São Cirilo e São Metódio

Terça-feira, 14 de fevereiro de 2014


São Cirilo nasceu na Grécia, no ano de 826. Vocacionado em busca da verdade, ele estudou, por amor, filosofia e chegou a lecionar. Um homem dado à comunhão ao ponto de ser embaixador, diplomata junto aos povos árabes. Mas tudo isso que tocava a vida de São Cirilo não preenchia completamente o seu coração, porque ele tinha uma vocação à verdade absoluta e queria se consagrar totalmente a ela, a verdade encarnada, Nosso Senhor Jesus Cristo.

São Cirilo abandonou tudo para viver uma grande aventura santa com seu irmão que já era monge: São Metódio. Juntos, movidos pelo Espírito, foram ao encontro dos povos eslavos, conheceram a cultura e se inculturaram. A língua, os costumes, o amor àquele povo, tudo isso foi fundamental para que São Cirilo, juntamente com seu irmão, para que pudessem apresentar o Evangelho vivo, Jesus Cristo.

Devido inovações inspiradas, eles traduziram as liturgias para a língua dos eslavos. Tiveram de ir muitas vezes para Roma e o Papa, percebendo os frutos daquela evangelização, daquela mudança litúrgica, ele pôde discernir o fruto principal que movia aqueles irmãos missionários era o amor àquele povo eslavo e, acima de tudo, o amor a Deus.

Numa dessas viagens para Roma, São Cirilo tinha um pouco mais de 40 anos e ficou enfermo. O Papa quis ordená-lo Bispo, mas Cirilo faleceu. Mas está na glória intercedendo por nós.

São Cirilo e São Metódio, rogai por nós! (Veja mais abaixo a história dos Santos)


Leituras

Primeira Leitura (Tiago 1,12-18)
Leitura da carta de são Tiago.

1 12 Feliz o homem que suporta a tentação. Porque, depois de sofrer a provação, receberá a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam.

13 Ninguém, quando for tentado, diga: É Deus quem me tenta. Deus é inacessível ao mal e não tenta a ninguém.

14 Cada um é tentado pela sua própria concupiscência, que o atrai e alicia. 15 A concupiscência, depois de conceber, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte.

16 Não vos iludais, pois, irmãos meus muito amados.

17 Toda dádiva boa e todo dom perfeito vêm de cima: descem do Pai das luzes, no qual não há mudança, nem mesmo aparência de instabilidade.

18 Por sua vontade é que nos gerou pela palavra da verdade, a fim de que sejamos como que as primícias das suas criaturas.


Salmo 93/94

Bem-aventurado é aquele a quem ensinais vossa lei!

É feliz, ó Senhor, quem formais
educais nos caminhos da lei
para dar-lhe um alívio na angústia.

O Senhor não rejeita o seu povo
e não pode esquecer sua herança:
voltarão a juízo as sentenças;
quem é reto andará na justiça.

Quando eu penso: "Estou quase caindo!",
vosso amor me sustenta, Senhor!
Quando o meu coração se angustia,
consolais e alegrais minha alma.


Evangelho (Marcos 8,14-21)

8 14 Aconteceu que os discípulos de Jesus haviam esquecido de levar pães consigo. Na barca havia um único pão.

15 Jesus advertiu-os: "Abri os olhos e acautelai-vos do fermento dos fariseus e do fermento de Herodes!"

16 E eles comentavam entre si que era por não terem pão.

17 Jesus percebeu-o e disse-lhes: "Por que discutis por não terdes pão? Ainda não tendes refletido nem compreendido? Tendes, pois, o coração insensível?

18 Tendo olhos, não vedes? E tendo ouvidos, não ouvis? Não vos lembrais mais?

19 Ao partir eu os cinco pães entre os cinco mil, quantos cestos recolhestes cheios de pedaços?" Responderam-lhe: "Doze".

20 "E quando eu parti os sete pães entre os quatro mil homens, quantos cestos de pedaços levantastes?" "Sete", responderam-lhe.

21 Jesus disse-lhes: "Como é que ainda não entendeis?"


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "E o Mestre perdeu as estribeiras..."

