Quatro carros são incendiados nesta madrugada no RJ
Número de mortos em operações no Rio chega a 35, diz Polícia Militar. Somente na sexta-feira (26), quatro pessoas foram mortas em confrontos.
Do G1
Mesmo com o patrulhamento reforçado da Polícia Militar, o Rio de Janeiro voltou a registrar novos ataques de criminosos na madrugada deste sábado (27). De acordo com a PM, quatro carros foram incendiados em dois pontos diferentes do município de Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense. Não houve presos ou feridos.
Durante toda sexta (26), a polícia continuou trabalhando para tentar evitar as ações dos criminosos. A Polícia Federal e o Exército já reforçam a segurança na Vila Cruzeiro, na Zona Norte. Nas áreas onde houve confrontos, pelo menos nove escolas suspenderam as aulas.
De acordo com o 20º BPM (Mesquita), dos quatro automóveis encontrados em chamas nesta madrugada, três estavam na Estrada Adrianópolis, e outro na Rua Andréia, ambas no bairro Botafogo, em Nova Iguaçu. As informações também foram confirmadas pelo bombeiros do quartel de Nova Iguaçu. As chamas já foram controladas. O trânsito não foi afetado.
No fim da noite de sexta-feira, traficantes voltaram a atacar no Conjunto de Favelas do Alemão, na Penha, na Zona Norte. Imagens gravadas por uma equipe da TV Globo mostram balas traçantes atravessando a comunidade. Os tiros atingiram a base onde estão abrigados os policiais militares do Batalhão de Choque da PM (BPChoque). Ninguém ficou ferido.
Assustados, muitos moradores se esconderam em vans para fugir da comunidade. As forças policiais, com apoio do Exército, bloqueiam os acessos ao Alemão. A policia pode ocupar o conjunto de favelas a qualquer momento.
De acordo com o coronel Lima Castro, relações públicas da PM, desde domingo foram registrados 96 veículos incendiados, 48 armas, 8 granadas apreendidas, além de grande quantidade de drogas e material inflamável. Além disso, a PM informou que, até esta tarde, o número de presos era de 196.
Mais carros incendiados durante a noite
Bombeiros do quartel de Benfica combateram, por volta das 22h15, as chamas de um carro, no acesso à Favela do Jacarezinho. Aos bombeiros, o dono do veículo alegou que o incêndio foi criminoso. O carro estava na Rua Doutor Manuel Cotrim, um dos acessos à comunidade. Apesar da versão dos bombeiros, PMs do 3º BPM (Méier) desconhecem as causas do fogo.
Em outro ponto da cidade, um carro pegou fogo em Anchieta, no subúrbio. As informações foram confirmadas pelo Corpo de Bombeiros. Segundo a corporação, o veículo foi encontrado em chamas por volta das 22h, na Rua Generosa, na Estrada de Anchieta. Ninguém ficou ferido. Policiais militares do 14º BPM (Bangu) ainda não sabem as causas do incêndio.
Mais cedo, três suspeitos - entre eles dois menores de idade - foram detidos em Cascadura, também no subúrbio. Segundo informações do 9º BPM (Rocha Miranda), com eles foi apreendida uma garrafa com 2 litros de gasolina. De acordo com a polícia, eles estavam na passarela da linha do trem do ramal de Cascadura em atitude suspeita.
Moradores desconfiaram e avisaram à polícia. Houve perseguição. Segundo a polícia, os suspeitos jogaram a garrafa na linha do trem. Eles foram detidos e levados para a 28ª DP (Campinho), onde o caso foi registrado. A garrafa foi recuperada. Ainda de acordo com os policiais, ninguém ficou ferido.
Número de mortos em operações chega a 35
Subiu de 34 para 35 o número de mortos no Rio de Janeiro em operações coordenadas pela Polícia Militar entre segunda-feira (22) e sexta-feira (26). A informação foi divulgada na madrugada deste sábado (27) em nota oficial publicada no site da PM.
Somente na sexta, segundo o balanço da polícia, quatro pessoas foram mortas em confrontos nos morros do Juramento e Gonçalves, e nos bairros de Santo Cristo e Inhaúma. Durante as operações, outros quatro suspeitos foram presos, de acordo com a Polícia Militar.
Pessoas feridas
A Secretaria Estadual de Saúde também soltou balanço sobre o número de feridos que deram entrada de quarta-feira (24) até as 16h50 desta sexta-feira (26) no Hospital Getúlio Vargas. O hospital, que fica na Penha, Zona Norte do Rio, recebeu 33 feridos nesse período, sendo que seis morreram e seis permaneciam internados na unidade até o fim desta tarde. A secretaria não especifica o número de moradores e criminosos feridos nos conflitos.
O hospital fica perto das principais áreas de conflito na cidade, a Vila Cruzeiro e Conjunto de Favelas do Alemão. Só nesta sexta, segundo a secretaria, duas pessoas chegaram mortas ao Getúlio Vargas e outras três ficaram feridas, sendo que duas foram liberadas e apenas uma permanece internada em observação.
Megaoperação
A megaoperação da polícia no Rio de Janeiro, que teve início com a onda de ataques criminosos no domingo (21), conta com 21 mil agentes, de acordo com o coronel Lima Castro. Cerca de 780 soldados foram deslocados para as áreas de conflito na Penha. Eles começaram por volta das 15h desta sexta a chegar ao conjunto de favelas do Alemão e à Vila Cruzeiro.
Os soldados fazem parte de um grupo cedido pelo Ministério da Defesa para auxiliar no combate à onda de violência na cidade. A Polícia Civil também faz operações na Vila Cruzeiro, na Penha, e, de acordo com o delegado Márcio Mendonça, da Delegacia de Roubos e Furto de Automóveis (DRFA), até as 16h desta sexta, os policiais tinham apreendido no local 240 motos – 40 estavam queimadas.