Santo Elígio (Santo Elói)
Quarta-feira, 01 de dezembro de 2010
Santo Elígio nasceu em Limoges no ano de 588, de nobre família galo-romana, exerceu várias profissões e chegou a Bispo.
Elígio (também conhecido pelo nome de Elói) que em Paris tinha trabalhado como aprendiz junto com o superintendente de confecções de moedas reais, empenhou-se tanto e com tamanha honestidade que, com o precioso metal (ouro) que lhe foi fornecido para fazer um trono para o rei Clotário II, ele fez dois tronos, isso valeu-lhe a promoção de diretor da casa da moeda e ourives do rei. Ainda existem muitas moedas assinadas por Elígio e sabe-se que, em determinada altura, também cunhou moedas em Marselha.
No tempo de Dagoberto II, filho e sucessor de Clotário II, Elígio foi um dos conselheiros mais influentes do rei. Diz-se que os enviados dos príncipes estrangeiros se avistavam previamente com ele, antes de serem recebidos oficialmente pelo soberano. Era diplomata hábil e por mais de uma vez conseguiu evitar a guerra. Gozava de tanta confiança junto do rei, que não só se permitia fazer-lhe reparos sobre a indumentária descuidada, mas também sobre a sua vida privada que, como se sabe, deixava ainda mais a desejar.
O tempo que sobrava a este homem da corte, dos seus negócios e orações, de acudir aos pobres, remir cativos ou libertar escravos, empregava-o em honrar com a sua arte as relíquias dos santos. Atribuem-se-lhe os relicários feitos para S. Germano de Paris, S. Piat, S. Severino, S. Martinho, Santa Comba e Santa Genoveva. Diz-se que decorou também com trabalhos de ourivesaria o túmulo de S. Dinis. Além disso, fundou mosteiros, entre os quais um perto de Solignac em Limousin, outro dedicado a S. Martinho de Noyon e ainda outro a seis milhas de Arrás, numa colina que depois se chamou Monte de Santo Elói (Santo Elígio).
Em 639, morto o rei, demitiu-se de todos os cargos, para entrar na vida eclesiástica, tendo sido ordenado sacerdote por Deodato, Bispo de Mans. Foi sagrado Bispo em Ruão, no dia 14 de maio de 641, e ocupou desde então a Sé Episcopal de Noyon. Foi grande organizador, apóstolo cheio de zelo, sabedoria e bondade. A sua atividade irradiou para Flandres, Holanda e até, segundo se conta, para a Suécia e Dinamarca.
Faleceu no ano de 659 com 71 anos de idade.
Santo Elígio, rogai por nós!
[Canção Nova]
Quarta-feira, 1º de dezembro de 2010
Primeira Semana do Advento, Ano “A”, 1ª do Saltério (Livro I), cor Roxa
Hoje: Dia Mundial de Luta Contra a AIDS (CIDA)
Santos: Adria, Aurélia, Eusébio, Hipólito, Marcelo, Máximo, Maria e Paulina (“Mártires Gregos”, martirizado em Roma), Aviciano de Rouen (bispo), Bibiana de Roma (virgem, mártir), Cromácio de Aquiléia (bispo), Elóquio de Lagny (abade), Evásio de Brescia (bispo), Lupo de Verona (bispo), Nono de Edessa (bispo), Ponciano e seus quatro companheiros (mártires de Roma), Roberto de Matallana (abade), Severo, Seguro, Januário e Vitorino (mártires da África), Silvano de Trôade (bispo), Valentim de Estrasburgo (bispo).
Antífona: O Senhor vai chegar, não tardará; há de iluminar o que as trevas ocultam e se manifestará a todos os povos. (Hab 2,3; 1Cor 4,5)
Oração: Senhor Deus, preparai os nossos corações com a força da vossa graça, para que, ao chegar o Cristo, vosso Filho, nos encontre dignos do banquete da vida eterna e ele mesmo nos sirva o alimento celeste. Por nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho, na unidade do Espírito Santo.
Leituras
Leitura: Isaias (Is 25, 6-10a)
A humanidade toda será salva
Naquele dia, o Senhor dos exércitos dará neste monte, para todos os povos, um banquete de ricas iguarias, regado com vinho puro, servido de pratos deliciosos e dos mais finos vinhos.
Ele removerá, neste monte, a ponta da cadeia que ligava todos os povos, a teia em que tinha envolvido todas as nações. O Senhor Deus eliminará para sempre a morte e enxugará as lágrimas de todas as faces e acabará com a desonra do seu povo em toda a terra; o Senhor o disse.
Naquele dia, se dirá: "Este é o nosso Deus, esperamos nele, até que nos salvou; este é o Senhor, nele temos confiado: vamos alegrar-nos e exultar por nos ter salvo". E a mão do Senhor repousará sobre este monte.
