Perdas pelo acidente de Chernobyl somam US$ 180 bilhões

Há 25 anos, explosão contaminou 145.000 quilômetros quadrados de territórios

Da Veja
aciente com leucemia em hospital na cidade ucraniana de Donetsk. Parte dos internados são vítimas do acidente nuclear de 1986, na usina de Chernobyl (Alexander Khudoteply/AFP) aciente com leucemia em hospital na cidade ucraniana de Donetsk. Parte dos internados são vítimas do acidente nuclear de 1986, na usina de Chernobyl (Alexander Khudoteply/AFP)
Renunciar às tecnologias nucleares é como proibir os computadores"
_____Primeiro-ministro ucraniano

O primeiro-ministro ucraniano, Nikolai Azarov, estimou nesta terça-feira em 180 bilhões de dólares as perdas causadas pela catástrofe na usina nuclear de Chernobyl, que completa 25 anos nesta terça-feira. "O percentual de despesas destinado a superar o acidente chegou a representar 10% do orçamento anual da Ucrânia", assinalou Azarov, em mensagem divulgada pelas agências ucranianas.

O premiê detalhou que por causa da explosão de 26 de abril de 1986, 145.000 quilômetros quadrados dos territórios da Ucrânia, Belarus e Rússia foram contaminados. "Cerca de 2,2 milhões de pessoas na Ucrânia receberam o status de vítimas de Chernobyl", disse. O documento calcula em 91.000 o número de pessoas que saíram de suas casas no dia seguinte à catástrofe nas cidades de Pripyat, a quatro quilômetros da planta.

Apesar disso, Azarov reiterou que a Ucrânia é capaz de assumir as despesas da planta, enclausurada no ano 2000, mas que ainda abriga toneladas de combustível nuclear. O primeiro-ministro ucraniano agradeceu à comunidade internacional pelos 550 milhões de euros arrecadados na semana passada para construir o novo sarcófago sobre o quarto reator da central e completar outros programas de desativação.

"Em prol da vida na Terra e com esforços conjuntos é necessário superar as terríveis consequências e preocupar-se para que algo assim não volte a repetir-se", declarou. Contudo, Azarov havia dito na véspera: "renunciar às tecnologias nucleares é como proibir os computadores".

Usinas – Uma pesquisa divulgada na semana passada revelou que quase 70% dos ucranianos são contrários à construção de novas usinas nucleares e 39,4% consideram que as plantas atuais são perigosas. Chernobyl espalhou há quase um quarto de século 200 toneladas de material físsel com radioatividade equivalente a 500 bombas atômicas como a de Hiroshima.

A radiação afetou a mais 5 milhões de pessoas, principalmente na Rússia, Ucrânia e Belarus, segundo a Organização Mundial da Saúde. Os presidentes da Rússia, Dmitri Medvedev, e Ucrânia, Viktor Yanukovych, homenagearão nesta terça-feira as vítimas da tragédia na mesma central de Chernobyl, situada a menos de 100 quilômetros da capital ucraniana, Kiev.

(Com agência EFE)