Escola católica deve ser coerente com a doutrina, diz Papa
Foi o que afirmou Bento XVI aos representantes das escolas católicas britânicas
da ZENIT
Não só o que se ensina nas escolas católicas deve ser coerente com a doutrina, mas também os religiosos que se dedicam ao ensino devem ser modelo com sua própria vida.
Foi o que afirmou Bento XVI aos representantes das escolas católicas britânicas, a quem encontrou na manhã desta sexta-feira, no St Mary’s University College em Twickenham (bairro londrino de Richmond).
O Papa falou, na capela da instituição, para cerca de 300 religiosos e professores das escolas católicas, a quem assinalou que sua presença é um sinal que recorda o espírito e costumes católicos que devem permear todos os aspectos da vida escolar.
“Isso vai além da evidente exigência de que o conteúdo do ensino concorde sempre com a doutrina da Igreja. Trata-se de que a vida de fé seja a força impulsora de toda atividade escolar, para que a missão da Igreja se desenvolva com eficácia”, afirmou o Papa.
Bento XVI recordou aos presentes, entre quem se encontrava também o Ministro de Instrução britânico, Nick Gibb, que já desde a entrada do cristianismo na Inglaterra este realizou um importante trabalho educativo.
“Os monges perceberam com clareza esta dimensão transcendente do estudo e do ensino, que tanto contribuiu para a evangelização destas ilhas”, afirmou o Papa.
O pontífice também quis recordar a venerável Mary Ward e suas Damas Inglesas. Mary (1585 - 1645), nascida durante a perseguição anticatólica posterior à Reforma, fundou uma original obra educativa, que se estendeu por todo continente.
“Eu mesmo, quando criança, fui educado pelas ‘Damas Inglesas’, e tenho por elas uma profunda dívida de gratidão”, reconheceu o Papa.
Neste sentido, quis também recordar aos presentes que “a tarefa de um professor não é simplesmente comunicar informação ou proporcionar capacitação em habilidades orientadas ao lucro econômico da sociedade”.
“A educação não é nem nunca deve ser considerada algo meramente utilitário – advertiu –. Trata-se da formação da pessoa humana, preparando-a para viver em plenitude. Em uma palavra, trata-se de partilhar sabedoria. E a verdadeira sabedoria é inseparável do conhecimento do Criador”.
O Papa quis animar os religiosos de forma concreta a não abandonar sua presença no âmbito educativo.
“Como os papéis respectivos da Igreja e do Estado no âmbito da educação continuam evoluindo, nunca esqueçais que os religiosos têm uma única contribuição a oferecer a este apostolado, sobretudo através de suas vidas consagradas a Deus e por meio de sua fidelidade: o testemunho de amor a Cristo, o Mestre por excelência”, afirmou.
Por último, destacou – em referência aos episódios de abuso sexual – a importância de que as escolas católicas sejam “locais seguros” para crianças e jovens, e inclusive que este “clima de confiança” seja um distintivo destes centros.
“Nossa responsabilidade com aqueles que nos confiaram sua formação cristã não pode exigir menos”, afirmou. “De fato, a vida de fé pode-se cultivar com eficácia quando prevalece um clima de confiança respeitosa e afetuosa”.
Ao finalizar seu discurso, o Papa presenteou à St. Mary University, na pessoa de Dom Stack, bispo auxiliar de Westminster, um mosaico da Virgem Maria.
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