Porque não posso ter um padrinho, quando receber a crisma?


Crisma significa a confirmação de um compromisso pessoal com Cristo e com a comunidade cristã, efetivado anteriormente pelo Batismo. É a ratificação das promessas batismais feitas pelos pais e padrinhos no dia do seu batismo. Durante muito tempo teve-se o hábito de, na ocasião da recepção da crisma, convidar os padrinhos do batismo ou outro casal para que fossem padrinhos na crisma. Entretanto, a Igreja por estar inserida no mundo e, perceber as transformações que sofrem a sociedade, observou que os adolescentes e jovens conquistaram, hoje, uma autonomia antes nunca vista.

Isto se deu, talvez pela gama de informações que chegam pelos diversos meios de comunicação sociais, ou mesmo, pela própria alfabetização que todos, ou quase todos, têm tido acesso. Enfim, o importante é ressaltar que a sociedade tem sofrido mudanças e, com isso, nossas crianças, adolescentes e jovens, também têm passado por essas transformações imediatas.

Se a Crisma é conhecida como o sacramento da maturidade cristã, não há sentido em encarregar outras pessoas de cuidarem para que o crismado viva com intensidade sua fé. Espero que você esteja me compreendendo! A confirmação do Espírito Santo em nossas vidas deve ser, por ela mesma, a principal causa para conduzir no crismado uma participação ativa em sua comunidade de fé. Não descarto o papel que outras pessoas ainda possam desenvolver na vida deste fiel. Só estou ressaltando o protagonismo, que agora o neo-crismado possui, e que precisa tomar consciência nesta nova realidade.

O Diretório para a Celebração dos Sacramentos de nossa diocese, nas orientações para dispensa do sacramento da Crisma, diz o seguinte: “Se a Crisma é o sacramento da maturidade cristã, ela deve ser reservada para quem a recebe como uma opção pessoal e se empenha em viver a fé inserido na comunidade.” Ora, isto naturalmente nos leva a entender que este(a) jovem livremente se inseriu numa caminhada, na catequese de sua comunidade e ali tem recebido, com as atividades propostas, o conteúdo e as experiências necessárias para assumir, com propriedade, o sacramento que deseja. Ainda durante este período, na catequese, este jovem é convidado a participar das celebrações Eucarísticas, onde unirá aquilo que ouve e discute nos encontros catequéticos, com a participação do Mistério Pascal de Cristo. Isto é, na santa Missa o próprio Senhor o convida à sua Ceia, à Eucaristia, e pede-lhe que apenas se deixe envolver por seu amor.

Este encontro com Cristo na catequese e na Celebração Eucarística deveria dar, ao jovem catequizando, consistência suficiente à sua fé, a fim de que possa assumir, com maturidade, aquilo que pede a Igreja, a saber: o sacramento da Confirmação. Desta maneira, é presumível que a pessoa do padrinho ou da madrinha não ocupa um lugar relevante na vida daquele que optou pelo seguimento a Jesus Cristo, como cristão católico. Volto a dizer, isto não significa que não precisemos, em certos momentos na vida, do conselho, das orações, ou simplesmente da presença amiga de nossos irmãos (ãs) mais próximos. Todavia, respondendo à sua pergunta, durante a recepção do sacramento da Crisma não se vê mais a necessidade de tê-los. O jovem que pede tal sacramento, deve trazer consigo uma disposição para assumir e viver a sua fé em Cristo, junto de seus irmãos(ãs) na comunidade.

Pe. Alexsandro S. Lima - vigário da Paróquia Rainha dos Apóstolos em Dourados

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(2) Comentários

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Salve Maria!

Bem, estou na turma de crisma me preparando para receber o sacramento da confirmação, e uma menina que também participa das reuniões me chamou para ser madrinha dela. Eu posso?

 
Kátia em 23 de fevereiro de 2015 às 09:21

ótimo textos e pontos abordados, a crisma é o sacramento da maturidade, mas mesmo maduros falhamos e caímos, vejo o padrinho de crisma como a pessoa que irá nos ajudar na caminha cristã e não nos carregar no colo como nossos padrinhos de batismos o fez. Somos seres humanos e fracos sozinhos.

 
Luíza em 02 de agosto de 2014 às 19:02