São Gabriel das Dores

Segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012


Nascido a 1838 em Assis, na Itália, dentro de uma família nobre e religiosa, recebeu o nome de batismo Francisco, em homenagem a São Francisco.

Na juventude andou desviado por muitos caminhos, e era dado a leitura de romances, festas e danças. Por outro lado, o jovem se sentiu chamado a consagrar-se totalmente a Deus, no sacerdócio ministerial. Mas vivia 'um pé lá, outro cá'. Ou seja, nas noitadas e na oração e penitência.

Aos 18 anos, desiludido, desanimado e arrependido, entrou numa procissão onde tinha a imagem de Nossa Senhora. Em meio a tantos toques de Deus, ouviu uma voz serena, a voz da virgem Maria, que dizia que aquele mundo não era para ele, e que Deus o queria na religião.

Obediente a Santíssima Virgem, na fé, entrou para a Congregação dos Padres Passionistas. Ali, na radicalidade ao Evangelho, mudou o nome para Gabriel, e de acordo também com a sua devoção a Nossa Senhora, chamou-se então: Gabriel da Dores.

Antes de entrar para a Congregação, já tinha a saúde fraca, e com apenas 23 anos partiu para a glória, deixando o rastro da radicalidade em Deus.

Em meios as dores, São Gabriel viveu o santo Evangelho.

São Gabriel das Dores, rogai por nós!


Hoje

Dia do Agente Fiscal da Receita Federal e Dia Nacional do Livro Didático


Leituras

Primera Leitura (Levítico 19,1-2.11-18)
Leitura do livro do Levítico.

19 1 O Senhor disse a Moisés:

2 "Dirás a toda a assembléia de Israel o seguinte: sede santos, porque eu, o Senhor, vosso Deus, sou santo.

11 Não furtareis, não usareis de embustes nem de mentiras uns para com os outros.

12 Não jurareis falso em meu nome, porque profanaríeis o nome de vosso Deus. Eu sou o Senhor.

13 Não oprimirás o teu próximo, e não o despojarás. O salário do teu operário não ficará contigo até o dia seguinte.

14 Não amaldiçoarás um surdo; não porás algo como tropeço diante do cego; mas temerás o teu Deus. Eu sou o Senhor.

15 Não sereis injustos em vossos juízos: não favorecerás o pobre nem terás complacência com o grande; mas segundo a justiça julgarás o teu próximo.

16 Não semearás a difamação no meio de teu povo, nem te apresentarás como testemunha contra a vida do teu próximo. Eu sou o Senhor.

17 Não odiarás o teu irmão no teu coração. Repreenderás o teu próximo para que não incorras em pecado por sua causa.

18 Não te vingarás; não guardarás rancor contra os filhos de teu povo. Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Eu sou o Senhor".


Salmo 18/19

Ó Senhor, vossas palavras são espírito e vida!

A lei do Senhor Deus é perfeita,
conforto para a alma!
O testemunho do Senhor é fiel,
sabedoria dos humildes.

Os preceitos do Senhor são precisos,
alegria ao coração.
O mandamento do Senhor é brilhante,
para os olhos é uma luz.

É puro o temor do Senhor,
imutável para sempre.
Os julgamentos do Senhor são corretos
e justos igualmente.

Que vos agrade o cantar dos meus lábios
e a voz da minha alma;
que ela chegue até vós, ó Senhor,
meu rochedo e redentor!


Evangelho (Mateus 25,31-46)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: 25 31 "Quando o Filho do Homem voltar na sua glória e todos os anjos com ele, sentar-se-á no seu trono glorioso.

32 Todas as nações se reunirão diante dele e ele separará uns dos outros, como o pastor separa as ovelhas dos cabritos.

33 Colocará as ovelhas à sua direita e os cabritos à sua esquerda.

34 Então o Rei dirá aos que estão à direita: ´Vinde, benditos de meu Pai, tomai posse do Reino que vos está preparado desde a criação do mundo,
35 porque tive fome e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era peregrino e me acolhestes;
36 nu e me vestistes; enfermo e me visitastes; estava na prisão e viestes a mim´.

37 Perguntar-lhe-ão os justos: ´Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer, com sede e te demos de beber?

38 Quando foi que te vimos peregrino e te acolhemos, nu e te vestimos?

39 Quando foi que te vimos enfermo ou na prisão e te fomos visitar?
´ 40 Responderá o Rei: ´Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que fizestes isto a um destes meus irmãos mais pequeninos, foi a mim mesmo que o fizestes´.

41 Voltar-se-á em seguida para os da sua esquerda e lhes dirá: ´Retirai-vos de mim, malditos! Ide para o fogo eterno destinado ao demônio e aos seus anjos.

42 Porque tive fome e não me destes de comer; tive sede e não me destes de beber;
43 era peregrino e não me acolhestes; nu e não me vestistes; enfermo e na prisão e não me visitastes´.

