirituais e para as autoridades.
São Severino, rogai por nós!
[Canção Nova]
Leituras
1ª Carta de S. João 5,14-21.
Esta é a plena confiança que nele temos: se lhe pedimos alguma coisa segundo a sua vontade, Ele ouve-nos.
E, dado que sabemos que nos vai ouvir em tudo o que lhe pedirmos, estamos seguros de que obteremos o que lhe pedimos. Se alguém vir que o seu irmão comete um pecado que não leva à morte, peça, e dar-lhe-á vida. Não me refiro aos que cometem um pecado que não leva à morte; é que existe um pecado que conduz à morte; por esse pecado não digo que se reze.
Toda a iniquidade é pecado, mas há pecados que não conduzem à morte. Nós bem sabemos que todo aquele que nasceu de Deus não peca, mas o Filho de Deus o guarda, e o Maligno não o apanha. E bem sabemos que somos de Deus, ao passo que o mundo inteiro está sob o poder do Maligno.
Bem sabemos também que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro; e nós estamos no Verdadeiro, no seu Filho, Jesus Cristo. Este é o Verdadeiro, é Deus e é vida eterna. Meus filhinhos, guardai-vos dos ídolos.
Livro de Salmos 149(148),1-2.3-4.5-6.9.
Cantai ao SENHOR um cântico novo; louvai-o na assembleia dos fiéis! Alegre-se Israel no seu criador; regozije-se o povo de Sião no seu rei! Louvem o seu nome com danças; cantem-lhe ao som de harpas e tambores! SENHOR ama o seu povo e honra os humildes com a vitória! Exultem de alegria os fiéis pelo triunfo de Deus e cantem jubilosos em seus leitos!
Entoem bem alto os louvores de Deus, com a espada de dois gumes na mão, para lhes aplicarem a sentença que estava determinada. Esta é a glória de todos os seus fiéis.
Evangelho segundo S. João 3,22-30.
Depois disto, Jesus foi com os seus discípulos para a região da Judeia e ali convivia com eles e baptizava.
Também João estava a baptizar em Enon, perto de Salim, porque havia ali águas abundantes e vinha gente para ser baptizada. João, de facto, ainda não tinha sido lançado na prisão. Então levantou-se uma discussão entre os discípulos de João e um judeu, acerca dos ritos de purificação.
Foram ter com João e disseram-lhe: «Rabi, aquele que estava contigo na margem de além-Jordão, aquele de quem deste testemunho, está a baptizar, e toda a gente vai ter com Ele.»
João declarou: «Um homem não pode tomar nada como próprio, se isso não lhe for dado do Céu.
Vós mesmos sois testemunhas de que eu disse: 'Eu não sou o Messias, mas apenas o enviado à sua frente.'
O esposo é aquele a quem pertence a esposa; mas o amigo do esposo, que está ao seu lado e o escuta, sente muita alegria com a voz do esposo. Pois esta é a minha alegria! E tornou-se completa!
Ele é que deve crescer, e eu diminuir.»
Comentário ao Evangelho do dia feito por
João Escoto Erígena (?-c. 870), beneditino irlandês
Ele é que deve crescer, e eu diminuir.»
«João não era a Luz, mas dava testemunho da Luz» (Jo 1, 8). O precursor da Luz não era a Luz. Então por que se lhe dá o nome da lamparina acesa (Jo 5, 35) e de estrela da manhã? Ele era uma lamparina acesa, uma lamparina que ilumina, mas o fogo com que ardia não era o seu, a luz com que brilhava não era a sua. Ele era a estrela da manhã, mas não era a fonte da sua própria luz; era a graça Daquele de Quem ele era o precursor que ardia e resplandecia nele. Ele não era a Luz, mas participava desta Luz; aquilo que brilhava nele e por ele não era dele. [...]
Com efeito, criatura alguma, por muito dotada de razão ou de inteligência que seja, é luz por si mesma, na sua própria substância; todas participam da Luz única e verdadeira, da Luz substancial que está em todas as coisas que a nossa inteligência vê brilhar.