São Zacarias e Santa Isabel
Sexta-feira, 05 de novembro de 2010
Neste dia recordamos a vida do casal que teve na Palavra de Deus o principal testemunho de sua santidade, já que eram os pais de João Batista, o precursor de Jesus Cristo. Pelo próprio relato bíblico descobrimos que viviam na aldeia de Ain-Karim e que tinham laços de parentesco com a Sagrada Família de Nazaré.
"Havia no tempo de Herodes, rei da Judéia, um sacerdote chamado Zacarias, da classe de Ábias; a sua mulher pertencia à descendência de Aarão e se chamava Isabel" (Lc 1, 6).
Conta-nos o evangelista São Lucas que eram anciãos e não tinham filhos, o que acabava sendo vergonhoso e quase um castigo divino para a sociedade da época. Sendo assim recorreram à força da oração, por isso conseguiram a graça que superou as expectativas. Anunciado pelo Anjo Gabriel e assistido por Nossa Senhora nasceu João Batista; um menino com papel singular na História da Salvação da humanidade: "pois ele será grande perante o Senhor...e será repleto do Espírito Santo desde o seio de sua mãe (Santa Isabel). Ele reconduzirá muitos dos filhos de Israel ao Senhor seu Deus" (Lc1, 15s).
Depois do Salmo profético de São Zacarias, onde ele, repleto do Espírito Santo, profetizou a missão do filho, perdemos o contato com a vida do casal, que sem dúvida permaneceram fiéis ao Senhor até o fim de suas vidas. Assim, a Igreja, tanto do Oriente quanto do Ocidente, reconhecem o exemplo deste casal para todos os casais, já que "ambos eram justos diante de Deus e cumpriram todos os mandamentos e observâncias do Senhor" (Lc 1, 6).
São Zacarias e Santa Isabel, rogai por nós!
(Fonte: Canção Nova)
Sexta-feira, 5 de novembro de 2010
31º do Tempo Comum (Ano “C”), 3ª Semana do Saltério (Livro III), cor Litúrgica Verde
Dia: Dia Nacional da Cultura, dia do Cinema Brasileiro, dia do Radioamador e dia do Técnico Agrícola.
Santos: Afonso de Palma, Antônio de Milão, Foilano (séc. VII, Bélgica), Afonso Rodrigues (1531, Palma de Maiorca, Ilhas Baleares), Volgang (994, monge beneditino), Quintino (séc. III, Roma), Bem-Aventurado Cristóvão (1271, franciscano).
Antífona: Não me abandoneis jamais, Senhor, meu Deus, não fiqueis longe de mim! Depressa, vende em meu auxílio, ó Senhor, minha salvação! (Sl 37, 22-23)
Oração: Ó Deus de poder e misericórdia, que concedeis a vossos filhos e filhas a graça de vos servir como devem, fazei que corramos livremente ao encontro das vossas promessas. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leituras
I Leitura: Filipenses (Fl 3, 17-4,1)
Aguardamos o nosso Salvador
Sede meus imitadores, irmãos, e observai os que vivem de acordo com o exemplo que nós damos. Já vos disse muitas vezes, e agora o repito, chorando: há muitos por aí que se comportam como inimigos da cruz de Cristo. O fim deles é a perdição, o deus deles é o estômago, a glória deles está no que é vergonhoso e só pensam nas coisas terrenas. Nós, porém, somos cidadãos do céu. De lá aguardamos o nosso Salvador, o Senhor, Jesus Cristo. Ele transformará o nosso corpo humilhado e o tornará semelhante a seu corpo glorioso, com o poder que tem de sujeitar a si todas as coisas. Assim, meus irmãos, a quem quero bem e dos quais sinto saudade, minha alegria, minha coroa, meus amigos, continuai firmes no Senhor. Palavra do Senhor!
Comentário da I Leitura
Aguardamos o nosso Salvador
Como reação pendular a certa visão "espiritualista", assistimos a um processo de "mundanização" do cristianismo. Diz-se: é neste mundo que cumpre realizar o reino de Deus, lutando contra as estruturas que nos escravizam. Paulo admoesta-nos que sejamos cidadãos do céu, e que nossa estratégia é a da cruz. Isto não é alienação, porém indicação do justo caminho. Também numa sociedade sem classes, o cristão será sempre um homem "sem terra e sem pátria". A cruz está na medula da alienação dos oprimidos e opressores. Está erguida no ponto de confluência de todas as vertentes, e aponta para o céu, verdadeiro destino do homem.
