Santa Ângela de Foligno
Quarta-feira, 04 de janeiro de 2011
Nasceu na Itália, no ano de 1248, em Foligno, próximo a Roma, numa família muito abastada. Mas, infelizmente, não vivia a maior riqueza, que é o amor a Deus. Dentro deste ambiente indiferente a Deus e à Igreja, amenina foi crescendo. Ela foi para o sacramento do matrimônio, teve vários filhos, mas, infelizmente, tanto os filhos e depois o esposo faleceram. Imagine como estava o coração dessa mulher! Mas, deixando-se levar por uma vida distante de Deus, entregava-se às festas, às vaidades, cada vez mais longe de Deus e dela mesma, até que sentiu o toque da misericórdia do Senhor. Ela tocou o seu vazio existencial. Foi quando recorreu à Virgem Maria e buscou o sacramento da reconciliação.
Ela tinha 40 anos quando se abriu para esse processo maravilhoso que se chama conversão. Numa peregrinação a Assis, ela fez uma profunda experiência com o amor de Deus. Doou todos os seus bens aos pobres, entrou para a família franciscana na ordem terceira, viveu uma vida reclusa e saía para peregrinações em Assis.
Santa Ângela foi instrumento de conversão a partir do momento em que se abriu e levou muito a sério sua vida de conversão.
Santa Ângela de Foligno, rogai por nós!
Hoje:
Dia nacional da Abreugrafia
Leituras
Primeira Leitura (1 João 3,7-10)
Leitura da primeira carta de João.
1 7 Filhinhos, ninguém vos seduza: aquele que pratica a justiça é justo, como também (Jesus) é justo.
8 Aquele que peca é do demônio, porque o demônio peca desde o princípio. Eis por que o Filho de Deus se manifestou: para destruir as obras do demônio.
9 Todo o que é nascido de Deus não peca, porque o germe divino reside nele; e não pode pecar, porque nasceu de Deus.
10 É nisto que se conhece quais são os filhos de Deus e quais os do demônio: todo o que não pratica a justiça não é de Deus, como também aquele que não ama o seu irmão.
Salmo 97/98
Os confins do universo contemplaram
a salvação do nosso Deus.
Cantai ao Senhor Deus um canto novo,
porque ele fez prodígios!
Sua mão e o seu braço forte e santo
alcançaram-lhe a vitória.
Aplauda o mar com todo ser que nele vive,
o mundo inteiro e toda gente!
As montanhas e os rios batam palmas
e exultem de alegria.
Na presença do Senhor, pois ele vem,
vem julgar a terra inteira.
Julgará o universo com justiça
e as nações com equidade.
Evangelho (João 1,35-42)
1 35 No dia seguinte, estava lá João outra vez com dois dos seus discípulos.
36 E, avistando Jesus que ia passando, disse: "Eis o Cordeiro de Deus".
37 Os dois discípulos ouviram-no falar e seguiram Jesus.
38 Voltando-se Jesus e vendo que o seguiam, perguntou-lhes: "Que procurais?" Disseram-lhe: "Rabi (que quer dizer Mestre), onde moras?"
39 "Vinde e vede", respondeu-lhes ele. Foram aonde ele morava e ficaram com ele aquele dia. Era cerca da hora décima.
40 André, irmão de Simão Pedro, era um dos dois que tinham ouvido João e que o tinham seguido.
41 Foi ele então logo à procura de seu irmão e disse-lhe: "Achamos o Messias" (que quer dizer o Cristo).
42 Levou-o a Jesus, e Jesus, fixando nele o olhar, disse: "Tu és Simão, filho de João; serás chamado Cefas" (que quer dizer pedra).
COMENTÁRIOS DO EVANGELHO
1. "Recontando a História..."
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)
Eram dois catequizandos, André e um outro amigo, o catequista era João Batista, pessoa muito cativante, que falava com muita sabedoria sobre o Salvador, os catequizandos sentiam-se muito atraídos por ele, até que um dia, durante a catequese, João apontou para alguém que passava e disse com alegria e convicção "Eis o Cordeiro de Deus".
Nem houve festa de despedida, os dois alunos discípulos, na mesma hora foram atrás de Jesus que passava e de repente Jesus parou e perguntou "O que estão procurando?. O que os nossos catequizandos, terminada a primeira fase da catequese procuram? Será que a nossa catequese os deixa encantados por Jesus a ponto de querer conhecê-lo melhor?
