Começa encontro de ex-alunos de Ratzinger sobre Vaticano II
Fonte: Portal Católico
interpretação do Concílio Vaticano II será o tema do encontro anual de antigos alunos de Joseph Ratzinger, o Ratzinger Schülekreis, que se realizará de 27 a 30 de agosto, no centro de congressos "Mariápolis", de Castel Gandolfo.
Participarão cerca de 40 antigos alunos do atual pontífice, que apresentaram com ele sua tese de doutorado, quando Ratzinger era professor de várias universidades da Alemanha.
Segundo informa o L'Osservatore Romano, o principal relator deste ano será o arcebispo Kurt Koch, antigo bispo da Basileia, nomeado em 1º de julho como presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos.
O purpurado suíço pronunciará duas intervenções: a primeira sobre "O Concílio Vaticano II, entre tradição e inovação. A hermenêutica da reforma, entre a hermenêutica de uma continuidade com ruptura e de uma continuidade não histórica"; a segunda, sobre "A constituição Sacrosanctum concilium e a reforma pós-conciliar da liturgia".
O tema escolhido é central para o pontificado de Bento XVI. Para alguns teólogos, o Concílio Vaticano II (1962-1965) trouxe uma ruptura com os dois mil anos de história da Igreja. Para outros, o Concílio adotou conclusões sobre o diálogo inter-religioso, o ecumenismo entre os cristãos, a renovação litúrgica e a liberdade religiosa que não são aceitáveis, chegando a uma rejeição tal que, às vezes, produziu atos cismáticos.
Para Bento XVI, o Concílio Vaticano II não foi uma ruptura, mas um aprofundamento na tradição de dois mil anos da Igreja para levar a uma reforma.
No primeiro discurso que Bento XVI dirigiu como Papa a toda a Cúria Romana às vésperas do Natal de 2005, esclareceu esta questão.
À hermenêutica da descontinuidade se opõe a hermenêutica da reforma, esclareceu Bento XVI, como a apresentaram, primeiro, o Papa João XXIII em seu discurso de abertura do Concílio, em 11 de outubro de 1962, e depois o Papa Paulo VI, no discurso de encerramento, em 7 de dezembro de 1965.
Ressaltou que João XXIII expressou de uma forma inequívoca que o Concílio "quer transmitir a doutrina em sua pureza e integridade, sem atenuantes nem deformações".
O nome do principal relator e o tema do encontro - como refere o sacerdote salvatoriano Stephan Horn, presidente da associação de antigos alunos do Papa - foram indicados e aprovados pelo próprio Bento XVI, entre uma série de proposições apresentadas pelos organizadores.
A maioria dos participantes procede da Alemanha e da Áustria, ainda que também haja um italiano, um irlandês, um holandês, uma coreana e um indiano.