[MISSAL COTIDIANO, ©Paulus, 1997]
Salmo Responsorial: 121 (122), 1-2.3-4a.4b-5 (R/.1)
Que alegria, quando me disseram:"vamos à casa do Senhor!"
Que alegria, quando ouvi que me disseram: "Vamos à casa do Senhor!" E agora nossos pés já se detêm, Jerusalém, em tuas portas.
Jerusalém, cidade bem edificada num conjunto harmonioso; apara lá sobem as tribos de Israel, as tribos do Senhor.
Para louvar, segundo a lei de Israel, o nome do Senhor. A sede da justiça lá está e o trono de Davi.
Evangelho: Lucas (Lc 16, 1-8)
Parábola do administrador sagaz
Naquele tempo, Jesus disse aos discípulos: "Um homem rico tinha um administrador que foi acusado de esbanjar os seus bens. Ele o chamou e lhe disse: 'Que é isto que ouço dizer a teu respeito? Presta contas da tua administração, pois já não podes mais administrar meus bens'. O administrador então começou a refletir: 'O Senhor vai me tirar a administração. Que vou fazer? Para cavar, não tenho forças; de mendigar, tenho vergonha. Ah! Já sei o que fazer, para que alguém me receba em sua casa quando eu for afastado da administração'.
Então ele chamou cada um dos que estavam devendo ao seu patrão. E perguntou ao primeiro: 'Quanto deves ao meu patrão?' Ele respondeu: 'Cem barris de óleo!" O administrador disse: 'Pega a tua conta, senta-te, depressa, e escreve cinquenta!' Depois ele perguntou a outro: 'E tu, quanto deves?' Ele respondeu: 'Cem medidas de trigo'. O administrador disse: 'Pega tua conta e escreve oitenta'. E o Senhor elogiou o administrador desonesto, porque ele agiu com esperteza. Com efeito, os filhos deste mundo são mais espertos em seus negócios do que os filhos da luz". Palavra da Salvação!
Comentando o Evangelho
Aprendendo de um escândalo
Um autêntico caso de corrupção ofereceu a Jesus a chance de ensinar aos discípulos, mediante uma parábola, a importância de ser esperto em relação ao Reino de Deus.
Naquele tempo, os gerentes de propriedades alheias agiam com muita liberdade, sem um controle imediato. O patrão confiava na responsabilidade do empregado. Este era recompensado pelo que produzia: quanto mais os bens se multiplicavam, tanto maior era o seu salário.
O Evangelho fala de um administrador que, agindo com irresponsabilidade e imprudência, estava desperdiçando os bens que lhe tinham sido confiados. Quando o patrão começa a cobrá-lo por isso, esse administrador arquiteta um plano para garantir seu futuro e sua segurança. Com uma ação fraudulenta, busca granjear a benevolência dos devedores, prejudicando o patrão. Uma vez despedido, teria quem se sentisse na obrigação de recebê-lo, como sinal de gratidão.
Comparando com o Reino, os discípulos são instruídos a serem tão hábeis e espertos como o administrador desonesto. Este, no trato com as coisas humanas, obstinou-se em buscar caminhos para alcançar os seus objetivos. Do mesmo modo, o discípulo do Reino, com relação às realidades celestes, deve ter claro o fim a ser atingido e a maneira mais conveniente de fazê-lo. Neste caso, basta ser obstinado na prática da misericórdia.
[O EVANGELHO NOSSO DE CADA DIA, Ano C, ©Paulinas, 1996]
Para Sua Reflexão:
A parábola do administrador sagaz apresenta-o como exemplo, não pela sua atuação injusta, mas pela sua habilidade. Os discípulos são convidados a ser tão diligentes ao serviço do Reino como os sagazes deste mundo. O senhor é o dono a quem o administrador servia. Os filhos deste mundo são os que não conhecem senão o mundo presente. Os filhos da luz são os que se deixam guiar pelos critérios do Evangelho. [Bíblia dos Capuchinhos]