Com a greve, somente caixas eletrônicos funcionam nos bancos
Bancários de Dourados, Campo Grande, Ponta Porã e de vários municípios de Mato Grosso do Sul aderiram a paralisação que começa nesta quinta-feira
Assessoria
A greve dos bancários deve fechar as 22 agências a partir desta quinta-feira (18) em Dourados. Bancos públicos e privados estarão sem funcionamento por tempo indeterminado, anuncia Janes Estigarríbia, presidente do Sindicato dos Bancários de Dourados e região. Somente o autoatendimento de caixas eletrônicos e compensação de cheques funcionarão normalmente.
De acordo com Janes, a base do sindicato inclui Dourados e mais 12 municípios da região. Até hoje somente os bancários de Dourados aderiram à paralisação, mas tudo indica que alguns profissionais de cidades vizinhas também cruzem os braços. A greve dos bancários é nacional.
Em Campo Grande a greve também está confirmada. São 160 agências, mas o total que irá fechar as portas só será possível ser conhecido num balanço a ser divulgado a partir das 10h desta quinta-feira, quando começa o expediente bancário. Assim como em Dourados, muitos bancários em Campo Grande são pressionados para não participarem da paralisação nacional.
Mato Grosso do Sul possui seis sindicatos de bancários: Campo Grande, Ponta Porã, Naviraí, Dourados, Corumbá e Três Lagoas. Cada base é responsável por um conjunto de municípios. Ponta Porã, por exemplo, responde por Porto Murtinho, Caracol, Antonio João, Bela Vista, Coronel Sapucaia, Laguna Caarapã, Aral Moreira e Amambai. Todos esses municípios estarão com as agências fechadas.
Reivindicação
De acordo com o comando nacional dos bancários, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf), a categoria paralisa as atividades reivindicando itens como maior reajuste salarial, melhores condições de trabalho, aumento do piso. De acordo com a confederação, a proposta dos bancos "é inaceitável diante dos seus lucros gigantescos."
A categoria quer, por exemplo, reajuste salarial de 11,93% (5% de aumento real além da inflação), Participação nos Lucros e Resultado (PLR) de três salários mais R$ 5.553,15 e piso de R$ 2.860. Pede, ainda, fim de metas abusivas e de assédio moral que, segundo a confederação, adoece os bancários.
De acordo com a Contraf, a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) é de reajuste de 6,1% (inflação do período pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc). A proposta e de PLR de 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado), além de parcela adicional da PLR de 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.