‘Não falta médico, há má distribuição’ afirma Mandetta
Douradosagora
O deputado federal fez duras críticas em sua passagem por Dourados contra Proposta que autoriza a entrada de médicos estrangeiros no país sem Revalida.
O deputado federal Luiz Henrique Mandetta (PMDB) fez duras críticas em sua passagem por Dourados, contra Proposta de Emenda Constitucional nº 454/2009 que autoriza a entrada de médicos estrangeiros no país sem revalidação de seus diplomas, por meio do exame Revalida.
Segundo Mandetta, isto colocaria a vida das pessoas em perigo, sem atestar a qualidade destes profissionais que estariam atuando no Brasil. A afirmação foi feita durante a audiência pública ‘Contratação de Médicos Estrangeiros: Sim ou Não?’ realizada na noite de ontem na Associação Comercial e Empresarial de Dourados (Aced).
Segundo o deputado, o Brasil é o segundo país que mais forma médicos em todo mundo e que não estaria faltando profissional para atuar. “O médico que vir trabalhar no país vai ser colocado para atuar onde nenhum médico brasileiro quer, pelo motivo de não se ter estrutura e condições de trabalho para estes profissionais. Qual seria a garantia que as pessoas que seriam atendidas por esses médicos de que ele está fazendo um bom trabalho e não estaria colocando essas pessoas em perigo?”, questiona.
Outro preocupação que o parlamentar esboçou foi para a tutela que algumas faculdades e prefeituras teriam, com a responsabilidade por eventuais erros.
“O Conselho Regional de Medicina não reconhece esses médicos. A responsabilidade acabaria sendo de prefeituras e universidades, pelos erros causados por esses estrangeiros no país”, enfatizou.
Mandetta garante ainda, que muitos médicos não estariam preparados para atuar no país, devido as peculiaridades brasileiras. Para ele, no país não falta médico e sim má distribuição desses profissionais.
“O país sofre muito mais com a falta de estrutura nos hospitais do que basicamente com os médicos. Quando você determina que um médico vá trabalhar em determinada região, sem que ele possa sair, está claro que é um cidade onde não existe nenhum tipo de estrutura para esse profissional”, afirmou.
Para o vereador Alan Guedes (DEM), propositor da audiência pública, os médicos estrangeiros podem chegar a Dourados ou em cidades vizinhas. “Somos um grande pólo, e atendemos dezenas de municípios e acabamos sofrendo com este problema. Com várias cidades pequenas ao redor do nosso município esse profissionais podem ser encaminhados para nossa região para atender essa demanda. Mas quem garante que eles não estariam colocando a vida dessas pessoas em perigo? Eles não passaram por um teste que os qualificam a trabalhar”, ressaltou Alan.
Com cartazes de protestos contra a atual situação da súde pública, os estudantes de Medicina da UFGD aproveitaram a oportunidade para se manifestarem durante a audiência pública, que foi aberta com um pequeno seminário apresentado pelo Prof. e coordenador do curso da UFGD Júlio Croda.
Fotos:Reynaldo Felix
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