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

Embora se trate de uma reflexão pós pascal das comunidades, o evangelista Marcos é bastante realista e não bota "panos quentes" na reação de Jesus diante da atitude dos seus discípulos, que não compreendiam em profundidade os ensinamentos de Jesus.

Naquele dia o discípulo encarregado de levar o lanche esqueceu-se do pão e na barca só havia um único pão. Naquele momento Jesus retomou o ensinamento sobre o perigo do farisaísmo e do fermento de Herodes, mas os seus discípulos estavam "voando" e a única preocupação naquele momento era com o lanche e como Jesus falou em fermento, pensaram que ele estava dando uma "indireta" pelo esquecimento, confundindo alhos com bugalhos".

O que isso quer dizer para nossas comunidades de hoje? Os discípulos só conseguiam enxergar o que estava diante deles e assim, também nós em nossas pastorais e movimentos, na catequese, ministério e na liturgia, corremos o risco de só olharmos aquilo que é aparente esquecendo o sentido daquilo que na ação pastoral é essencial: o amor que se traduz em serviço. Mas o que é pior, a toda hora a comunidade sofre a influência perniciosa do Farisaísmo e do fermento de Herodes, quando o servo se torna senhor, quando o serviço pastoral nos leva ao poder, ao sucesso e a fama.

O pão a que Jesus se refere, e que ele continua a multiplicar hoje é a eucaristia, que só é autêntica quando gera comunhão de vida no serviço prestado aos irmãos. A Eucaristia fortalece e aprimora os nossos carismas para sempre podermos fazer e oferecer o melhor de nós a comunidade, e não a sermos os melhores, os mais importantes, isso é deixar-se contaminar pelo fermento de Herodes, deixando de lado o pão bendito da Vida que Jesus multiplica entre nós.

2. Jesus é o único pão

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Após a narrativa da segunda partilha do pão com as multidões, Marcos apresenta a advertência de Jesus aos discípulos sobre o "fermento" dos fariseus e o "fermento" de Herodes. Os discípulos só tinham "um pão" consigo e pensavam que Jesus se referia ao fato de não terem mais pães. Os discípulos não entendem, e a reprimenda de Jesus a eles é contundente: "... não entendeis?.... vosso coração continua endurecido?... não enxergais... não ouvis?...". O simbolismo das palavras e da narrativa pode ser percebido.

Uma parábola de Jesus já havia esclarecido que o Reino é como o fermento que leveda a massa. O fermento dos fariseus, e o de Herodes, é a doutrina da sinagoga e do Templo, bem como do império romano, que Jesus descarta por conduzirem à morte.

Jesus é o único pão, com o fermento do Reino. É o pão da vida a ser partilhado entre todos.

3. AS MÁS INFLUÊNCIAS

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

A convivência diuturna com o Mestre não tornava seus discípulos imunes das más influências, especialmente, daquela dos fariseus. Estes tinham uma mentalidade contrária à de Jesus. Pelo modo como eles se apresentavam, havia o risco de contaminarem os discípulos.

Certos componentes da mentalidade farisaica traziam em si o germe do pecado, que debilitava o ser humano, inclinando-o para o mundanismo. Disto ninguém estava isento, nem mesmo quem privava da intimidade com Jesus.

Como os fariseus, os discípulos corriam o risco de ser hipócritas e insensíveis com os mais fracos e pequeninos, julgar-se superiores aos demais, praticar um tipo de religião manipuladora de Deus, ser exibicionistas e buscar o louvor e o reconhecimento das pessoas.

Este tipo de comportamento não se coadunava com a proposta de Jesus. Contudo, muitos discípulos estavam sendo tentados a seguir este rumo, ou seja, deixar-se convencer pelos adversários do Mestre, fermentados por uma mentalidade incompatível com o Reino.

Nem sempre o alerta de Jesus surtiu efeito. Aqui e acolá, os discípulos assumiram o modo de proceder farisaico. Infelizmente, o fermento do Reino parecia ser menos eficaz que o dos fariseus. O mau exemplo impunha-se!

Oração