120 países se reúnem em Roma para debater reforma na ONU


Da Redação ÉPOCA, com Agência EFE

Delegações de 120 nações estiveram na Itália para propor uma restruturação no Conselho de Segurança. A reunião dará continuidade ao encontro de 2009 em que foi elaborada uma proposta de reforma encabeçada por Itália e Colômbia

Delegações governamentais de 120 países se reuniram nesta segunda-feira (16) em Roma para debater uma possível reforma no Conselho de Segurança (CS) das Nações Unidas (ONU), uma antiga reivindicação de vários membros do órgão que o consideram “desbalanceado” - o CS tem a mesma estrutura de quando foi criado, logo após a segunda guerra mundial.

Com uma clara aposta pelo "diálogo" para realizar estas mudanças, os países exigirão uma democratização do órgão. "O diálogo e o acordo são os únicos caminhos para se chegar a uma reforma do Conselho de Segurança da ONU", disse, em seu discurso inaugural, o ministro das Relações Exteriores da Itália, Franco Frattini, anfitrião do encontro.

O encontro desta semana dará continuidade à reunião realizada em fevereiro de 2009, também em Roma, da qual saiu uma proposta de reforma de seus países participantes formulada por Itália e Colômbia. Ela foi apresentada perante a ONU naquele mesmo ano, mas não foi levada adiante.

Em paralelo ao grupo liderado por esses dois países estão Brasil, Alemanha, Japão e Índia, que reivindicam postos permanentes no órgão, alegando que todos os continentes precisam ter representatividade no CS para que ele tenha maior credibilidade. As delegações dos países reunidos em Roma apostam também em uma "dimensão regional" dentro do CS através de instituições como a União Africana (UA) e a União Europeia (UE), que deveriam propor seus candidatos para garantir uma rotação interna.

"É necessário dar mais margem à dimensão regional, levando em conta o papel mais ativo de organizações como a União Africana", afirmou Frattini.

O objetivo é "pensar em uma colocação baseada nos princípios da ampliação (dos países-membros do Conselho de Segurança), sem prejulgar a decisão final, que obviamente corresponderá à ONU", afirmou.

A proposta destes países exige, além disso, uma "maior transparência e participação" nas decisões do Conselho de Segurança das Nações Unidas e a "intensificação das consultas".

"Foram dados grandes passos nos últimos anos, entre eles um compromisso mais forte do Conselho de Segurança para ter consultas com os países que fornecem tropas às missões internacionais", disse Frattini.

Também participou do encontro o presidente da Assembleia Geral da ONU, Joseph Deiss. Ele afirmou que, sem uma reforma concreta do organismo, a ONU "perderá credibilidade" e os "grandes temas internacionais serão examinados em outras sedes, percebidas como mais críveis e eficazes".

Deiss ressaltou que ele não pretende apoiar mais a proposta de alguns países, mas que quer que a reforma das Nações Unidas chegue com o "apoio mais amplo possível".