Cardeais brasileiros têm chance de assumir papado, diz dom Darci Nicioli

G1
 
Da esquerda para a direita: Dom Odilo Scherer, dom João Braz de Aviz, dom Geraldo Majella Agnelo (no alto), dom Cláudio Hummes e dom Raymundo Damasceno têm chances de suceder Bento XVI (Foto: Arquivo G1) Da esquerda para a direita: Dom Odilo Scherer, dom João Braz de Aviz, dom Geraldo Majella Agnelo (no alto), dom Cláudio Hummes e dom Raymundo Damasceno têm chances de suceder Bento XVI (Foto: Arquivo G1)

O bispo auxiliar da Arquidiocese de Aparecida e ex-reitor do Santuário Nacional, monsenhor Darci Nicioli, de 53 anos, afirmou nesta segunda-feira (11) que a decisão do Papa Bento XVI de renunciar ao cargo "dói no coração". Bento XVI fez o anúncio pessoalmente, falando em latim, durante um encontro de cardeais. Ele deixa o pontificado em 28 de fevereiro.

Segundo Nicioli, cinco cardeais brasileiros são candidatos a ocupar o posto - dom Raymundo Damasceno, atual arcebispo de Aparecida e Presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), dom Cláudio Hummes, de 78 anos, arcebispo emérito de São Paulo, Odilo Scherer, de 63 anos, atual cardeal arcebispo de São Paulo, dom João Braz de Aviz, de 66 anos, que mora em Roma e é prefeito das congregações dos religiosos em Roma, e dom Geraldo Majella Agnelo, de 79 anos, atual arcebispo emérito de Salvador (BA).

"Todos os cardeais com menos de 80 anos são candidatos e podem votar na escolha do novo Papa, mas sabemos que depende do espírito santo. Por isso, vamos rezar muito para que seja nomeado o melhor cardeal", afirmou Nicioli ao G1.

Ao todo, o Brasil tem nove integrantes no Colégio Cardinalício do Vaticano, mas quatro deles já ultrapassaram a idade limite. De acordo com o Vaticano, a Igreja Católica poderá ter um novo Papa para as festas da Páscoa, no próximo dia 31 de março.

"A decisão do Papa Bento XVI está prevista no direito canônico. Nós aceitamos com dor no coração, mas entendemos e aceitamos o desejo do Santo Papa", disse Nicioli.

Memória

O Papa Bento XVI esteve no Brasil em 2007. No dia 11 de maio de 2007, o Papa Bento XVI chegou de helicóptero a Aparecida e circulou pelas ruas da cidade no ‘papamóvel’. Ele sorriu, acenou para os fiéis e até baixou o vidro do veículo e ficou hospedado no seminário Bom Jesus.

No dia seguinte, foi à Fazenda Esperança em Guaratinguetá (SP), onde abraçou crianças e jovens e rompeu a segurança para chegar mais perto de quem foi lá para prestar uma homenagem.

O gesto surpreendeu quem achava que ele era um Papa muito sério. No dia 13 de maio, último da visita ao Brasil, ele fez uma missa campal em Aparecida para milhares de pessoas. Antes de deixar Aparecida, ele abriu a Conferência dos Bispos da América Latina e Caribe.

Entenda O Papa Bento XVI anunciou pessoalmente a renúncia a seu pontificado, nesta segunda-feira, em um discurso durante uma reunião de Cardeais para a canonização de três mártires.

O Vaticano afirmou que a renúncia será formalizada no dia 28 de fevereiro. O novo Papa será escolhido pelo conclave de cardeais, como de costume, e a expectativa é que a escolha aconteça até a Páscoa.

Em comunicado, Bento XVI, que tem 85 anos, afirmou que vai deixar a liderança da Igreja Católica Apostólica Romana devido à idade avançada, por "não ter mais forças" para exercer as obrigações do cargo. O Vaticano negou que uma doença tenha sido o motivo da renúncia.

Bento XVI foi eleito para suceder João Paulo II, um dos pontífices mais populares da história. Ele foi escolhido em 19 de abril de 2005, quando tinha 78 anos, 20 anos mais velho do que seu predecessor quando foi eleito.

Nos últimos meses, o Papa parecia cada vez mais frágil em suas aparições públicas, muitas vezes precisando de ajuda para caminhar. Em seu livro de entrevistas publicado em 2010, Bento XVI já havia falado sobre a possibilidade de renunciar, caso não tivesse condições de continuar no cargo.


Seja o primeiro a comentar!

Restam caracteres. * Obrigatório
Digite as 2 palavras abaixo separadas por um espaço.