44 Também estes lhe perguntarão: ´Senhor, quando foi que te vimos com fome, com sede, peregrino, nu, enfermo, ou na prisão e não te socorremos?
´ 45 E ele responderá: ´Em verdade eu vos declaro: todas as vezes que deixastes de fazer isso a um destes pequeninos, foi a mim que o deixastes de fazer.´

46 E estes irão para o castigo eterno, e os justos, para a vida eterna".


COMENTÁRIOS DO EVANGELHO

1. "Eu estava nos mais pequeninos..."

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Diácono José da Cruz - Diácono da Paróquia Nossa Senhora Consolata – Votorantim – SP)

O Fator surpresa está presente nos dois grupos diferentes, tanto no que foi acolhido no Reino pelo rei, como no que foi impedido de entrar. Isso significa que nenhum deles sabia o critério que o Rei iria usar para acolhê-los e aceitá-los em sua casa. Entretanto, o primeiro grupo, esse dos "sortudões" que conseguiram entrar após ouvirem a voz do Rei "Vinde Benditos do meu Pai...", viveram uma religião que não se restringia ao culto, atos celebrativos, reuniões e trabalhos pastorais ou nos nossos movimentos. Estes traduziram a Fé em uma vivência capaz de perceber a dignidade do ser humano, imagem e semelhança de Deus, e tratá-lo com esse respeito nas ocasiões em que foram necessárias.

Toda e qualquer pessoa têm a sua dignidade e merece ser tratada como tal, independente da sua conduta moral, da sua raça ou cor, da sua condição social pois em qualquer homem á imagem e semelhança de Deus, a Divindade se faz presente. Jesus não está em algum compartimento isolado do Ser humano, Ele é o Ser humano em sua essência, destinado a viver a vocação do amor em sua plenitude. Vemos o homem mas não vemos a Divindade presente nele, em suas potencialidades de fazer o bem e de amar, em suas virtudes e gestos de grandiosidade de que é capaz.

Também em nossas comunidades temos esses "pequeninos”, presos em seus pecados, nús porque ainda não se revestiram do Cristo, enfermos porque padecem alguma dor incurável na alma, com sede porque ninguém lhes deu a ÁGUA VIVA que é Jesus e Famintos de amor e esperança! Eles estão em todos os lugares, mas em nossas comunidades estão mais pertos de nós, fácil de serem tocados, abraçados, acolhidos e amados. No fundo no fundo, são eles que nos acolherão um dia na Casa do Pai, quando nossos ouvidos se deliciarão com as boas vindas "Venham Benditos do meu Pai....".

2. Somos chamados a converter-nos

(O comentário do Evangelho abaixo é feito por José Raimundo Oliva - e disponibilizado no Portal Paulinas)

Mateus usa o gênero literário apocalíptico, a vinda gloriosa do Filho do Homem, com um julgamento terrível, ao estilo do livro de Daniel (Dn 7,13; 12,2). Com esta roupagem literária, ele fala da realidade a ser vivida atualmente. Jesus, presente nos pequenos e excluídos, os famintos, os sedentos, os forasteiros, os nus, os doentes, os presos, espera nossa solidariedade. Somos chamados a converter-nos à simplicidade e à confiança na vida, abandonando o medo adulto do fracasso, do desprestígio e da pobreza. Somos chamados à fraternidade, à partilha e à comunhão com os irmãozinhos empobrecidos e carentes.

3. A MIM O FIZESTES!

(O comentário do Evangelho abaixo é feito pelo Pe. Jaldemir Vitório – Jesuíta, Doutor em Exegese Bíblica, Professor da FAJE – e disponibilizado no Portal Dom Total a cada mês).

Dentre os muitos desafios apresentados por Jesus aos seus discípulos, está o de identificá-lo com os sofredores deste mundo. Os famintos, os sedentos, os forasteiros, os carentes, os doentes e os encarcerados foram constituídos como mediadores do encontro com o Senhor. Que motivos teve Jesus para constituí-los em sinal de sua presença na história humana?

O ponto alto da encarnação de Jesus aconteceu, exatamente, quando ele desceu ao mais profundo do sofrimento humano. Quando, na paixão, Jesus sofreu os horrores da fome, da sede, da nudez, do encarceramento, sem contar os ultrajes e as humilhações de seus inimigos, a negação, a traição e o abandono de seus amigos, ele expressou, em grau eminente, sua condição de Filho de Deus, fiel até a morte. Por isso, escolheu a todos quantos se encontram em situação semelhante, para interpelarem os cristãos, exigindo deles uma resposta concreta de amor. Aquilo que os cristãos não fizeram pelo Senhor, quando padeceu as agruras da paixão, podem fazê-lo agora, servindo ao irmão sofredor. O próprio Jesus garante que quem serve ao sofredor está servindo a ele mesmo. O Evangelho não aponta outro caminho de servir a Jesus, pois o Senhor quis identificar-se com quem padece o que ele mesmo padeceu.

Confrontar-se com o irmão sofredor é confrontar-se com o próprio Jesus que sofre e nos desafia a sermos solidários com ele, em sua paixão.