São Vilibrardo

Segunda-feira, 07 de novembro de 2011


Nasceu em Northúmbria, na Irlanda, em 658, e morreu em Echternach (Luxemburgo), a 7 de novembro de 739.

"Durante cinquenta anos - escreve Alcuíno - este grande missionário e grande amigo de Cristo dedicou-se, dia após dia, à conversão dos infiéis". Em 690, quando Pepino d'Herstal terminava a conquista da Frísia, Vilibardo chegou lá, vindo do seu país, à frente de um grupo de anglo-saxões. Em 695, o Papa Sérgio I consagrou-o Bispo de Echternach. Era de Utrecht e Echternach que os seus missionários partiam para ir evangelizar os povos da Renânia ainda pagãos. Vilibrardo chegou até à Dinamarca e mesmo, parece, à Turíngia. Batizou Pepino, o Breve, pai de Carlos Magno. Foi sepultado em Echternach, onde todos os anos, desde o século XIV, na terça-feira de Pentecostes, uma procissão se realiza em sua honra.

São Vilibrardo, rogai por nós!


Hoje:

Dia do Radialista


Leituras

Primeira Leitura (Sabedoria 1,1-7) Início do livro da Sabedoria.

1 1 Amai a justiça, vós que governais a terra, tende para com o Senhor sentimentos perfeitos, e procurai-o na simplicidade do coração,
2 porque ele é encontrado pelos que o não tentam, e se revela aos que não lhe recusam sua confiança;
3 com efeito, os pensamentos tortuosos afastam de Deus, e o seu poder, posto à prova, triunfa dos insensatos.
4 A Sabedoria não entrará na alma perversa, nem habitará no corpo sujeito ao pecado;
5 o Espírito Santo educador (das almas) fugirá da perfídia, afastar-se-á dos pensamentos insensatos, e a iniqüidade que sobrevém o repelirá.
6 Sim, a Sabedoria é um espírito que ama os homens, mas não deixará sem castigo o blasfemador pelo crime de seus lábios, porque Deus lhe sonda os rins, penetra até o fundo de seu coração, e ouve as suas palavras.
7 Com efeito, o Espírito do Senhor enche o universo, e ele, que tem unidas todas as coisas, ouve toda voz.


Salmo 138/139

Conduzi-me no caminho para a vida, ó Senhor!

Senhor, vós me sondais e conheceis,
sabeis quando me sento ou me levanto;
de longe penetrais meus pensamento,
percebeis quando me deito e quando eu ando,
os meus caminhos vos são todos conhecidos.

A palavra nem chegou à minha língua
e já, o Senhor, a conheceis inteiramente. Por detrás e pela frente me envolveis;
pusestes sobre mim a vossa mão.
Esta verdade é por demais maravilhosa,
é tão sublime, que não posso compreendê-la.

Em que lugar me ocultarei de vosso espírito?
E para onde fugirei de vossa face?
Se eu subir até os céus, ali estais;
se eu descer até o abismo, estais presente.

Se a aurora me emprestar as suas asas,
para eu voar e habitar no fim dos mares,
mesmo lá vai me guiar a vossa mão
e segurar-me com firmeza a vossa destra.


Evangelho (Lucas 17,1-6)

17 1 Jesus disse também a seus discípulos: "É impossível que não haja escândalos, mas ai daquele por quem eles vêm!
2 Melhor lhe seria que se lhe atasse em volta do pescoço uma pedra de moinho e que fosse lançado ao mar, do que levar para o mal a um só destes pequeninos. Tomai cuidado de vós mesmos.
3 Se teu irmão pecar, repreende-o; se se arrepender, perdoa-lhe.
4 Se pecar sete vezes no dia contra ti e sete vezes no dia vier procurar-te, dizendo: Estou arrependido, perdoar-lhe-ás".
5 Os apóstolos disseram ao Senhor: "Aumenta-nos a fé!"
6 Disse o Senhor: "Se tiverdes fé como um grão de mostarda, direis a esta amoreira: ´Arranca-te e transplanta-te no mar, e ela vos obedecerá´".


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Escândalo, perdão e Fé..."

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

( esta reflexão dá pano prá manga...) Há nesse evangelho três palavras ou ações, que nos obriga a uma compreensão em sua conjuntura pois elas estão interligadas e se relacionam, não são palavras soltas e então é melhor falarmos com alguém das comunidades de Lucas, lá dos anos 80 d.C

___Olá querido irmão, nossas comunidades aqui do Terceiro Milênio da Era Cristã te saúdam desejando Graça e Paz de Jesus Cristo, escute, essas três palavras ou ações que aparecem nesse evangelho, parece que têm de serem refletidas em seu conjunto...

___Claro que sim, senão vocês vão focar a reflexão só na palavra escândalo, na amplitude que ela tem aí no meio de vocês...

___É mesmo, a gente não gosta muito dessa palavra, os pecados de membros do Clero, ligados a questão da pedofilia ou abusos sexuais, acaba com a imagem da nossa Igreja...

___Aí é que está, a questão colocada pelo Mestre é bem mais profunda do que uma indignação diante de eventuais escândalos de membros da igreja, aqui fala-se de um escândalo que tem o efeito de uma implosão, isso é, dentro da comunidade, matando principalmente os pequenos...

