Após mutirão, Casa da Divina Providência se tornará entidade legalizada


Decom UNIGRAN

Depois de ser interditada pelo Ministério Público Estadual (MPE) por falta de condições básicas para acolher pessoas, a Casa da Divina Providência que funciona como moradia para desabrigados, recebeu um mutirão de limpeza. A ação foi organizada pelo Núcleo de Atendimento Social à Comunidade (NASC) da UNIGRAN, Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa Idosa e MPE.

De acordo com a assistente social do Centro de Referência Especializado da Assistência Social (CREAS) e representante do Conselho Municipal, Márcia Floriano, o mutirão realizado beneficia não só pela questão da higiene, mas também da cidadania dos moradores. “Vamos fazer um arquivo para saber quem é quem, com o histórico poderemos localizar documentos, familiares e até mesmo quem tem benefícios vai poder receber, então a intenção do mutirão foi de organizar”, conta Márcia.

A assistente social explica que para uma entidade receber ajuda governamental é preciso ser legalizada, no caso da casa da Divina Providência a atualização da documentação não era realizada há anos, “a documentação está ilegal, é por isso que o Ministério Público está agindo. Após toda legalização será dividido o espaço e se formará uma fundação. A casa será uma entidade, na qual mais pessoas poderão ser ajudadas, que seja um lugar digno dentro da legalidade”, completa.

Segundo o Conselho Municipal, com a regularização e a formação de uma entidade sem fins lucrativos, a casa receberá acompanhamento médico, já que muitos moradores têm problemas de saúde, também poderá contar com cozinheira, que se responsabilizará pela alimentação e pessoas que cuidarão da limpeza e organização da casa.

A casa é grande com vários cômodos, por isso para limpar e organizar tudo foi necessário uma equipe. Mobilizados pela causa, os acadêmicos dos cursos de Serviço Social e Agronomia da UNIGRAN ajudaram no mutirão de limpeza. A acadêmica do 5º semestre de Serviço Social, Elena Martins Ribeiro, fala sobre a ação, “depois desse dia vou levar muita experiência, pela humanização do valor da pessoa, isso é o principal”.

Casa da Divina Providência

“Vocação que veio do pai”, é assim que dona Roselina Colaço de Azevedo, de 90 anos, fundadora da Casa da Divina Providência, descreve a generosidade de abrir as portas de sua casa para acolher pessoas que nem conhece. Nascida na cidade de Limoeiro em Pernambuco, a senhora ainda forte e muito brincalhona chegou a Dourados em 1936.

Dona Roselina conta que as primeiras pessoas a acolher em sua casa foram a irmã, que havia ficado viúva com cinco filhos, um cunhado doente e uma senhora mordida por cobra, isso em 1956. Em janeiro de 1957, ela conseguiu construir onde hoje é a Casa da Divina providência e se mudou com todos.

Solteira por causa de votos religiosos, Roselina adotou seis filhos, sustentava todos com um pequeno dote que trouxe quando veio de Pernambuco e com salário de serviços que fazia na igreja, onde trabalhou por seis anos. Quando saiu do emprego começo a costurar, “comprava tecido em saldão de loja, fazia as roupas e saia pra vender, assim consegui comprar mais dois lotes aqui do lado para aumentar a casa”, conta a fundadora.

Após comprar os terrenos Roselina construiu a outra parte da residência, “encontrava pela cidade restos de construção e trazia para casa, passava dia e noite assentando tijolo, fiz a segunda parte da casa como minhas mãos”, disse a senhora.

O nome Divina Providência surgiu pelo costume da fundadora de citar a expressão. A casa já abrigou 80 pessoas, hoje são aproximadamente 40 moradores. Prestes a completar 91 anos, dona Roselina conclui: “o que uma mão faz a outra não precisa saber. E eu sempre sou feliz fazendo isso”. (IO)

(1) Comentário

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que deus de muita força e saude a essa senhora,do coracao tão bondosa é muito bom a expreriência para os academicos viver esta realidade.

 
jaqueline em 15 de março de 2012 às 16:56