Alemanha suspende alerta contra verduras e diz que encontrou fonte de infecção
Dados estatísticos levam a crer que a cepa agressiva da bactéria "E. coli", que já matou 30 pessoas na Europa, teve origem em uma única plantação no Estado da Baixa-Saxônia
Da Época
As autoridades sanitárias alemãs suspenderam nesta sexta-feira o alerta contra o consumo de pepinos, alfaces e tomates crus posto em prática depois do surto da infecção provocada por uma cepa agressiva da bactéria "E. coli", que até agora causou 29 mortes na Alemanha e uma na Suécia. A decisão foi anunciada pelos porta-vozes do Instituto Robert Koch de virologia e do Instituto Federal de Avaliação de Riscos em entrevista coletiva conjunta em Berlim, na qual assinalaram que o foco da infecção tem "com quase absoluta segurança" sua origem em sementes germinadas.
As autoridade alemãs mantiveram a advertência contra o consumo dessas sementes germinadas em forma de brotos de soja ou de legumes, depois que as pesquisas apontam um produtor do Estado da Baixa-Saxônia como a origem da infecção que causou 29 mortes na Alemanha e uma na Suécia.
Reinhard Burger, diretor do Instituto Robert Koch, assinalou que o número de doentes pela infecção de "E. coli" vem caindo e novamente fez uma chamada à população para que observe as mínimas normas de higiene no manejo de verduras e outros alimentos crus. "A contaminação ainda não acabou", disse Burger.
As suspeitas recaem sobre uma fazenda de cultivo biológico na localidade de Bienenbüttel, no distrito de Uelzen, na qual vários de seus funcionários contraíram a doença há várias semanas. No entanto, as análises realizadas nessa empresa tiveram resultados negativos, embora não se descarte que o foco infeccioso tenha desaparecido após seu surto inicial sem deixar rastro.
Em 25 de maio, os dois institutos tinham advertido oficialmente contra o consumo das citadas verduras para saladas com base nos interrogatórios a que foram submetidos os pacientes internados com a infecção de "E. coli". Brotos não foram exportados
A Comissão Europeia confirmou nesta sexta-feira que a Alemanha não exportou a outros países do bloco europeu as sementes germinadas que teriam sido a origem da infecção. "Segundo as informações do governo alemão, esses produtos foram consumidos unicamente na Alemanha", afirmou nesta sexta-feira em entrevista coletiva o porta-voz de Saúde do Executivo comunitário, Fréderic Vincent.
Vincent celebrou a descoberta da origem do surto, e disse que o continente vê agora "a luz no final do túnel" na crise causada pelo surto de E. coli. Ele afirmou, entretanto, que a investigação que levou a uma plantação da Baixa-Saxônia como provável foco da infecção "é puramente estatística". A linhagem da bactéria causadora das graves infecções "ainda não foi encontrada" na plantação apontada pelas autoridades alemãs, o que quer dizer que o microorganismo "não se encontra mais no lugar" ou que todos os produtos contaminados "foram já consumidos", acrescentou Vincent.
O porta-voz destacou a complexidade do processo de encontrar a origem da infecção ao longo da cadeia alimentar, uma tarefa que comparou a "uma investigação policial".