Palavra do Senhor!
Comentando a I Leitura
O Senhor convida para o seu banquete e enxugará as lágrimas de todas as faces
A transformação operada por “aquele que vem”, sua libertação e salvação dirigem-se principalmente aos pobres, aos aflitos (v.8), aos angustiados, aos oprimidos. Estes que agora sofrem aflição hão de alegrar-se no fim; os pobres, os mais libertos de qualquer presunção, poderão, cheios de esperança, ir ao encontro daquele que vem. Para eles, para mim, ele pessoalmente prepara a mesa e me convida para o banquete (Salmo). Todos os dias o Senhor nos convida a comer o pão da vida, que é ele próprio doado para a vida do mundo. É um dom pessoal, mas não exclusivo: são convidados todos os povos. Os verdadeiramente pobres aceitam este convite, pois se sentem esfaimados, e com plena disponibilidade acolhem a vinda do Senhor. [Missal Cotidiano, Paulus]
Salmo: 22(23), 1-3a.3b-4.5.6 (R/.6cd)
Na casa do Senhor habitarei pelos tempos infinitos
O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma. Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha, e restaura as minhas forças.
Ele me guia no caminho mais seguro, pela honra do seu nome. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei. Estais comigo com bastão e com cajado, eles me dão a segurança!
Preparais à minha frente uma mesa, bem à vista do inimigo; com óleo vós ungis minha cabeça e o meu cálice transborda.
Felicidade e todo bem hão de seguir-me, por toda a minha vida; e, na casa do Senhor, habitarei pelos tempos infinitos.
Evangelho: Mateus (Mt 15, 29-37)
Jesus cura muitos e multiplica os pães
Naquele tempo, Jesus foi para as margens do mar da Galiléia, subiu a montanha, e sentou-se. Numerosas multidões aproximaram-se dele, levando consigo coxos, aleijados, cegos, mudos, e muitos outros doentes. Então os colocaram aos pés de Jesus. E ele os curou.
O povo ficou admirado, quando viu os mudos falando, os aleijados sendo curados, os coxos andando e os cegos enxergando. E glorificaram o Deus de Israel.
Jesus chamou seus discípulos e disse: "Tenho compaixão da multidão, porque já faz três dias que está comigo, e nada tem para comer. Não quero mandá-los embora com fome, para que não desmaiem pelo caminho".
Os discípulos disseram: "Onde vamos buscar, neste deserto, tantos pães para saciar tão grande multidão?" Jesus perguntou: "Quantos pães tendes?" Eles responderam: "Sete, e alguns peixinhos". E Jesus mandou que a multidão se sentasse pelo chão. Depois pegou os sete pães e os peixes, deu graças, partiu-os, e os dava aos discípulos, e os discípulos, às multidões. Todos comeram, e ficaram satisfeitos; e encheram sete cestos com os pedaços que sobraram.
Palavra da Salvação!
(Leituras paralelas: Mt 8, 1-10; Mc 7, 31-37; Lc 9, 1-17; Mt 14, 13-21)
Comentando o Evangelho
Jesus cura e alimenta
Mateus usa como cenário uma montanha, lugar predileto para as revelações de Jesus, tendo o povo pagão como foco. A montanha é também o lugar preferido por Deus para se comunicar com seus filhos, fazer alianças, conforme textos abundantes no Antigo Testamento, sobretudo no Pentateuco. Lembra-nos o Monte Horeb, Monte Sião... No destaque dessa passagem está Jesus. Os doentes são apresentados e ele cura a todos. O milagre seguinte consiste no desafio de alimentar uma grande multidão.
A compaixão de Jesus pela multidão leva-o a satisfazer suas necessidades materiais e a linguagem em que a multiplicação é apresentada lembra a Eucaristia. Enfermidades graves e fome são temas que acompanham toda a humanidade ao longo dos tempos.
AIDS e fome são desafios do cotidiano, sobretudo nos países latinoamericanos e africanos. Jesus continua curando os males e alimentando, pela eucaristia, seu povo. Sejamos instrumentos do Senhor nesse processo; que nossa fé seja parte fundamental de nossas ações. A Igreja nos lembra que fé sem obras já não basta. Somos convidados a fazer a nossa contrapartida, a partir da célula da sociedade: nosso lar.
Há tantos cenários em que o cristão pode ser protagonista da ação salvifica de Jesus: em nossa comunidade, nas pastorais da nossa Paróquia, no nosso local de trabalho, nos presídios, nos hospitais. Somos muito bons na lamentação e nas criticas e pouco eficientes em nossas ações práticas, como se fossemos isentos de uma doença grave, como a AIDS ou da fome, motivadas pelo desemprego e desalentos da vida, por exemplo. Ser discípulo de Jesus significa ser comprometido com a missão do Messias. [Everaldo Souto Salvador, ofs]