Como catequista João foi aprovado com louvor, pois seus dois catequizandos, não só quiseram conhecer melhor a Jesus Cristo, mas foram morar com ele, isso é, sentiram-se despertos a viverem com ele em comunhão. Catequista e pregador autêntico jamais aponta para si mesmo, mas revela e anuncia Jesus Cristo, e deve fazê-lo de um modo que convença, que o discípulo catequizando sinta-se encantado pelo que ouve e vê...
Quando se faz essa experiência íntima com Jesus Cristo, no mais íntimo do nosso ser, é impossível não ser missionário, assim aconteceu com a mulher Samaritana, lembram-se? Ela foi correndo anunciar aos Samaritanos sobre Jesus e a experiência que com ele acabara de fazer, assim aconteceu com todos os que foram tocados pela graça Divina manifestada em Jesus, ontem e hoje...
Do Discipulado surge a missão, André vai anunciar ao irmão Simão, e o levou a Jesus, esse levar até Jesus tem um sentido teológico e retoma a essência do anúncio kerigmático: nosso anúncio deve levar as pessoas a Jesus, não para que a pessoa venha fazer parte do Fã Clube de Jesus de Nazaré, não para que ela seja agora mais um membro do nosso grupo ou da nossa Igreja...isso é apenas conseqüência...
Mas sim para tenham também elas uma experiência profunda com Aquele que nos renova e nos transforma, que nos faz ser outra pessoa. A História do Apóstolo Pedro, uma das colunas da nossa Igreja, começou naquele dia, quando tocado pelo anúncio de André, trocou um profundo olhar com o Mestre. E de Pedro tornou-se Cefas, que quer dizer Pedra.
Em nossas comunidades cristãs há histórias tão bonitas como esta, mas o que importa na reflexão é que possamos a todo momento recontar a nossa história, aumentando assim o nosso fervor, a nossa Fidelidade, o nosso amor e encanto por Jesus de Nazaré - Nosso Único Deus e Senhor. Jesus olhou profundamente para Pedro e agora olha também para cada um de nós... Amém...
2. Os discípulos permaneceram com Jesus
(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)
Este é o terceiro dia da semana inaugural, no evangelho de João, iniciada com o testemunho de João Batista diante dos sacerdotes, levitas e fariseus enviados de Jerusalém. Dois discípulos de João passam a seguir Jesus: André e um outro discípulo, provavelmente o autor do evangelho, tradicionalmente atribuído a João, irmão de Tiago, ou o próprio leitor que é convidado a seguir Jesus. Conduzido por André, Pedro, seu irmão, também passa a seguir Jesus.
"Onde moras?... vinde e vede!" Os discípulos foram e permaneceram naquele dia com Jesus. O "mestre" não lhes comunicou uma doutrina, mas uma experiência de vida. Chegaram assim a vislumbrar a "casa do Pai". Ir e ver, o estar com Jesus, é fonte de experiência de Deus e nos move a nos comunicarmos com os irmãos, formando comunidades.
3. CONVIVENDO COM JESUS
(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).
João Batista deu-se conta da responsabilidade de levar também os seus discípulos a reconhecerem o Messias. Ao apontar para Jesus, declarando-o Cordeiro de Deus, sugeriu-lhes que seguissem o verdadeiro Mestre. Sua missão tinha sido cumprida. Então, os discípulos de João puseram-se a seguir Jesus.
João havia descrito o Messias vindouro com tons solenes. Sua descrição não correspondia bem à pessoa que os discípulos tinham diante de si. Por isso, manifestaram o desejo de saber onde Jesus habitava.
O núcleo da questão não consistia em conhecer a casa onde o Mestre morava. Isso era secundário! Importava mesmo saber quem era Jesus. E o conhecimento resultou da convivência. O contato, ao longo daquele dia, foi suficiente para que os discípulos de João descobrissem a identidade de Jesus e reconhecessem nele o Messias esperado.
O encontro com Jesus foi tão profundo que suas circunstâncias ficaram impressas na memória dos discípulos. Estes, então, apressaram-se a comunicar aos demais a experiência feita. A aceitação do convite vinde e vede e a fascinação, que daí resultou, provocaram uma reviravolta na vida dos discípulos. Doravante, não seriam mais os mesmos.