___Mas esse é pior do que os escândalos divulgados pela Mídia, quando acontecem?

___Nossa, bem mais graves e de efeito terrível. Vamos pegar a questão do perdão, por exemplo, que o evangelho enfatiza. Há uma compreensão errônea de que o perdão deve ser dado uma só vez...

___Ué ? E não é isso? A pessoa o procura, pede perdão, você perdoa a ofensa e "Já Elvis"

___Será que é tão fácil assim? E depois o que acontece quando os dois se encontram em uma celebração ou em uma reunião...

___Ah... A gente fica se remoendo, lembrando da mágoa que a pessoa nos causou, isso nos deixa sempre "armados" contra ela, é verdade que já perdoamos, porém, a relação fica estremecida, não há como negar...

___Pois é, então não houve perdão coisa nenhuma! Não há convivência tranqüila, diálogo, amizade, comunhão de vida... Perdoar é refazer a relação rompida, que acontece em cada encontro com aquele que perdoamos, é abrir um sorriso, é saudá-lo com alegria, é chamá-lo de meu irmão, e assim em cada encontro desses o perdão dado se renova e vai sendo confirmado com as nossas atitudes amistosas e fraternas...

___Xi mermão! Então a coisa é muito complicada, pois a gente não esquece da mágoa e fica se remoendo cada vez que está diante daquele que nos ofendeu, mesmo depois de perdoado.

___Pois é, tens razão nesse argumento, mas é esse o perdão que o Mestre ensinou, e que não é impulsionado pela carne, mas pelo Espírito Santo na Força da Fé, pois sem ela, as relações estremecidas não se refazem e o nosso amor pelo outro é uma grande mentira.

___Ah... Agora entendi porque Jesus falou "Se tivésseis fé, ainda que pequenina como um grão de mostarda, direis a esta amoreira, arranca-te daqui e te plantes ao mar, e ela vos obedecerá...

___Exatamente, as mágoas e ressentimentos, rancores forma esse emaranhado, como a raiz de uma amoreira, dentro do nosso coração, somente a força da Graça de Deus, que age pela nossa Fé, é que consegue arrancar o mal enraizado em nós...

___Eta meu irmão, se é isso, concluo que as coisas aí na sua comunidade, não estavam lá muito boas, tinha irmãos e irmãs se odiando, e com essas brigas e falta de amor, os pequenos iniciantes na caminhada da Fé, vão mesmo desanimando por desacreditarem o amor fraterno e cristão...

___Pronto! É isso, a reflexão se fecha assim, e aí nas comunidades cristãs do seu tempo, está tudo beleza? Sem escândalos, vivendo-se o amor que perdoa a tudo e a todos, na força da Fé...?

___Ah mermão, tem muita pedra de moinho por aí, manda um caminhão para cá...

2. Aumenta a nossa fé!

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Lucas reúne, neste texto, duas instruções e uma advertência de Jesus aos discípulos, em vista do bom convívio comunitário e do empenho na missão. A primeira instrução é sobre as ocasiões de pecado que poderão envolver os pequenos. Não ficam esclarecidas quais são estas ocasiões nem quem são os pequenos. As ocasiões, entre outras, poderiam ser, principalmente da parte dos que estão à frente da comunidade, abuso de poder, apego ao dinheiro, desconsideração para com o irmão. Estas atitudes poderiam chocar os mais simples e humildes, ocasionando o abandono da comunidade. A seguir temos o estímulo ao perdão sem limites. Pelo perdão estabelece-se a reconciliação, consolidando-se os elos que unem a comunidade. Em conclusão temos o pedido dos apóstolos, que podemos assumir como uma oração: "Aumenta a nossa fé!". A resposta claramente simbólica de Jesus, envolvendo a amoreira plantada no mar, tem o sentido de esclarecer que o fortalecimento da fé se dá em atirar-se para fazer a vontade de Deus, mesmo que aparentemente inviável.

3. RECONCILIAÇÃO E PERDÃO

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A comunidade cristã não é feita de pessoas santas ou incapazes de pecar. Pelo contrário, comporta, entre seus membros, gente afetada pelo egoísmo e sempre disposta a romper os laços fraternos, que mantém a unidade entre os cristãos. Uma comunidade esfacelada é o pior contratestemunho do Reino que possa existir. É uma declaração tácita de que o amor é impraticável, e a força do egoísmo, inexorável.

Daí a exigência de o cristão se predispor, continuamente, a refazer os laços rompidos. Capitular seria um gesto anticristão, incompatível com as exigências do Reino.

A reconstrução da comunidade cindida pela inimizade processa-se num duplo movimento: o reconhecimento do pecado, por parte de quem ofende o irmão, e a oferta de perdão, por parte de quem foi ofendido. É uma questão de boa vontade e de se deixar mover pela graça.

Quem peca, deve ter consciência de suas faltas e das conseqüências negativas para a comunidade. O passo seguinte consiste em ser capaz de declarar-se arrependido e pedir perdão. É preciso ter a humildade de refazer este mesmo caminho, quantas vezes forem necessárias.

Quem foi vítima da ofensa alheia, deve estar sempre pronto a perdoar, sem conservar ressentimento ou rancor no coração. Reconhecendo que o pecado resulta da fraqueza humana, terá para com o pecador arrependido a mesma paciência de Deus.